Capítulo Trinta e Quatro

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Uma boneca de luxo.

Os dias passaram em um sopro. Harry passava a maior parte do tempo na cama, sem nenhuma visita além de Narcisa, que estava sempre ao seu lado, e o curandeiro verificando seu estado.

Ainda doía muito.

Voldemort não apareceu e ninguém ousou mencionar a criança perto de Harry, visto a reação negativa que ele tinha e que poderia prejudicar sua recuperação.

Sentia como se seu corpo nunca mais fosse ser o mesmo de antes. Massagens eram constantes e teve que praticamente reaprender a andar.

Para ajudar a voltar a ficar em forma o mais rápido possível, usava uma cinta, que além de ser esteticamente agradável ajudava aos músculos voltarem ao lugar.

De primeira, Harry ficou horrorizado com os sangramentos, até Narcisa lhe dizer que era normal.

Sua alimentação consistia em qualquer coisa líquida e nutritiva o suficiente.

Dois meses se passaram até que Harry estivesse recuperado do parto. Narcisa teve que ir, deixando-o sob os cuidados dos irmãos Lestrange novamente.

Em uma semana faria dezesseis anos.

Mesmo com sua recuperação total — estava até melhor do que antes da gravidez —, não viu Voldemort nenhuma vez.

Isso o deixava ansioso, tenso e, principalmente, preocupado. O que ele estava tramando?

Por outro lado, ficava mais tranquilo por não ter que ver seu rosto.

A paz era uma benção e uma maldição.

Agora ele tinha mais tempo para pensar.

Pensamentos que não gostaria de ter.

Era um menino, o curandeiro disse. Harry sentiu um arrepio subir pela sua espinha apenas por tentar imaginar uma pequena cópia de Voldemort.

Olhos vermelhos.

A criança teria os olhos vermelhos dele?

Por um segundo, torceu para que o menino fosse um aborto mágico, mas aquilo seria impossível. Ele ainda estava em uma fanfic, afinal.

Anos e mais anos… quanto tempo aquela tortura iria durar?

Apenas queria voltar para sua vida, seus amigos, sua mãe… Mas nada nesse mundo era de acordo com suas vontades.

Ainda conseguiria ter uma vida após isso?

Conseguiria voltar a sorrir, abraçar e falar como antes? Não ficar tenso a cada pequeno contato físico?

Ele sequer poderia voltar?

— "...ry….. harry..!" — A voz o trouxe de volta do poço dos seus pensamentos. Rabastan o encarava, preocupado, com as mãos apertando seus ombros.

Harry levou uma das mãos até o peito, sentindo seu coração acelerado e a urgência em respirar que lhe atingiu com força.

— "Harry, Harry..! Foque na minha voz, ok, Harry? Respire fundo, agora solte… Isso, novamente, Harry… Respire, expire…" — Ele o ajudou a recuperar o ritmo, limpando o suor de sua testa antes de se colocar de pé novamente e suspirar aliviado. — "Você realmente me assustou agora. O que aconteceu, Harry?"

— "... Pensamentos. Muitos." — Soava como algum tipo de homem primitivo falando dessa forma, mas pouco se importava em usar sua energia para formar frases coerentes.

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