Capítulo Seis

1.9K 322 213
                                    

Saltando de uma torre.

Harry não era uma pessoa muito matinal. Como um estudante universitário e escritor, ele tinha o péssimo hábito de virar noites para concluir trabalhos ou editar histórias e acabou levando esse péssimo hábito a esse mundo fictício também, tendo que ser praticamente arrastado pelos elfos para dormir um pouco.

Não era sua culpa se o maldito Hadrian tinha 5.167 heranças e ele queria ter uma base de cada uma delas. Ele era quase o perfeito esteriótipo da Corvinal do estudante modelo, a diferença é que Harry só estudava aquilo que lhe interessava.

Por exemplo, seu nível de matemática era praticamente o mesmo de uma criança do sexto ano, mas ele pode lhe explicar com detalhes sórdidos a primeira guerra mundial.

Era o mesmo com magia, Harry duvidava que conseguisse lançar o mais básico vingardium leviosa, mas ele conseguiria criar um exército de mortos vivos sob seu comando em um piscar de olhos.

Por seu péssimo hábito de sono, quando Harry acordou (ou melhor, foi acordado) ele estava atrasado, tipo, muito atrasado.

Ele tomou o banho mais rápido da sua vida, pegou seu horário e material e apenas pegou uma maçã pra comer pelo caminho. Harry praguejou todos os deuses que ele conhecia pela primeira aula do dia ser poções.

Para a sua sorte, ele chegou a tempo, num timing perfeito e se sentou ao lado de Ron, que lhe contava sobre o berrador que Draco recebeu de seu pai naquela manhã:

"Era a hora do correio, na mesa da Grifinória as coisas se tornaram um pouco agitadas.

— "Vejam, o Malfoy recebeu um berrador!" — Alguém fez questão de dizer alto e claro para todo o Salão ouvir.

Engolindo em seco, Draco abriu o berrador, logo ouvindo a voz estridente de Lucius Malfoy.

DRACO LUCIUS MALFOY! COMO OUSA IR PARA A GRIFINÓRIA DE TODOS OS LUGARES!? QUALQUER LUGAR SERIA MELHOR, ATÉ MESMO LUFA-LUFA AQUELA CASA CHEIA DE PERDEDORES, SEU MALDITO… MALDITO… AGRADEÇA A SUA MÃE POR EU NÃO TER TE DESERDADO NESSE MOMENTO!"

Harry sentiu um pouco de pena de Draco, mas não teve muito tempo para se focar nisso.

Snape entrou na sala com todo aquele drama que só ele sabia fazer e deu seu discurso icônico que Harry assistiu tantas vezes que praticamente decorou cada palavra:

"Vocês estão aqui para aprender a ciência sutil e arte exata do preparo de poções. Como aqui não fazemos gestos tolos, muitos de vocês podem pensar que isto não é mágica. Não espero que vocês realmente entendam a beleza de um caldeirão cozinhando em fogo lento, com a fumaça a tremeluzir, o delicado poder dos líquidos que fluem pelas veias humanas e enfeitiçam a mente, confundem os sentidos… Posso ensinar-lhes a engarrafar a fama, cozinhar glórias, até zumbificar se não forem o bando de cabeça-ocas que geralmente me mandam ensinar."

Inferno, todos os pelos do seu corpo estavam arrepiados. Snape deveria largar o trabalho de professor e começar a fazer ASMR, com certeza iria faturar uma grana.

— "Le Fay!" — O professor o chamou e Harry gemeu internamente. Porra, eu nem sequer pareço com James, pode parar de pegar no meu pé?

— "Sim, professor?" — Para o resto da turma, a voz de Hadrian estava perfeitamente normal, porém, para Snape ele soava exatamente como Lílian. Quando o homem olhou em sua direção, ele pode ver uma figura semelhante a sua amada.

Aparentemente, isso foi o suficiente para o professor não continuar o marcando já que apenas chamou outra pessoa ao invés dele. Harry suspirou aliviado, aquela herança de Kitsune estava se mostrando extremamente útil.

HushOnde histórias criam vida. Descubra agora