Capítulo 44

342 50 30
                                    

CAPITULO 44

Termino de descer as escadas ainda sonolenta devido ao grande barulho vindo de fora, depois do exame mais cedo eu aproveitei para dormir um pouco e acordo com essa barulheira na minha casa. Assim que observo a entrada da casa não entendo o que quatro homens estão fazendo carregando uma caixa enorme para dentro.

— Vocês podem levar isso para cima. — avisa Leona enquanto os homens carregam a grande caixa. — Isso vocês podem deixar aqui.

— O que está acontecendo aqui? — indago amarrando o roupão.

— Bo tarde. — responde ela com um ar de felicidade que eu nunca tinha visto, não sem suas ironias e deboches.

Nos últimos dias Leona tem estado estranha e não sei o que isso significa.

— Posso saber o que está havendo aqui?

— Comprei algumas coisinhas para o bebe.

Olho a quantidade de coisas sendo despejadas do caminhão.

— Fez isso sem me consultar? — ela me olha pacificamente. — Estamos falando do meu filho Leona, você deveria ter me consultado.

— Para você não me deixar dar nada a ele? — ela sacode a cabeça negativamente. — Conheço você o bastante para saber disso. — ela tem toda razão. — Não estou fazendo nada demais, apenas quero mimar meu neto. Eu posso ou vamos ter que brigar?

Vê-la falando de boca cheia a palavra meu neto confesso que me deixa surpresa. Há um tempo eu poderia provar que Leona me mataria se eu engravidasse, que ela nem mesmo ia apoiar essa gravidez. Agora, a vejo fazendo todos os tipos de coisas, animada e carente desse bebe. Uma mãe reconhece a outra, e eu sou uma agora para saber que Leona está amando a possibilidade de ser avó.

Mesmo que esse novo jeito dela me assuste, eu preciso admitir que preciso dela ao meu lado, que ter alguém para me ajudar nessa hora será bom. Não quero discutir, devo dar-lhe uma chance.

— Tudo bem Leona. — respondo me dando por vencida. — Mas, eu vou escolher as coisas também.

Ela sorri.

— Ótimo. Eu mandei comprar algumas tintas para o quarto do bebe. — avisa animada.

— Você nem sabe ainda de que sexo ele é.

— Por isso comprei cores neutras. Relaxa Ayra, eu sou mãe.

A vejo virar as costas e sair animada como uma jovem cheia de energia.

Suspiro passando as mãos no cabelo bagunçado.

— Monroe? — a chamo enquanto caminho até a cozinha, me arrastando.

— Sim senhora.

— Preciso de um café e reforçado.

Ela sorri.

— Sim senhora.

[...]

Deixo Leona revirar o quarto que será do bebe e subo as escadas indo até o quarto. Entro e procuro uma roupa confortável para vestir. Assim que puxo um monte onde encontro um vestido leve, meus olhos encontram ainda perdida em meu dedo, a fina aliança de ouro que ainda não retirei. Por um tempo eu me esqueci dela, ignorando até o fato de estar agora divorciada. O divorcio que eu tanto quis desde o começo veio para mim e ainda não consigo superar isso.

Retiro a aliança por alguns segundos e é como se eu estivesse tirando uma parte de mim também, de algum modo eu me sinto assim.

Hesito entre colocar ou não ela de volta, não faz sentido.

Fale agora ou cale-se para sempreOnde histórias criam vida. Descubra agora