...encantamento...

312 40 3
                                    

Um jantar no Solferino seria o fim perfeito para aquela noite

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Um jantar no Solferino seria o fim perfeito para aquela noite. O maestro pensara em tudo! 

Após a euforia típica dos cumprimentos depois do concerto, ele avisara da reserva feita na tradicional cantina onde costumavam ir por ocasião de pequenas celebrações. Ela amava a atmosfera simples e aconchegante, a comida divina e o vinho produzido na vinícola da família proprietária do lugar. Eram apenas ela, o maestro e sua esposa, Bene, de quem se tornara amiga e confidente desde os primeiros dias em Milão.

-Vem mais alguém, maestro?- Perguntou, estranhando a cadeira extra.

- Ah! Eu esqueci de dizer, Ayla! Um velho amigo de Istambul veio para o concerto. Eu o convidei para unir-se a nós essa noite... a propósito, ele já deve estar chegando.

Ela apenas sorriu, sem perceber a troca de olhares e a piscadinha do maestro para a esposa.

Inesperadamente, o som de um acordeon e de um violino ecoaram pelo ambiente. Os clientes, encantados, aplaudiram a entrada teatral dos musicistas seguidos por um florista misterioso, que usava um traje típico dos carnavais de Veneza, com o rosto coberto por uma máscara branca e dourada .  O ambiente adquiriu uma atmosfera especial. 

Ayla viu o trio aproximando-se. Emocionada, sorriu para o maestro. Isso era coisa dele, com certeza. Os instrumentistas pararam ao lado da mesa e o personagem misterioso aproximou-se, ficando de joelhos diante dela. Recebendo o delicado buquê de rosas, ela ergueu-se para agradecer, a visão embaralhada por lágrimas de alegria. O florista misterioso a olhava fixamente, a máscara impedindo qualquer visão de seu rosto. A força contida no olhar masculino fez com que ela sentisse um calafrio na espinha. Aqueles olhos eram... familiares.

 Em meio à euforia dos presentes, a apresentação foi finalizada. Muitos aplausos foram ouvidos quando o mascarado ergueu a mão de Ayla e simulou um beijo. Em atitude cortês, ele inclinou-se e saiu. Os músicos encerraram a apresentação e também se foram. Ayla abraçou o maestro, agradecendo pela surpresa maravilhosa.

- Allah...você sabe mesmo como encantar uma garota, não é, maestro? Bene, você não me disse nada!

A senhora apenas respondeu:

-E estragar a surpresa, querida? Esses dois estavam tramando isso desde...- levando a mão à boca, silenciou.

-Dois? Que Dois?- ela perguntou.

Com tapinhas suaves nas bochechas delicadas, o velhinho apontou para a entrada:

- Eu contei com a ajuda de alguém muito especial, Ayla...veja.- apontou para a porta.

Nada poderia prepará-la para a visão de Kemal parado à entrada da cantina. No rosto suado um sorriso magnífico, os braços forte abertos, vindo em sua direção.

O anjo protetor Onde histórias criam vida. Descubra agora