Capitulo 34
Tarkan ll – bônus
Meus olhos ardem conforme a luz do dia vai entrando pela janela do hospital do quarto VIP onde Ayra está. Isso me faz lembrar que eu não dormi a noite toda, que fiquei olhando para a única coisa que me importa no pouco tempo que tenho. Sei que quando ela acordar as coisas vão ficar confusas para ela e que ela pode até me odiar pela escolha que estou prestes a fazer.
Inspiro uma boa quantidade de ar, sabendo que meu tempo está acabando.
— Café? — a voz de Penélope chama a minha atenção e a vejo me estender o copo grande e fumegante.
— Obrigada. — agradeço pegando o copo e sendo incapaz de encarar a tia de Ayra.
Penélope se senta ao meu lado na outra cadeira e suspira.
— Sabe de uma coisa? — indaga me fazendo olha-la rapidamente em silencio. — Meu pai dizia que nem sempre as escolhas que fazemos pensando ser o certo é a escolha certa. Às vezes só pensamos estar no caminho certo.
Talvez eu entenda o que ela queira dizer com isso. A verdade é que contei a ela que teria que deixar Ayra e a pedi que não fizesse perguntas quanto a isso, mas eu sei que ela é esperta e sabe o que eu quis dizer.
Respiro soltando o ar preso e lamentando por tudo.
— Pode me prometer uma coisa? — pergunto e a vejo consentir apenas com o olhar. — Pode, por favor, não sair do lado dela? Vai ser doloroso e eu não quero que ela sofra. Ajude-a viver novamente depois de mim.
— Vai mesmo fazer isso? — não respondo a pergunta. Dentro de mim já me sinto culpado o bastante por estar deixando Ayra. Meus olhos se levantam para Penélope. — Então posso fazer só mais uma pergunta? — consinto. — Você ainda a ama?
Essa pergunta fez a minha mente viajar em todos os dias que passei ao lado de Ayra. Desde o dia em que ela desceu as escadas no nosso casamento ate o nosso ultimo dia. Tudo passa pela minha mente como uma lembrança dolorosa que agora não passará disso. Como eu queria pedi-la em casamento, a ver sorrir todas as manhas e caminhar pela casa descalça. Como eu queria mais tempo ao lado dela. Ayra foi e sempre será a única mulher que eu amei em minha vida, meu coração jamais vai pertencer à outra, porem, vou abrir mão desse amor agora e ter que deixa-la ir. Não posso olhar para trás e não há como voltar atrás. Estou desistindo da gente.
— Com todas as minhas forças. — respondo do coração e encaro Ayra na cama sentindo meu coração apertar. — Com todas elas, mas, eu tenho que ir. — encho-me de uma força falsa e fico de pé dando as costas para ela em um modo de ficar mais fácil ou de mentir para mim mesmo. — Adeus, senhora Marques.
Caminho para a porta e toco a maçaneta a rodando, colocando um fim nisso tudo e me tornando um péssimo homem.
[...]
Entro em casa e o cheiro de perfume dela vem a toda velocidade invadindo as minhas narinas. Meu coração salta, ele sabe e sente. Tudo dentro de mim está quebrado e não a como refazer.
— Bem vindo senhor Tarkan. — Monroe se aproxima e posso perceber seu semblante triste.
— Você fez as malas que eu pedi?
— Sim senhor e já estão no carro a sua espera. — balanço a cabeça e encaro as escadas, posso até vê-la descendo as escadas radiante. Não posso cair agora, a vida dela depende de mim. — Senhor? — encaro Monroe. — O que eu digo para a senhora Ayra quando ela acordar?
Engulo a saliva e penso profundamente. Se eu vou fazer isso então que seja logo.
— Não será preciso dizer nada. Estou saindo dessa casa e possivelmente vamos nos ver diante da justiça.
Monroe faz uma expressão triste.
— Vai mesmo se divorciar da senhora Ayra?
— É eu vou. — respondo e encaro o nada. — Nossa historia acaba aqui.
[...]
— Nem acredito que estamos aqui. — diz Beatrice saboreando um belo prato de comida. Tudo isso me enjoa e tento ao máximo manter a postura. — O que foi? Não gostou da comida que eu preparei para a gente?
Olho o prato intacto e o empurro. Ate mesmo estar sentado na mesa da casa dela e na propriedade dela me faz sentir um falso homem.
— Como você pode fazer isso? — pergunto tão baixo que sinto raiva.
— Isso? — ela franze o cenho. — O que foi? Algo não te agrada meu amor?
Bato na mesa fazendo pedaços de comida voar e a mesa estremecer. Beatrice continua me olhando.
— Não me chame assim. Não ouse nunca me chamar isso porque eu jamais vou amar você. Eu não tenho sentimentos por você e não vai ser essa ameaça que me fará ter. Eu amo apenas uma mulher nessa vida e jamais vou mudar isso.
Beatrice me olha por um longo tempo e logo em seguida limpa seus lábios carnudos com o guardanapo. Toda a tranquilidade dela me deixa nervosa ainda mais.
— Acabou com o seu teatro? — indaga e não espera resposta. — Pois bem, deixe-me aquecer a sua memoria. Você está aqui na minha casa e que em breve será a nossa casa. Você se casará comigo e não vai demorar em se divorciar. Quando a sua mulher souber que a traiu ela vai te odiar para sempre.
— Você é uma mulher vazia Beatrice. — falo friamente.
Ela sorri de canto.
— Eu só estou pegando o que é meu. Agora por favor, pare dar birra como uma criança e de me ofender. Não se esqueça de que a vida dela ainda está em minhas mãos e eu posso fazer o que eu quiser a qualquer momento. — Não sou capaz de responder me entregando como refém. — Muito bom, agora se prepare que o meu advogado virá te ver para dar entrada aos papeis do divorcio. Quero me casar com você o mais rápido possível.
Ela sai da mesa me deixando em silencio sem ter forças para lutar. Sinto uma necessidade enorme de ver Ayra, de saber se ela está bem ou não. Meu coração está ferido tão profundamente que eu sou incapaz de deixar passar.
Eu amo aquela mulher e é por ama-la que preciso me soltar dela uma vez por todas.
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Fale agora ou cale-se para sempre
RomanceNÃO REVISADO - CONTÉM ERROS. Ganhador na categoria; Melhor Hot do concurso Deuses Literários ✨🥇 Primeiro lugar no concurso Em busca de best Sellers na categoria New Adult 🥇✨ Ayra foi obrigada a viver a sua adolescência sendo treinada para ser a es...