Capítulo 43 - bônus Tarkan

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Capitulo 43 – últimos capítulos.

Bônus Tarkan

Faz muito tempo em que eu me encontro assim, vazio de todas as coisas que eu deveria estar cheio. Desde que me afastei de Ayra pelas ameaças de Beatrice, tudo o que eu tenho feito é apenas existir. Não mantenho mais contato com a minha mãe, quando estou na empresa Beatrice insiste em estar ao meu lado e guia todos os meus passos, até mesmo as minhas falas.

Tenho planejado alguma coisas mas, preciso ser cuidadoso, pois Beatrice é esperta. Não estou parado e não pretendo ficar. 

Mais uma vez eu vejo através da janela ela fazer planos para um casamento que eu não estou de acordo. Tenho tentado entrar em contato com Ayra, mas está cada vez mais difícil. Agora ela se encontra ao lado de Enrico e isso me preocupa, ela realmente nos superou tão rápido assim? Se ela ao menos soubesse das coisas que tenho passado só para mantê-la a salva, talvez me odiasse menos ou me veria como covarde.

Eu preciso dar um jeito nisso, não posso permitir que Ayra seja levada.

— Você está aqui. — ouço a voz de Beatrice e respiro fundo tentando fingir. Ela se aproxima de mim na janela e me abraça por trás. — Sabe da onde estou vindo?

Afasto-me dela e a encaro.

— Não, e acho que não vou querer saber.

— Não seja um marido tão ruim para mim Tarkan. Eu sou tão boa para você.

Um sentimento de ódio cresce dentro de mim.

— Boa para mim? — sorrio com escarnio. — Você ameaça a vida das pessoas que amo para me manter perto de você, e chama isso de bondade?

Ela ignora e se senta na poltrona, enchendo um copo de bebida.

— Estou vindo do medico, ele disse que posso engravidar sem nenhum problema se eu fizer todos os exames. Você precisa colaborar comigo amor.

OLHO PARA Beatrice e tudo que vejo é uma mulher desesperada e perigosa. Não consigo nem mesmo gostar dela como a menininha gentil de antes.

— Eu nunca vou ter um filho com você Beatrice. — digo e a vejo me olhar friamente. — Eu nunca vou me deitar com você, porque os meus desejos não serão seus, nunca.

— Você vai ceder Tarkan e sabe por quê? — ela se levanta e chega perto de mim. — Porque eu tenho todas as pessoas que você ama na palma da minha mão. Eu posso mandar que atirassem em Ayra e dessa vez para matar, posso tirar a vida da sua mãe em um piscar de olhos. Você não sabe das coisas que eu sou capaz de fazer.

Tremo só de imaginar a cena e isso me deixa mais nervoso ainda.

— Eu tenho nojo de você. — cuspo as palavras com ódio. — Eu nunca vou te amar.

Ela me olha por segundos.

— Sabe quem eu vi hoje? — se volta para a poltrona. — Ayra e sua turma. — meu coração dispara. — Até a sua mãe estava junto deles, aquele... Qual é mesmo o nome? Ah, Enrico. Ele estava coladinho a ela e apreciam íntimos. — ela me olha. — Parece que a sua mãe está do lado deles. Eles te esqueceram em uma velocidade absurda.

— Você não vai me envenenar.

— Ah não, eu não quero fazer isso. Tudo o que eu quero é te ver bem amor.

Não suporto mais olhar para Beatrice e saio da sala antes que eu cometa uma loucura.

Tranco-me no escritório e coloco a cabeça para pensar. Beatrice é desequilibrada, não me surpreende que ela tenha grampeado meu celular para saber com quem falo, por isso não posso arriscar ligar para alguém. Eu preciso contar a alguém sobre as loucuras dessa mulher e já faço ideia de quem seja.

Eu preciso de um plano.

[...]

No jantar, eu quase não consigo engolir a comida. Estar com Beatrice me causa náuseas.

