Capítulo 14

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CAPITULO QUATORZE.

"O homem é dono do que cala e escravo do que fala." Sigmund Freud.

Muitas vezes os pensamentos são o veneno para alguém. Eles te mutilam e te matam e é exatamente assim que me sinto. Eu tive uma péssima noite, não fui capaz de pregar os olhos e isso tem nome.

Sinto-me muito chateada por ter permitido que aquele homem me beijasse e me manipulasse. Foi ridículo a forma como eu me entreguei aos lábios dele com apenas alguns dias no seu mundo. Que tipo de pessoa eu sou afinal? O que eu estou procurando nisso tudo? As palavras dele não saem da minha cabeça, de como ele me invadiu me dizendo que eu na verdade tenho medo de ama-lo. O motivo da minha frustração é não saber se isso realmente é uma verdade. Eu quase não me conheço, alias eu não me conheço de forma nenhuma. Sinto-me como se estivesse em pé no precipício e que Tarkan estivesse lá em baixo, me chamando para pular, desafiando a morte e a vida porque ele sabe que no final eu irei sempre preferir viver, mas ele me mantem excitante.

Eu odeio isso, odeio muito.

Dirijo-me para a mesa de café. Meu humor não se encontra dos melhores e isso é prejudicial a qualquer pessoa que tente entrar no meu caminho. Agora a raiva é dupla.

- Bom dia senhora.

- Pode me trazer um chá calmante? - peço e ela consente.

Gostaria de parar de pensar tanto na noite passada, isso está me deixando maluca de uma forma assustadora.

- A senhora está se sentindo bem? - Monroe me entrega o chá. - Parece que tem problemas.

- Estou bem Monroe, eu só estou um pouco estressada.

- Se tiver algo que eu possa fazer.

Olho para o fundo na sala de entrada.

Não pergunte.

- Tarkan saiu? - pergunto tentando parecer que não me interesso.

- Não, na verdade o senhor Tarkan trabalhara em casa hoje. - a resposta dela me faz sentir um frio na barriga. - Ele se encontra na sala do segundo andar. Gostaria que eu o chamasse?

- Não! - agora finge que não se importa? - Deixe-o onde está.

Monroe mantem o silencio e agradeço por isso. A minha cabeça parece que pesa uma tonelada. Luto contra muitas vozes e uma delas me grita para ir até ele.

- Monroe?

Aperto os olhos já impaciente.

- Senhora Leona. Bom dia.

É tudo que eu preciso hoje, dessa mulher falando ao meu ouvido.

- Não vai me dar bom dia? - demoro em perceber que ela está falando comigo.

- Melhor não desperdiçar. - respondo voltando a mexer no chá.

- Monroe? Traga um prato para mim. - fala Leona se sentando. - Agora me sinto faminta.

Hoje não Leona, hoje não.

Olho para ela sentada na minha frente e mantenho o rosto amigo, sorrindo.

- Qual dose de veneno trouxe hoje? - a provoco.

Ela ri.

- Na verdade eu estou muito animada hoje.

- Ah! Mesmo? Não me diga.

- Sim. - ela para de encarar o prato e me olha. - Alguém de quem eu e meu filho gostamos muito está voltando para a cidade. Acho que com essa chegada as coisas vão melhorar muito, portas vão se abrir e outras vão se fechar.

Fale agora ou cale-se para sempreOnde histórias criam vida. Descubra agora