Capítulo Quarenta

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A teoria do caos.

Esse mundo é apenas um sonho de uma borboleta.

Ou talvez, o seu mundo fosse um sonho…

Talvez…

Harry sempre gostou dessa teoria.

O sonho da borboleta, a instabilidade de saber se seu mundo era real ou não — se era apenas alguém brincando de deus.

Nunca foi muito religioso, mas a ideia de alguém ditando cada passo de sua vida era intrigante, confortante e assustador.

Harry gostava de brincar de deus, era pra isso que serviam as fanfics que criava.

Mas não era o deus aqui.

No sonho de uma borboleta, não era nada mais que uma ideia passageira, um pensamento fugaz — que seria esquecido no momento do despertar.

E Harry sabia que o esquecimento seria a única coisa que existiria no final.

Seja Hadrian Le Fay ou Harry Evans, nada dura para sempre.

E, se Hadrian Le Fay fosse apenas um sonho de uma borboleta, quando Harry Evans acordasse o que iria fazer?

Uma ideia passageira.

Um pensamento fugaz.

Esquecido no momento do despertar.

Uma semana se passou na batida das asas de uma borboleta.

Finalmente conseguia colocar os pés no chão sem sentir a dor fantasma, a mera lembrança das agulhas fazem seus dedos encolher e todo seu corpo se arrepiar.

Mas precisaria de mais do que isso para ceder.

E tinha certeza que Voldemort sabia disso.

O maldito homem deveria estar apenas satisfazendo algum desejo sádico em vê-lo sofrer. Não duvidaria se o filho da puta (com todo respeito, porém não muito já que ela é outra desgraçada, a Mérope) tivesse uma ereção apenas com a lembrança do que fez a Harry.

E claro, havia Fenrir.

— "Eu realmente espero que você tenha aprendido sua lição e pare de ser estúpido dessa vez. Apenas desista, faça o que Voldemort quer e vai ficar tudo bem, não acha?" — Harry não conseguia se concentrar no xadrez com um cachorro irritante latindo.

— "Não, não acho. Por isso ser exatamente o que ele quer, não vou desistir." — Poderia ter uma ideia do tipo de careta que Fenrir estava fazendo agora.

— "Sabe o que você está fazendo!? Dificultando a vida de todo mundo! Se você fosse um pouco mais obediente, Voldemort não iria agir como uma vadia toda vez que você se comporta mal." — Harry finalmente olhou para Fenrir. Ergueu as sobrancelhas, ele pensava que conseguiria algo com aquele discurso?

— "Você acha que eu me importo? Ele pode fazer a vida de vocês comensais um inferno, eu não ligo, já tenho o meu próprio inferno para me preocupar." — Harry sabia que o lobisomen odiava ser colocado na mesma caixinha que os comensais, mas talvez ele estivesse certo.

Fenrir não era um comensal, estava mais para mascote.

— "Vocês dois se merecem. Uma vadia sádica e uma vadia egoísta, um par escrito nas estrelas! Sinceramente, se não fosse me ferrar ainda mais, eu iria querer muito que você apenas fugisse ou morresse de uma vez."

Revirou os olhos, continuando seu jogo.

Seria ótimo fugir ou morrer de uma vez.

Mas infelizmente nenhum deles estava disponível agora.

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