— Alias, eu me esqueci de mencionar que Ayra deu uma engordada. — diz ela. — Ela parecia, não sei... Diferente.

— E porque está me contando isso? Não é você quem diz que não quer o nome deles mencionado por aqui?

Ela consente.

— Tem razão. — ela come da salada e sorri.

Dentro de mim um monte de emoções grita. Se eu não criar coragem agora, não será mais.

— Eu vou buscar um vinho. — aviso ficando de pé.

— Rose pode trazer.

— Eu faço questão. — a fito e ela concorda.

Entro na cozinha e rapidamente pego o vinho, enchendo as taças. Com muito cuidado eu coloco todo o liquido do frasco na taça de Beatrice e rezo para que ela não desconfie de nada.

Volto-me para a mesa e entrego a taça.

— Hum, obrigada. — ela agradece e cheira o vinho. — Alguma ocasião especial para estramos bebendo o mais caro?

Dou de ombros.

— Nunca existe nada, mas hoje eu apenas quero beber. — bebo um gole e observo por cima da taça de cristal, Beatrice beber a dela.

Fico aliviado.

No final do jantar, Beatrice já se encontra sonolenta. Percebo que se mexe descontrolada e cansada. Tudo até aqui está saindo como planejado.

— Tudo bem? — indago.

— Eu não sei... — ela aperta as têmporas. — Estou me sentindo cansada.

Dorme... Apenas durma.

— Deveria dormir.

Ela me olha e percebo que custa a me observar.

— Tarkan... Você por um acaso... — ela hesita um pouco tonta. — Você não me drogou, não é? — a observo relutante contra a sonolência e ela tenta ficar de pé, escorregando as mãos na mesa e derrubando tudo que encontra. — Seu desgraçado.

A vejo cair lentamente enquanto me pragueja.

— Sem rancor, Beatrice.

Assim que ela apaga na cadeira, eu apenas a deixo no lugar e saio.

Eu não tenho muito tempo.

[...]

Dirijo pela noite apresado. Não posso arriscar ligar para ninguém, mesmo que Beatrice saiba que eu a dopei, não posso colocar em risco as pessoas.

Não tenho tempo para parar e comprar um aparelho novo. Tenho que ser rápido.

Entro com o carro na propriedade de Valence e desço rapidamente sem rodeios, batendo em sua porta desesperado.

Quem é a essa hora? — ouço a voz dele. — Já vai! — assim que abre a porta, seu cenho se franze. — Tarkan? O que você...

— Escuta. Eu não tenho muito tempo aqui, por isso preciso que me ouça.

Ele observa por um tempo, na certa me odeia agora por ter deixado sua sobrinha e vá querer me matar, mas eu sei que no fundo ele também quer ouvir o que tenho a dizer. Mesmo que ele vá me quebrar lá dentro, eu ainda não vou me importar.

— Entra.

Valence me encara junto de Penélope, ambos me olham como se eu fosse uma pessoa ruim. De certa forma eu sou, mas não tenho tempo para provar nada.

— O que faz aqui a essa hora da noite em minha casa? — pergunta ele. — E onde está a sua mulher?

— Agora deve estar dormindo devido a grande quantidade de sonífero que dei a ela. — ele me olha com os olhos arregalados. — Não me pergunte nada, apenas me escute. Eu não tenho muito tempo.

— Porque eu faria isso? — indaga ríspido. — Você abandonou a minha sobrinha, você simplesmente foi um idiota e a deixou quando ela mais precisava de você.

— Eu sei o que eu fiz e sinto muito por isso. O senhor não tem noção do quanto estou sofrendo com isso e lamento muito, muito mesmo. Mas, eu prometo explicar tudo se me deixar.

— E porque acha que eu devo?

— Por que eu sei quem atirou em Ayra. 

Fale agora ou cale-se para sempreOnde histórias criam vida. Descubra agora