[concluída]
Harry Evans era um escritor de fanfics conhecido por trabalhar principalmente com universos alternativos e ter uma língua bastante afiada.
Bem, ele não hesitava nem por um segundo antes de criticar as fanfics alheias. Ortografia ruim e e...
— "O Malfoy? Sério?" — Se virou às pressas, vendo Sirius parado na porta que Draco passou não havia nem mesmo um minuto. — "Tudo que te faz feliz, filhote, mas de todos os homens do mundo, o Malfoy?"
— "Deixe de falar assim do menino, poderia ser pior." — E, claro, onde Sirius estava, Remus aparecia pouco depois.
— "Não me leve a mal, não tenho nenhum problema com os loiros oxigenados além dos óbvios, mas com tanto loiro no mundo, você quer logo aquele loiro? Ai!" — Levou um beliscão de Remus, tinha certeza.
Harry arqueou as sobrancelhas, ajeitando sua camiseta.
— "Não foi nada demais, nós nem temos algo. Mas, da próxima vez, eu gostaria de não ter plateia."
— "Por Merlin, não! Não estávamos vendo você em suas atividades libidinosas! Só ouvimos… sons… sabe, aquele Malfoy não é exemplo de discreto." — Bem, Harry estava ocupado demais para perceber isso, mas com a insinuação, esboçou um sorrisinho malicioso.
— "Então isso quer dizer que eu sou muito bom no que faço~" — Cantarolou, vendo Sirius ficar tão verde que achou que ele ia vomitar nesse momento.
— "Não! Eu não quero saber os detalhes da sua vida sexual, muito obrigado!" — Sirius saiu, deixando Harry e Remus sozinhos.
Passou-se apenas alguns segundos antes que caíssem na risada.
Estava pronto para ir, precisava de um banho e não queria deixar Elliot tanto tempo sozinho, mas Remus segurou seu braço.
— "O Malfoy parece gostar muito de você, Harry." — Iniciou, e Harry apenas franziu o cenho, não sabendo onde ele queria chegar com isso. Remus suspirou, o soltando e dando passagem.
Seja o que for, ele parecia decepcionado.
Quando ele falou mais alguma coisa, Harry estava longe o suficiente para não ouvir — ou simplesmente se fez de surdo às suas palavras.
Deu banho em Elliot e depois tomou um também, deitando-se na cama com ele em cima de seu peito, assim dormiria mais rápido.
Respirou fundo, sentindo sua cabeça doer ao tentar assimilar tudo o que aconteceu hoje.
Draco.
O nome dele não saía de sua cabeça nem por um segundo.
Estava sendo egoísta?
Draco o amava, então, ele não iria se importar, certo? Na verdade, apostava que ele se sentia o homem mais feliz do mundo agora.
Sentia como se seu peito estivesse queimando e sua cabeça apenas não quisesse descansar. Olhava o céu pela janela, havia realmente alguém assistindo tudo isso lá de cima?
Se existisse um deus no fim das contas, Harry o odiava. Porque, toda vez que fechava os olhos, a única coisa que conseguia ver era o vermelho dos olhos dele.
E se sentiu culpado ao lembrar de Draco, porque toda vez que ele o tocava, a primeira coisa que pensava era nele.
Estava sufocando.
Respirou novamente.
"Você pensa em mim muitas vezes, Harry?"
Abriu os olhos e teve que conter o impulso de se sentar. Olhou para os lados — não havia ninguém.
E, por um segundo, teve medo de fechá-los novamente.
Viu dois garotos sentados no gramado verdinho, os dedos a um centímetro de distância, mas ainda parecia a diferença entre o céu e a terra.
E talvez, realmente fosse, afinal, um deles tinha a pele da cor da terra enquanto o outro parecia ter sido beijado pelo sol.
Um deles herdou os olhos de mel de sua mãe, o outro, o escuro da noite do pai.
Um sorriso branquinho e a pergunta viajando pelo vento: Como você vê o amor?
Antes que pudesse saber a resposta, uma mão tocou seu ombro. Quando olhou para trás…
— "Nosso amor é deus, querido." — Olhos vermelhos e o mesmo sorriso maldoso nos lábios.
O sorriso sumiu e ele se aproximou ainda mais, mantendo seu corpo no lugar ao o segurar pela nuca. Juntou seus lábios, não dando espaço para Harry desistir e o dominando completamente.
— "Não esqueça a quem você pertence."
Era madrugada ainda, o vento frio entrando pela janela fez com todos os pelos do seu corpo se arrepiarem. As mãozinhas de Elliot apertavam sua bochecha e ele balbuciava coisas sem sentido.
— "Está com frio, querido?" — O segurou em seus braços, se levantando para fechar a janela. — "Pronto… agora, é hora de ir para cama."
Não foi complicado fazer Elliot adormecer novamente, dessa vez, o deixou no berço e o observou dormir por alguns minutos. Não sentia sono.
Saiu do quarto e desceu as escadas, não havia ninguém acordado nessa hora. Descobriu o quadro de Walburga, que tomou a decisão certa de não começar a gritar no momento que o viu.
— "Lady Black."
— "Jovem herdeiro." — Cumprimentou de volta e Harry puxou uma cadeira para se sentar.
— "Se me permite, Lady Black, gostaria de fazer uma pergunta." — Ela acenou com a cabeça, e Harry respirou fundo: "Existe algum livro em sua biblioteca que me ajude a remover esse anel?"
Tempos desesperados exigem medidas desesperadas.
oOo
Olá, bom dia, boa tarde, boa noite, meus caros masoquistas. Eu não costumo falar muito da minha vida pessoal, mas sinto que dessa vez será necessário.
Minhas aulas irão retornar nessa segunda e, por diversos fatores além do meu controle, eu tenho dezoito matérias na minha grade curricular. Isso significa que meu tempo livre vai diminuir de forma significante e eu não poderei me dedicar a escrita tanto quanto antes.
A única coisa que me dá alívio é que, com Hush em sua reta final, o peso em meus ombros diminui um pouco e eu posso pegar leve e tomar meu tempo para construir um final digno.
Enfim, basicamente, toda essa enrolação para dizer que provavelmente as atualizações ficarão mais escassas agora.
Entretanto, porém, mas, todavia, não deixem esse capítulo ainda! Eu tenho um pequeno presente para vocês~ Para me deixar na Vibe™ de escrever, eu criei uma pequena playlist inspirada em hush e gostaria de compartilhar com vocês, caso tenham alguma sugestão de música, sintam-se a vontade para me dizer!
