E que assim seja.
Harry nunca pensou que iria se encantar com um sorriso assim tão fácil.
As mãozinhas em seu rosto, a risadinha gostosa de ouvir e o sorriso desdentado.
Um bebê, como qualquer outro.
Como algo que nasceu da violência, do (seu) sangue, da (sua) dor, poderia ser tão puro?
Como pode passar tanto tempo odiando um pequeno e indefeso bebê?
Quando ele nasceu, nem sequer quis vê-lo, ou segurá-lo nos braços. Naquele dia, jurava ter visto olhos vermelhos, mas agora apenas via os olhos verdinhos como uma floresta, inocentes, curiosos.
E Harry ainda pensou em matá-lo.
Era seu filho, completamente seu. Não de Voldemort, apenas seu. Tinha seus olhos, tinha suas orelhas de raposa, como poderia ser de qualquer outra pessoa?
— "Meu filho." — Harry nunca pensou em paternidade muito profundamente. Sempre parecia um sonho muito distante.
Com a sua voz, o bebê em seus braços deu mais uma risadinha.
Não poderia mais chamá-lo de Caim, ele não era filho de Voldemort para carregar um nome escolhido por ele.
— "Harry?" — Virou-se para trás, vendo Sirius com um semblante preocupado na porta, mas ao ver o bebê em seus braços, aparentemente seguro, pode suspirar aliviado. — "O que está fazendo?"
Bem, como explicar?
— "... eu quis ver meu filho." — Empinou o nariz, soando muito orgulhoso. Sirius ficou claramente confuso.
— "Seu filho." — Ele afirmou novamente, dividindo um olhar entre o bebê e Harry.
— "Exatamente." — Talvez não fosse o melhor pai do mundo, nem poderia oferecer tudo que seu filho precisava. Mas estava disposto a tentar.
O único brilho que poderia se agarrar, a única coisa boa que trouxe consigo daquele inferno.
E era hora de dar um nome à sua pequena esperança.
— "Elliot. Elliot Le Fay, e que assim seja." — Elliot deu uma risadinha novamente, Harry não demorou a decidir que amava aquele som. E, finalmente, pode sorrir novamente.
Elliot, para o seu avô.
Ellie, seu pequeno raio de sol.
oOo
Grimmauld Place era incrivelmente mais alegre agora que havia um bebê residindo ali.
E Sirius assistiu com admiração a vida que pareceu voltar ao seu afilhado. Ele e Remus tiveram uma conversa e decidiram que talvez realmente fosse o melhor deixar Harry cuidar da criança, estava ajudando em sua recuperação.
Tudo que pudesse fazê-lo sorrir de novo era bom.
Mas ainda sim, mantinham um olho nele, para caso de alguma forma colocasse a sua vida e a do bebê em risco.
A senhora Weasley ajudava Harry com o básico, mas seu afilhado era terrivelmente ciumento com Elliot.
Harry pode ter o quarto do herdeiro que era seu por direito, onde o berço também foi colocado.
Era bom ter seu afilhado de volta.
Ele saía andando pela casa com Elliot nos braços, cantando músicas que Sirius nunca tinha ouvido e contando diversas histórias.
Elliot era um bebê muito tranquilo, quase nunca chorava e era, como Harry gostava de chamar, um pequeno raio de sol.
Era fácil esquecer quem era o outro pai. Fácil demais.
Sirius apenas poderia agradecer, pensando que talvez apenas deram sorte que Ellie puxou a Harry.
Afinal, maldade não era um traço genético.
Era uma quinta feira típica, talvez não tão típica assim. Faz uma semana que Harry estava em Grimmauld Place.
Seguro, são e salvo.
Hoje, veriam se a questão de seu anel seria resolvida.
Gui Weasley, quebrador de maldições.
O resultado, após uma profunda análise, foi um tanto decepcionante, mas nada do que Harry já não esperasse.
— "Esse anel está ligado um contrato mágico, não é possível retirá-lo sem desfazer o contrato primeiro." — Harry deslizou o dedo pela pedra preciosa que adornava. Um rubi.
Odiava vermelho.
Parecia uma hipótese estúpida, mas…
— "E se eu cortar o meu dedo fora?" — Se isso significasse liberdade, era um preço pequeno a se pagar.
Mas, aparentemente, Gui e Sirius não pensavam como ele devido a surpresa em seus rostos.
— "Absolutamente não. Só iria piorar tudo, ativando a maldição do anel. É impossível até mesmo para mim prever o que vai acontecer se você fizer isso." — Ok, nada de auto amputação então.
— "Então, como eu posso me livrar do maldito contrato?" — Tinha que haver uma forma, sempre havia uma brecha em tudo. Nenhuma lei, nenhum contrato, nenhum crime era perfeito.
— "Se ambas as partes assinarem um termo para quebrar o contrato, ou… se uma das partes morrer." — Harry não estava disposto a morrer agora, muito obrigado, o que só restava…
— "No exato momento que ele morrer eu estarei livre, não é?" — Recebeu um aceno afirmativo. Então, era bastante simples, apenas tinha que matar Voldemort. — Preciso falar com o professor Dumbledore, eu tenho informações para ajudar na guerra."
— "Eu não irei deixar você se envolver nessa guerra, Harry!" — Sirius foi rápido em se manifestar. Harry se irritou — já estava envolvido mais do que queria.
— "Essa guerra também é minha no momento que aquele maldito me sequestrou! Ele me machucou, fez da minha vida um inferno, NINGUÉM tem mais razão em querer aquele filho da puta morto do que eu!" — Estava disposto a tudo para que Voldemort morresse.
Tudo.
Até mesmo se aliar a Dumbledore.
Até mesmo assinar um contrato com o diabo.
oOo
Quem diria que teríamos alegria em Hush hein. Foi de 0 a 100 e de 100 a 0 muito rápido-
Enfim, reforçando o que disse no capítulo passado, ainda podem sugerir ideias para um extra~ mas eu gostaria de deixar um pequeno limite de nada muito violento, por favor.
Sim, podem começar a guardar as facas, ainda não teremos picadinho de Voldemort no cardápio.
Uma pequena pergunta para descontrair um pouco: se tiverem uma, qual a imagem mental que vocês tem de mim? Eu costumo imaginar uma aparência e vozes para os leitores, principalmente os que comentam com muita frequência e espero que eu não seja a única~
Enfim, obrigado por ler, bebam água, fiquem em casa e seguros, Cya!~
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Hush
Fanfiction[concluída] Harry Evans era um escritor de fanfics conhecido por trabalhar principalmente com universos alternativos e ter uma língua bastante afiada. Bem, ele não hesitava nem por um segundo antes de criticar as fanfics alheias. Ortografia ruim e e...