Capítulo Vinte

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Quer dizer, nós somos amigos.

“Harry Potter!” — Não houve aplausos e comemorações, o salão nunca esteve tão silencioso como agora.

Harry estava genuinamente surpreso, a linha do tempo iria seguir dessa maneira e ele finalmente tinha alcançado seu objetivo de ser um figurante? Se fosse assim, não teria que se preocupar com muito mais.

Depois que o quarto campeão se levantou e foi até a sala indicada, o salão explodiu em conversas, o assunto não sendo outro a não ser como Harry Potter havia conseguido enganar a linha etária e ainda ser escolhido pelo cálice.

Harry não entendia francês, mas os alunos de Beauxbatons pareciam furiosos. Claro, eles tinham seus motivos.

Ele escapou da algazarra e voltou ao seu dormitório. A primeira tarefa seria no fim de novembro, eles tinham muito tempo até lá.

Não tinha nenhuma obrigação, mas tentaria minimizar os danos para o outro Harry. Mesmo sendo um homúnculo, passar por um torneio mortal não era fácil.

Mas Harry estava agradecido de não ser ele quem teria que encarar Voldemort.

Porém havia outro assunto para resolver de manhã: Draco e Rony. Eles se espremeram na mesa da corvinal e Harry tentou — sem muito sucesso — os convencer de que o Potter não havia colocado o nome no cálice.

Os alunos das demais casas além da grifinória não eram diferentes, até seus colegas corvinos pareciam convencidos que Harry apenas havia colocado seu nome no cálice porque estava desesperado por um holofote.

— "Eu acredito em você." — Garantiu ao Potter em uma das aulas que compartilhava com a grifinória. Ele deixou Rony e Draco sozinhos (ok, talvez essa não tenha sido a sua ideia mais inteligente) e se sentou com ele. — "Sei que não colocou o nome no cálice."

Hermione estava próxima, o observando com apreensão. Apesar de estarem no mesmo...uh…grupo, os dois Harrys não se falavam muito.

— "Rony irá cair na real uma hora ou outra. E, qualquer coisa, eu sempre estarei disposto a te oferecer ajuda."

— "Porquê? Nós nem… nem nos conhecemos direito." — Com todo o tratamento hostil do resto da escola, era normal desconfiar de gentilezas de graça.

— "Não quero ter que assistir uma pessoa morrer e isso ser vendido como entretenimento." — Harry não estava mentindo. Mesmo que ele fosse um homúnculo e Harry tentasse se convencer que ele não era uma vida de verdade, o Potter estava aqui, respirando na sua frente, com um coração pulsante e tendo sentimentos como qualquer outra pessoa.

Junto a Hermione, se empenhou em ajudar o Potter com suas lições e o distrair dos olhares ruins dos outros. Como Draco não ousaria arranjar confusão sob o olhar atento de Harry e ele estava até que em bons termos com o trio de ouro, pelo menos não haviam distintivos de "Potter Fede", mas era apenas uma questão de tempo até vir algum engraçadinho com uma ideia semelhante.

Rita Skeeter estava na escola. Harry tinha uma aula vaga após a fatídica sessão de fotos e entrevistas, podendo ver a repórter antes dela sair do terreno de Hogwarts.

— "Senhorita Skeeter, é uma honra vê-la." — Cumprimentou cortês, vendo os olhos rápidos o analisarem de cima a baixo, parecendo particularmente interessada em sua cicatriz. — "Um besouro me contou que entrevistou Harry Potter hoje."

Harry sorriu e Rita teve um pressentimento ruim.

O artigo sobre o Torneio tribruxo não teve quase nenhuma menção a entrevista que Harry Potter deu num armário de vassouras, o que era ótimo.

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