Capítulo Vinte e Oito

870 138 67
                                    

Noivas precisam sangrar.

A festa acabou em algum momento e Voldemort mandou Narcisa o acompanhar de novo, para ajudá-lo a se preparar.

- "Draco vai ficar bem, não é?" - Perguntou a Narcisa, que o ajudava a tirar o vestido.

- "... Deveria estar mais preocupado consigo mesmo, Harry." - Havia uma nota de incredulidade na voz dela. - "Mas... Ele vai ficar bem, pode demorar um pouco, mas vai."

Após isso, Narcisa o conduziu até o banheiro. Harry se sentiu enjoado com o cheiro doce assim que a porta foi aberta e a bile subindo pela sua garganta.

Ele vomitou, deixando Narcisa preocupada. Ela o ajudou a se recuperar, infelizmente, por mais doente que estivesse, por mais que Narcisa quisesse o deixar descansar, nenhum dos dois poderia suportar a fúria do Lord.

Narcisa não se importou quando Harry molhou sua roupa, o abraçando e deixando-o chorar. Implorava que ela o livrasse daquele destino.

Mas Narcisa era apenas uma mulher, não poderia contrariar o Lord pelo seu bem, pelo bem da sua família e pelo bem de Harry, pois sabia que seria ainda pior se ele desobedecesse.

O tirou da banheira após lavar seus cabelos, após ver a reação de Harry com cheiros fortes, preferiu usar um shampoo neutro. Não queria piorar o estado dele. Enxugou seu corpo com cuidado enquanto Harry tremia em seus braços.

Narcisa suspirou, limpando suas próprias lágrimas. Ele era um adolescente assustado que havia sido forçado a se casar jovem demais com um homem velho demais.

Era simplesmente cruel.

Espalhou uma loção corporal pela pele macia, tendo que constantemente enxugar as lágrimas que caíam dos olhos verdes. Narcisa ainda se lembrava da primeira vez que o viu, como aqueles olhos verdes eram tão vivos e cheios de curiosidade, agora, pareciam tão vazios quanto os olhos de uma boneca.

- "Me desculpe, Harry..." - Começou, apenas para ser interrompida pelo citado. Ele esboçou um sorriso triste, claramente se forçando a isso.

- "Tudo bem, eu entendo... Eu... eu posso suportar isso." - Era uma mentira, os dois sabiam disso.

Vestiu Harry com a camisola branca de seda, assim como foi mandado, penteou seus fios ruivos para enfim deixá-lo no quarto, sentado na cama.

Hesitou em sair, sabendo que o futuro de Harry estaria selado no momento que passasse pela porta.

Ele era jovem demais.

Harry ficou no meio da cama, observando suas mãos sob o seu colo. Não iria negar que estava com medo. Seus dedos tremiam.

Narcisa demorou um pouco, mas foi embora no fim. Olhando pela janela, Harry viu que o céu agora estava limpo, a lua brilhando em seu esplendor.

O click de uma porta se abrindo.

Era Voldemort ali.

- "Tão lindo..." - Ouvi-o murmurar enquanto se aproximava, como um predador que finalmente encurralou sua presa. - "E completamente meu."

Voldemort o empurrou para se deitar, ficando por cima do seu corpo. Suas mãos subiam pelas suas coxas, trazendo o tecido suave da camisola junto. Não tinha utilidade em resistir.

Harry olhou para o lado.

A lua estava linda.

Voldemort beijava seu corpo.

O céu estava tão limpo como se nunca tivesse chovido.

Suas pernas foram abertas.

As estrelas estavam brilhando belamente.

HushOnde histórias criam vida. Descubra agora