Capítulo Treze

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O prisioneiro de Azkaban.

Foram longos segundos de tensão silenciosa, em que os três garotos se encaravam e tentavam ver quem daria o primeiro passo. Luna… bem, ela parecia tão etérea e alheia a tudo como sempre. 

— "O que você quer aqui, Weasley?" — Foi Draco o primeiro a finalmente quebrar o silêncio constrangedor. Os punhos cerrados e os dedos se apertando dolorosamente ao redor da varinha. Se olhares matassem, nem mesmo um dedo sobraria do corpo de Rony.

— "Eu vim para falar com o Harry." — Juntando toda a coragem grifinória que tinha, o ruivo finalmente conseguiu se pronunciar, enfrentando o olhar furioso do Malfoy de cabeça erguida. 

— "Não ouse falar o nome dele, você não tem esse direito! Como se atreve a vir aqui, na nossa frente, depois de nos trocar por aqueles seus amiguinhos de merda, hã!? Você sequer tem algum pingo de vergonha na cara!?" — Draco se levantou, apontando o dedo no rosto de Rony. Harry suspirou, já sabendo como aquilo iria terminar.

— "Draco, já che-" — Para impedir o Malfoy de arrumar mais uma briga, Harry agiu como um mediador novamente, tentando acalmar o garoto loiro, porém ele não parecia alguém que poderia ser acalmado agora.

— "Não, Harry, você espera que eu deixe esse traidorzinho vir aqui e tentar falar com você como se não estivesse te ignorando o ano inteiro!?" — A confusão atraiu atenção das outras pessoas, que espiavam o que acontecia entre os três. Harry soltou um longo suspiro, sua cabeça começando a doer por causa dessa confusão.

— "Eu sei que eu estou errado! É por isso que eu vim aqui…" — Rony finalmente falou de novo, porém cada vez que ele abria a boca isso parecia jogar gasolina no fogo que era a raiva de Draco.

Eles continuaram brigando e quando Harry viu que aqueles dois pareciam prestes a resolver seus problemas com os punhos, ele usou a sua última opção.

— "Já chega!" — O grito de Harry se sobressaiu na briga dos dois, fazendo eles se calarem de imediato. Harry aproveitou esse momento para puxar os dois para dentro e os jogarem em um dos bancos.

— "Eu vou procurar Ginny…" — Luna, que era mais racional que os dois garotos juntos, tomou esse momento como a deixa para sair, afinal, aquele era um assunto apenas entre os três.

Após a saída da corvina, Harry fechou a porta e lançou diversos feitiços de privacidade, afinal, roupa suja se lava em casa e não numa praça pública. 

— "Primeiro de tudo, Draco, o que te deu na cabeça por explodir assim, na frente de todo mundo!?" — Orgulhoso como era, o garoto loiro simplesmente cruzou os braços e desviou o olhar. Harry sabia que ele não admitiria nem em um milhão de anos que estava errado. — "E você, você pensa que pode apenas aparecer aqui depois de me ignorar o ano todo?"

— "Harry, eu tive meus motivos e…" — Ao contrário de Draco que apenas deixava Harry gritar o quanto quisesse em silêncio, Rony ainda tentava argumentar, o que era uma péssima ideia.

— "Motivos!? Eu não fiz nada, nada, que fosse um motivo pra você se afastar de mim! Você sabe o quão doloroso foi? Ver uma pessoa que eu convivi durante um ano, um dos meus melhores amigos, se afastar de mim sem nenhuma explicação? Você entende ou isso é difícil demais para você!?" — Harry sabia que era irracional descontar toda a sua raiva em Rony, Harry sabia que era irracional gritar com uma criança de 12 anos que estava começando a ver as cores do mundo agora. Harry sabia, mas ele não conseguia mais conter toda a sua frustração. — "Nossa amizade não significou nada para você?"

Após a explosão, sua voz ficou tão baixa como um sussurro e ele não fez questão de conter suas lágrimas. Rony também chorava e Draco parecia abalado. 

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