Capítulo 11

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CAPITULO ONZE

"a raiva é um veneno que bebemos esperando que os outros morram." William Shakespeare.

Levanto os olhos rapidamente depois de tira-los do papel e encaro Tarkan do mesmo jeito que tenho encarado pelas ultimas duas horas que estamos aqui, sentados no escritório e trabalhando no projeto da mansão do senhor Montes.

Desvio o olhar quando quase sou pega o olhando mortalmente com chamas de raiva.

Tarkan está sentado no sofá de couro enquanto observa uns papeis atentos e eu estou do outro lado sentado na cadeira em frente à mesa desenhando o jardim e o silêncio se arrasta pelo cômodo quadrado. Desde a manha não nos falamos e prefiro que ele nem tente me convencer que ficar ao lado dele é o melhor para nós dois, pois eu jamais vou aceitar esse fato.

O silêncio é quebrado quando o celular dele começa a tocar. Ele se levanta atendendo.

- Diga. - atende assim saindo.

Essa é a brecha perfeita para mim. Levanto-me correndo e vou ate a mesa dele pegando a chave do seu quarto de relíquias que ele deixou na mesa aos meus olhos tão descuidadamente.

Corro para o papel e desenho a forma dela, tomando cuidando para não errar em pedaço se quer, não posso correr o risco de perder essa chance, talvez eu não a tenha mais.

Desenho a chave cuidadosamente e a coloco de volta na mesa, do mesmo jeito que a encontrei. Tarkan é esperto e qualquer erro pode fazê-lo desconfiar.

Sento-me novamente sorrindo internamente.

Espere só Tarkan e seu inferno vai começar.

Meus olhos começam a arder e a minha cabeça a doer. O fato de eu amar esse trabalho não significa que não me sinto cansada. Por um lado eu me sinto ocupada e não uma senhora rica de pernas para o ar.

Algum tempo depois, Tarkan entra no escritório carregando duas canecas e estende uma para mim.

O encaro.

- Vamos fazer uma pausa, tome um chá. - oferece.

- Você colocou veneno nisso aqui? - pergunto desconfiada observando o liquido fumegante dela.

Tarkan se senta sorrindo.

- Não sou eu que tenho planos de matar alguém.

- Então troque comigo. - estendo a caneca para ele.

- Eu poderia pegar, mas sou alérgico a canela. - responde me fazendo perceber só então que meu chá é de canela. - Se quiser por favor, pode ir preparar outro. - ele avisa bebendo o seu.

Acabo optando por beber o chá sem questionar, ate porque Tarkan não tem a personalidade de matar alguém, não que eu esteja defendendo, mas ele me quer ao lado dele então não faz sentido querer me matar.

Enquanto bebo o chá vou fazendo o desenho do jardim, caprichando muito.

Infelizmente como eu não sou profissional eu terei que mostrar para Tarkan para que ele me ajude.

Depois de mais algumas horas me levanto indo ate ele.

- Pode olhar isso para mim? - estendo o papel grande bem no meio do rosto dele.

Ele pega observando cuidadosamente. Espero por um minuto ele me olhar e colocar um defeito.

- Está ótimo. - responde me surpreendo. - Só foque um pouco mais nos detalhes e terá um ótimo desenho.

- Serio? - indago animada.

Ele consente e então volto a desenhar feliz.

[...]

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