Capítulo Quarenta e Nove, parte dois

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Essa att era pra sair mais cedokkjjkkk ri chorando

Ainda conta como att dupla? Espero que sim. Enfim, tive que reescrever esse capítulo inteiro porque não estava satisfeita com ele, eis aqui o resultado, que ainda não estou satisfeita, mas está decente.

O Tolo

Um jovem na beira de um penhasco, pronto para dar o próximo passo em direção a morte certa, porém sua mente está nas nuvens.

Olhando para o céu, para o alto, sem prestar atenção ao seu caminho.

De um certo modo, como Icarus, que voou muito perto do sol, o tolo caminhava para a sua destruição.

E Harry pensou que talvez, se uma carta regia a vida de Draco, essa carta seria o tolo.

Conseguia escutar vozes distantes, como se tivessem na porta da enfermaria. Sirius sorriu:

— "Tem algumas pessoas que querem falar com você, espere aqui." — Se levantou, deixando um beijinho em sua testa antes de ir.

Harry não teve que esperar muito, a cortina foi puxada e ali estavam… seus amigos. Quis se levantar, mas seu corpo ainda estava fraco demais para isso.

Ao invés disso, eles vieram ao seu encontro.

Rony, Hermione, Luna, Harry e, por último, mas não menos importante, Draco.

Draco.

Harry desabou ao vê-lo.

As lágrimas vieram primeiro que as palavras e não conseguia fazer mais nada a não ser chorar nos braços dos seus amigos.

Era como estar de volta a uma tarde tranquila no quarto ano, familiar, bom.

Sirius estaria na porta, deixando que conversassem em paz, e nenhum deles sequer ousou falar algo sobre o sequestro. Conforme conversavam ainda mais, conforme fazia mais perguntas, Harry teve ciência de o quanto perdeu.

Dois anos.

A vida deles não parou quando a sua sim.

De repente, se sentiu desconectado daquela conversa. Não conseguia rir das mesmas piadas que eles, ou acompanhar os tópicos escolares.

Familiar, mas terrivelmente diferente.

Era como um sapato que, embora amasse usar, não servisse mais.

Como se mesmo se eles estivessem ali, próximos ao toque, houvesse um abismo de distância.

Observava o tolo dos escombros de sua torre, esquecida no precipício.

Afinal, um dia, foi o tolo também.

— "Harry?" — Draco chamou, o forçando a voltar a realidade. Piscou algumas vezes, vendo que todos estavam o encarando. — "Está tudo bem? Está sentindo alguma coisa? Está cansado? Podemos ir se quiser."

— "Eu… estou um pouco cansado, é melhor vocês irem para não arranjarem problemas." — Se despediu, mas não deixou Draco ir, segurando sua mão: fica.

Esperava que os outros entendessem.

Draco continuou sentado junto a si na maca, Harry puxou um pouco a manga de sua camisa, mesmo sob seus protestos, para ver a marca negra.

— "Vocês não precisam me tratar como um cristal frágil. Podem falar sobre a guerra, podem falar sobre Voldemort, podem me perguntar sobre o que aconteceu." — Foram dois anos, tinha um filho, não poderia fingir que essa parte de sua vida não existiu, não poderia apagar dois anos. — "Eu não vou quebrar, não mais."

Pressionou seu polegar contra o crânio, sendo a gota d'água para Draco recuar.

— "Quais os efeitos causados pela minha fuga? Sua família sofreu alguma represália?" — Estava curioso, queria- não, precisava saber se Voldemort estava sofrendo, enlouquecendo lentamente.

Draco suspirou.

— "Harry…" — Tentou, mas foi rápido em cortá-lo.

— "Me conte, vamos, eu não sou feito de porcelana." — Ele hesitou por alguns segundos, mas se levantou da cama, passando a mão pelo cabelo.

— "Não, Harry, eu não vou contar. Eu te conheço, você vai remoer, dissecar tudo e transformar isso no seu novo inferno pessoal. Pode não te machucar, mas me machuca. Nós não queremos falar sobre isso, mas não é apenas por você, é por nós também." — E raiva esquentou seu sangue, mas Harry lançou um balde de água fria sobre ela.

— "... Tudo bem." — Até mesmo Draco pareceu surpreso por se render tão facilmente.

Talvez… talvez fosse melhor não saber.

Deixar ir.

Sair dos escombros e enfim ver a estrela, seguir sua jornada.

— "Porque não jogamos um pouco de xadrez então?" — Pelos velhos tempos, nem tão velhos assim.

— "Xeque-mate." — Harry assistiu a peça branca derrubar seu rei.

— "Isso não é justo!" — Cruzou seus braços e fez biquinho. Seu pai riu, arrumando o tabuleiro novamente.

— "Você quem quis jogar comigo, Harry." — Seu pai nunca o deixou vencer uma única rodada, era seu objetivo principal vencer pelo menos uma vez.

— "Não quero mais! Eu nunca ganho!" — Seu pai fez carinho em seu cabelo, oferecendo um sorriso compreensível.

— "Por isso, você tem que continuar treinando, para ser melhor que eu e vencer. Até lá, eu posso deixar você jogar com as brancas, o que acha?"

No fim, Harry não teve tempo o suficiente para vencê-lo.

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