Capítulo Trinta

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Domado e Exausto.

Doía.

Abriu os olhos, não lembrando exatamente em que momento caiu no sono, mas isso não importava agora.

Conseguia se mover agora, movendo as mãos para seu baixo ventre, onde era a fonte da dor. Porém, antes que pudesse fazer isso, seus pulsos foram segurados.

— "Vai doer mais se tocar, Lord Consorte." — Harry não reconheceu aquela voz, ou o rosto. Inferno, doía tanto. — "Infelizmente não posso ajudar com isso, o Lord ordenou para deixá-lo sofrer."

Lágrimas não demoraram a embaçar a sua visão e barulhos miseráveis saíam de sua boca. Ouviu um suspiro, talvez o homem estivesse com pena?

Suas mãos foram amarradas à cama, assim como suas pernas. Estava imobilizado e aquilo o fazia se sentir tão vulnerável.

A porta foi aberta.

— "Vejo que está bem acordado agora, meu Harry." — Aquela voz ele reconheceria, reconheceria em qualquer lugar. Voldemort. — "Você é sempre tão lindo… Assim ficou melhor ainda."

Harry ficou enjoado.

Voldemort continuava sendo um doente, é claro.

Doia tanto.

— "Pare de gemer como uma vadia e aguente. Você matou meu herdeiro, nenhuma punição será o suficiente para reparar isso." — Mãos apertaram sua garganta, cortando seu fluxo de ar.

— "Meu Lord, por favor, você vai matá-lo." — O homem de antes, provavelmente o curandeiro que estava o tratando, interrompeu aquela loucura. Harry engasgou com o ar quando finalmente pode respirar novamente.

Sua garganta também doía agora.

Sua recuperação foi tortuosamente demorada. Voldemort vinha todos os dias, torturando sua mente com promessas do que iria fazer com ele assim que estivesse bem, a principal delas era o engravidar novamente.

E, dessa vez, Harry tinha certeza que Voldemort estaria muito mais cuidadoso para não perder mais um herdeiro.

Harry perdeu a noção do tempo.

Era o exame final e, após isso, com a autorização do curandeiro, Harry iria voltar ao seu inferno pessoal. Não que o período de recuperação tenha sido as mil maravilhas.

— "E então? Ele ainda pode engravidar?" — Harry estava sentado na cama, suas costas apoiadas por travesseiros, porém suas pernas continuavam restringidas. Não restou uma cicatriz e poderia se mover sem muitos problemas.

Não estava feliz com isso, no entanto.

— "Os riscos são altos, meu Lord… seria uma gravidez muito complicada e frágil. Eu… não acho recomendável." — O olhar furioso de Voldemort foi voltado para ele.

— "Saia." — Não tirou os olhos dos seus para dispensar o curandeiro, que não seria louco de permanecer ali.

— "Minha ninfa… não pense que poderá se livrar de me dar um filho. Eu vou arrumar um jeito, hm? E vamos ter uma família grande, o que acha? Seria maravilhoso se eles herdam a magia que corre em suas veias, sim… Eles seriam perfeitos." — Harry não poderia não ficar assombrado com a ideia. Voldemort queria o transformar em uma máquina para parir bebês. Ele tinha apenas quinze, seu corpo não iria aguentar— sua mente não iria aguentar.

— "Sete é um bom número, sabe? É mágico, poderoso… Sete crianças que no futuro dominarão o mundo mágico. Claro, podemos ter mais se quiser, querido." — Voldemort sorria, porém esse sorriso ficou apenas menor com a falta de resposta de Harry. Agarrou seu rosto, comandando: — "Responda."

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