Capítulo 12

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CAPITULO DOZE

"O que somos é a consequência do que pensamos." Buda.

Cruzo as pernas sentindo o vento. O sol toca minha pele e mexo nos óculos de sol os arrumando um pouco. A bela paisagem da piscina da minha casa me faz lembrar de como é bom estar em casa, respirando um bom ar. Imagens da minha mãe e do meu pai correndo comigo na beira da piscina invadem meus olhos.

Quanta saudade deles.

— Aqui estão nossas bebidas. — titia vem trazendo as taças coloridas enquanto o vento balança seu chapéu.

— Obrigada tia. — pego a bebida gelada e dou um gole pequeno.

— Ah, é tão bom ter você em casa. Claro que você tem sua vida de casada e isso não pode ser trocado, mas você aqui é tão bom. — fala emocionada.

— Também senti falta de casa. — admito.

— Você poderia ter me ligado para avisar que queria vir, e não pedir sua sogra que fizesse. Confesso que fiquei surpresa.

Franzo o cenho, confusa.

— Não pedi. Você quem ligou dizendo que ia me buscar.

Titia franze o cenho desviando os olhos de mim, pensando.

— Eu ando esquecida ultimamente. — reviro os olhos ao vê-la fazer o que faz de melhor, fingir que nada viu ou ouviu e mentir muito bem. — O que importa é que você está aqui. Seu tio ficara feliz em te ver, aquele homem te ama.

Não dou atenção ao amor grande que ela menciona e apenas imagino que algo de muito errado está acontecendo.

A casa estava com uma atmosfera péssima mais cedo, Leona parecia esconder algo de mim, até os empregados e também tem aquele grito perturbador que não sai da minha cabeça.

Odeio o fato de estar tão interessada em assuntos que não são meus. Principalmente que envolvem aquele homem e a família dele.

— Eu vou pedir Cial que prepare um belo jantar para gente. — fala titia saindo.

Eu sempre odiei coceiras, sejam elas pequenas ou grandes e agora mesmo sinto isso atrás da orelha. Definitivamente algo está me incomodando e eu não posso ignorar.

Pego o celular e vou até a agenda, clicando o número de Tarkan.

Coloco no ouvido e ouço chamar, chamar, chamar e chamar até ir para a caixa postal.

Ele agora recusa minhas ligações?

Eu disse para você não ligar. Seja lá o que esteja acontecendo é melhor que não te afete.

O que tem demais em ligar? Ele é casado com ela, o mínimo que poderia fazer era atender o celular. Você fez bem em ligar.

Não, não fez! O que dirá sobre essa ligação perdida? O homem sumiu e a mãe dele praticamente te expulsou de casa como um lixo. É assim que quer ser tratada? Como uma pedra no caminho?

Sacudo a cabeça mandando embora meus pensamentos. Às vezes eles são tão sensatos e reais que chegam a me dar medo.

Mas, eles têm razão. Não posso colocar Tarkan na minha vida tão intimamente assim, nunca.

[...]

A noite chegou trazendo com ela a lua brilhante e cheia, tão grande que eu quase tive a impressão de poder pega-la com a mão. Estou sentada na sacada de casa do andar de cima onde titia colocou cadeiras.

Sempre fui encantada pela noite e pelos mistérios que ela traz, só temo pois, é também na noite que todas as emoções se afloram, causando uma bagunça enorme dentro das pessoas, fazendo com que elas se questionem sobre tudo e que comecem a duvidar do que achavam certo quando a luz do dia brilhava.

Fale agora ou cale-se para sempreOnde histórias criam vida. Descubra agora