Capítulo Quarenta e Dois

569 95 64
                                    

Um beco sem saida.

Estava fora.

Realmente estava fora. 

Segurando o bebê que se debatia em seus braços, a única coisa que Harry pôde fazer foi chorar junto a ele. 

— "Senhor..?" — Harry não lhe deu ouvidos de primeira, precisando de alguns segundos para se recompor. 

Limpou as lágrimas, tentando seu melhor para fazer Caim calar a boca e oferecendo um sorriso miserável ao atendente do Caldeirão Furado. 

— "Poderia abrir a passagem do beco para mim, por favor? Estou sem minha varinha no momento." — Ele não parecia muito confiante em deixar Harry ir, mas não o impediu.

Ainda estava bastante ciente do anel em seu dedo, não sabia direito como ele funcionaria, mas definitivamente não poderia ficar em um local rastreável como o caldeirão furado.

Sua melhor esperança agora era em gringotes, com seus amigos — Harry sinceramente duvidava que eles seriam amigos de um bruxo — duendes. 

Era meio da madrugada, nenhuma loja estava aberta. Harry perguntou a hora para o desconhecido — quatro da manhã. 

Em breve, uma ou duas horas, o beco diagonal começaria a acordar. 

Harry não tinha todo esse tempo.

Era Outubro, obviamente estava frio e suas roupas não eram nem um pouco próprias para o clima. 

E o bebê… Apesar de estar enrolado em um cobertor, deveria estar frio…

É bom que ele morra de frio de uma vez.

Harry ignorou aquele pensamento. 

— "Você… está muito frio, pode alugar um quarto de quiser, não precisa pagar adiantado." — O atendente tentou insistir, Harry quase se sentiu movido com aquele mínimo gesto de empatia.

— "Eu não tenho tempo, mas obrigado mesmo assim." — Não poderia se dar ao luxo disso, infelizmente. 

Com o vento frio fazendo-o tremer, subiu a escadaria de gringotes e, assim como pensava, não estava aberto, entretanto, poderia ver alguns duendes trabalhando dentro.

Teria tempo para esperar?

Voldemort poderia descobrir que fugiu a qualquer minuto agora. 

Não tinha uma varinha, não tinha nem sequer acesso a sua magia. 

Precisava se livrar daquele anel.

Se sentou na escadaria, deixando Caim no chão e encarando seu dedo anelar. Ainda se parecia mais com uma corrente do que uma jóia.

Tentou puxar, nem sequer se mexeu — o metal parecia em chamas e quase queimou os dedos. 

Harry se perguntava se seria tão fácil se livrar dele. Se cortasse o dedo fora… seria possível? Teria que falar com um quebrador de maldições primeiro. 

Sabia que alguns artefatos amaldiçoados possuíam um efeito minimamente inconveniente quando retirados à força. 

Voldemort não seria tão burro, certo? 

Que inferno, não tinha tempo, não tinha tempo-

— "Para de chorar, caralho!" — Gritou com o bebê ao seu lado, voltando a segurá-lo. Não conseguia pensar com ele fazendo tanto barulho. 

Deveria estar com fome. Que merda, como iria alimentar um bebê? Não tinha um único sicle em sua posse. 

Se levantou novamente, a porta continuava trancada. Harry começou a bater, continuaria até ser irritante o suficiente para alguém vier ao lado de fora. 

HushOnde histórias criam vida. Descubra agora