Capítulo 2

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                                                                                 CAPITULO DOIS 

O silencio se arrastava dentro do carro de luxo na estrada escura. Só de estar sentada ao lado desse homem indo para o que seria nossa lua de mel já sinto vontade de vomitar.

Abro o vidro para que um pouco de ar entre e eu não tenha um ataque cardíaco.

— Sabe, temos um bom ar dentro do carro, caso queira saber. — fala ele quebrando o silencio.

— Não quero.

Ele sorri soltando um "rum" no meio da risada.

— Devemos ir para nossa lua de mel amor? — o encaro mortalmente. — O que? Somos casados agora, caso não saiba...

— Se tentar tocar em mim eu ficarei com todo seu império! — ameaço.

— Isso quer dizer que me matará? — viro o rosto sem responder, pois não suporto nem olhar para ele.

Não demora muito para que ele feche meu vidro.

— O que você está fazendo agora? — pergunto o fitando.

— Eu não gosto de vento. — fala e logo em seguida aperta o botão ligando o som, que começa a tocar a musica don't worry be happy do Bobby mcferrin. — Bem melhor. — fala sorrindo embalando na batida da musica.

— Fala sério! — desligo o som.

Ele vai e liga de novo, vou e desligo, ele liga e eu desligo.

— Querida, não faça isso. — fala.

— Não me chame de querida, se possível não dirija a palavra a mim. Eu odeio o som da sua voz. — disfiro sem piedade.

— Igualmente querida. — fala ele ligando o som de novo.

Se existir varias formas de odiar uma pessoa então eu odeio esse homem. Do cheiro até o modo como sorri de tudo me faz ter vontade de matá-lo. 

Quando esse pesadelo acaba?

[...]

Algum tempo depois o carro para frente a um portão marrom grande e imediatamente ele se abre.

O carro passa por uma passarela cercada por árvores verdes e de diversas espécies, logo já é possível ver a mansão dos Montenegro, já avisto uma fonte em cascatas rodeada por uma grama verde baixa com mais flores e verde. A mansão é toda detalhada como se fosse um castelo na cor branca meio cinza, as enormes janelas de vidro ficam pequenas se vistas por baixo.

— Bem vindo senhor Montenegro. — um homem engravatado abre a porta do carro.

Ele não parece ter menos que 37 anos, barba e cabelo curto.

— Obrigada Felipe.

— Senhora? — ele espera com a porta aberta que eu saia.

Viro o rosto presa ao banco. Eu me recuso a descer e ter que ficar ao lado desse homem.

— Vamos querida esposa, não se acanhe. — fala o fulano. — Estão todos esperando para recebê-la.

Encaro a entrada da casa e estão um total de cinco pessoas bem vestidas com as mãos para trás a espera.

— Não vou descer. Essa noite eu ficarei aqui no carro e... — Não termino de falar quando vejo as mãos de Tarkan tirar meu cinto e me arrastar para fora do carro, pior que isso, me colocando em seu ombro. — Ah! Coloca-me no chão seu idiota! — me sacudo toda mais ele não me solta, me mantendo de cabeça para baixo.

— Fique quieta senhora fúria. — fala.

— Me coloque no chão! — grito e ele me solta. — Como ousa fazer isso?! — pergunto indignada ajeitando meu cabelo.

— Não se preocupe, continua linda querida.

— Por que você não vai se...

— Olha a boca, temos visitas. — ele pisca para me provocar.

Respiro fundo encarando as pessoas me olhando todas sem jeito.

— Olá. — falo partindo para dentro mesmo sem ser convidada.

Quando passo porta adentro reparo que essa casa com certeza é maior que a minha cinco vezes.

O piso é xadrez único, com uma mesinha de vidro no centro e dois bancos. A escada é dupla, de um lado ao outro toda branca, os lustres são riquíssimos em detalhes dourados o corrimão é escuro. Esse lugar foi criado para um deus, não para esse homem.

— O que acha? — pergunta Tarkan ao meu lado.

— Não combina com o seu coração negro de pedra.

Ele me lança um olhar profundo que não sei dizer o que está se passando na cabeça dele.

— Me espere no quarto como uma boa esposa, terei que resolver uns assuntos. A senhora Monroe ira te mostrar tudo.

Abro a boca semicerrando os olhos.

— O que você disse?

— Que a senhora Monroe ira te mostrar tudo.

Ele sai junto de um homem que o esperou na porta calado.

Esse homem não pode estar falando serio, se ele acha que vai me fazer sua mulher ele está muito enganado! Ele acabou de assinar a sentença de morte dele.

— Senhora Montenegro? Permita-me mostrar tudo? — a mulher de terninho preto e cabelos vermelhos presos aponta com a mão. Ela parece ser bem jovem e bonita também. 

— Só me chama de Ayra, por favor, sem Montenegro ou senhora.

Ela não responde, apenas mexe a cabeça delicadamente.

A sigo para a enorme casa e ela me mostra o que pode. Vários quartos, salas, salas de piano, cozinha, sala de jantar, sala de chá...

A exaustão já toma conta de mim.

Não posso acreditar que Tarkan more sozinho nesse lugar, também com a sua fortuna não é de admirar que ele tenha esse tipo de casa.

— Aqui será a área do quarto do casal. — ela fala abrindo uma porta dupla e mostrando um corredor grande com uma vista aberta para um jardim imenso e também um lago. — Por favor, entre.

Entro por estar encantada com a vista que estou vendo. Posso jurar que quando o vento bate alguns respingos de agua tocam minha pele.

O quarto é aberto, imenso com janelas grandes e portas de vidro.

Tudo parece ser inimaginável.

— As coisas da senhora devem chegar pela manhã, mas tem tudo que precisa no closet. Deixe-me saber se precisar de alguma coisa.

— Ah, sim.

O closet é imenso e dividido, de um lado o que é meu e do outro de Tarkan. A espelho dos dois lados e um banheiro grande com banheira e hidro.

Sento-me na cama grande e respiro fundo já me sentindo muito solitária nesse lugar.

Eu não quero ficar, não quero estar casada com esse homem, mas não é algo que possa ser mudado, por isso serei a esposa pesadelo, ate que ele me deixe.

Bom, basicamente é isso. Meu casamento só pode ser desfeito se Tarkan quiser, essa é a regra, então vamos fazer com que ele me deixe e bem rápido.

Eu sou a esposa que ele vai se arrepender de ter.

— Espere só Tarkan Montenegro, seus dias estão contados. 

Fale agora ou cale-se para sempreOnde histórias criam vida. Descubra agora