Capítulo final

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Capitulo final...

Meus olhos estão presos na televisão na noticia que está passando em todos os jornais da cidade e fora dela. Ainda sinto minhas mãos tremendo quando ouço o nome de Beatrice nas noticias.

— Eu trouxe um chá para suas cólicas. — Leona diz enquanto me oferece a caneca.

Seguro firme e tiro os olhos da televisão para ver o olhar dela.

— Ainda vendo isso? — indaga e desliga a televisão. — Não faz bem para o bebe você ficar vendo essas coisas.

— E tem como não ver? — desço minhas pernas para o chão que já estão inchadas demais. — Até aqui ela consegue chamar atenção.

— A família dela está vindo com um advogado para leva-la a sua terra natal. Em breve ela não estará mais aqui.

Fico aliviada a principio. Beatrice foi julgada e pegou 30 anos de prisão, sem direito a recorrer e já na cadeia ela tentou suicídio, o que deu errado. Agora a família está vindo para busca-la e ter essa mulher longe realmente vai me deixar dormir mais tranquila.

Já se passaram cinco meses desde então e eu estou perto de ter o bebe e preciso de paz, não de me preocupar se ela vai ou não dar um jeito de sair da prisão.

— Eu estou indo para casa. — Leona avisa e pega sua bolsa. — Se sentir alguma coisa me ligue, estarei com o celular.

Desde então Leona tem sido minha companhia na gravidez. Ela e meus tios disputam muito para ver quem dá mais atenção ou quem tem mais direito. Eu apenas deixo ambos para lá, pois não dá para pará-los. Passo a maior parte do tempo em casa e tenho visitas de Cris às vezes.

Enrico acabou tirando um tempo e viajou para longe, às vezes nos falamos, mas não dura muito.

Tarkan desde aquela noite respeitou meu tempo e passa às vezes para ver como estou. Decidimos que o tempo é necessário. Sinto falta dele e sei que ele sente a minha, mas respeitamos o espaço um do outro. Não podemos ser inimigos, somos pais agora e devemos isso ao nosso bebe, ao qual não sabemos o sexo ainda, deixamos para o nascimento.

Estou vivendo em paz, sem ter muito com o que me preocupar e isso já basta.

[...]

Reviro na cama de um lado ao outro e não acho posição para dormir. Estou me sentindo desconfortável e por mais que eu tente relaxar, sinto tudo estranho.

Acabo descendo as escadas e indo preparar algo para comer.

Assim que pego um pedaço de bolo e me volto para sentar, minhas pernas travam com uma dor intensa que vem subindo e para nas minhas costas, indo até a minha virilha.

Solto um gemido e me seguro na beirada da mesa respirando fundo, até que a mesma passe. Alguns segundos e ela vai embora, me dando um alivio.

Decido que não quero mais comer e resolvo voltar para a cama.

Subo os primeiros degraus e quando estou na metade da escada, a dor vem mais forte, me fazendo parar e colocar as mãos no joelho a fim de amenizar, mas ela só aumenta. Acabo soltando outro gemido e a dor só aumenta. Tento dar um passo, mas as minhas pernas não se movem e então que algo acontece.

Sinto algo escorrer nas pernas e meus olhos vão direto para a agua que escorre quente de mim.

— Ai droga. — aperto os olhos sabendo que a minha bolsa acabou de estourar. São 4 da manhã e todos estão dormindo, meu celular está no quarto e não consigo dar nem um passo. — Tudo bem, fique calma. — digo para mim mesma.

Fale agora ou cale-se para sempreOnde histórias criam vida. Descubra agora