Capítulo 42

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Capítulo 42

  De volta em casa, Leona se encontra agora sentada de pernas cruzadas em um dos sofás enquanto Enrico permanece de pé, de braços cruzados. Ainda não sei bem o que ela foi fazer na clínica, mas sua feição mudou assim que disse a ela que não tirei o bebê.

— Aqui está os sucos senhora. — Monroe coloca na mesinha de centro.

— Obrigada. — agradeço e ela sai.

Leona lança um olhar frio para Enrico.

— Ele vai ficar aqui até quando? — pergunta com desdém.

Olho para Enrico que continua pacífico.

— A casa é minha Leona, aqui entra quem eu quiser. — respondo e a vejo endurecer um pouco. — Além do mais, Enrico é meu namorado como você deve saber.

Ela sorri.

— Ah, por favor Ayra. Você não quer que eu também acredite nessa história que vocês inventaram, não é mesmo?

— Deve ser difícil. — Enrico fala. — Acreditar que eu estou por ai. Na empresa e agora na vida da sua antiga nora.

Ela o encara com um olhar tão sombrio que sinto até mesmo desconforto.

— Você deve estar achando uma maravilha não é mesmo? Pensando que terá alguma coisa a mais, tentando conquistar o que aquele idiota do seu pai perdeu.

— Não mencione o meu pai. — ele pede até gentil.

— Porque não? Você tem vergonha de saber que ele era um perdedor inútil que se afogou na bebida?

— Cala sua boca! — Enrico sai de seu lugar indo rumo a Leona em fúria.

— Enrico. — intervenho segurando-o e impedindo que uma desgraça aconteça. Ele para imediatamente, mas ainda sim continua olhando Leona como se a quisesse esganar. Olho para Leona e vejo o seu ar de superioridade e covardia. — Vai embora da minha casa. — digo em bom tom. — Agora.

Ela não hesita em se levantar e sair de cabeça erguida. Essa mulher nunca muda, sempre vai ser essa mulher fria e calculista.

Enrico caminha até a parede e apoia sua cabeça na mesma, cerrando os punhos.

Leona tocou em sua ferida, pude sentir.

— Você está bem? — pergunto um tanto receosa, temendo invadir a sua particularidade.

Ela respira fundo e se vira para mim com os olhos em tons de vermelhos, demonstrando toda a sua frustração.

— Desculpa agir assim na sua casa e ainda mais na sua frente. — pede sincero. — Eu devo ter perdido a cabeça por um segundo.

— Tudo bem. Não posso te apontar o dedo, eu vivo fazendo isso. — ele tenta um sorriso mas não funciona tanto. Chego perto dele o bastante para tocar em seu ombro. — Quer me falar sobre isso?

Ela dobra a cabeça para trás e sinto seus músculos tensos.

— Sabe o quanto essa família pode ser tóxica? — pergunta mas, não espera resposta. — O meu pai era melhor amigo do pai de Tarkan. Crescemos juntos como irmãos. Aquele venho mentiu para o meu pai, abrindo uma sociedade suposta e depois pegando todos os produtos que meu pai criou e dizendo que eram dele. — Enrico sorriu sem humor. — Eu era jovem na época para perceber que meu pai estava sendo feito de capacho daquele homem que usava a inteligência do meu pai e ganhava lucros em cima dela. Meu pai tinha família e quando viu que as coisas estavam fugindo do controle ele entrou em desespero, se afogando na bebida.

Fale agora ou cale-se para sempreOnde histórias criam vida. Descubra agora