Tempo de amar

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O dia seguinte foi um turbilhão de emoções para Ayla: o reencontro com a avó, a alegria causada pela revelação da sua gravidez, o choque diante da descoberta dos crimes cometidos por Tarik. E, ainda por cima, a preocupação com alguma possível 'punição' a Kemal por ter agido por conta própria em seu resgate.

Já era noite, mas recusava-se a ir para o quarto. Preocupava-se pelo futuro profissional do noivo.

- Filha, já são quase nove horas! E eu notei que você mal tocou o jantar! 

 Nene massageava suas costas, enquanto bebia o çay de camomila com mel. Quase derrubou o líquido ao ouvir o som da campainha. Precisavam providenciar uma chave para kemal urgentemente. Em segundos, recuperou a agilidade. Em largas passadas, abriu a porta.

- Kemal!- atirou-se nos braços fortes. Ele mergulhou o rosto em seu pescoço, retribuindo o abraço.

- Hayatim! - a respiração pesada entregava a tensão acumulada - nem te digo o quanto esse dia foi difícil.

Soltou-a indo até Nene e abaixando-se para tocar os pés da avó.

- Nene...- A avó ergueu-o, prendendo-o entre os braços. Era a primeira vez que se viam desde que ele partira em seu resgate. Após o depoimento inicial que fora obrigada a prestar ao chegarem, Kemal providenciara um carro para levá-la para casa e permanecera no distrito. Detido. Apesar de ter contribuído para o bom desfecho do caso, fora acusado de 'insubordinação' em relação às ordens do comissário.

- O que eles decidiram, amor?

Ele ergueu as sobrancelhas, com expressão de conformidade.

- A 'punição' será prestação de serviços internos e... o Comissário quer que eu me candidate ao cargo de Subcomissário!

A última parte foi dita com empolgação. Ele ergueu-a nos braços, girando sem parar. Nene, que acompanhava a cena sem entender muito bem, começou a estapeá-lo, lembrando-o de seu estado delicado.

- Cuidado com o bebê, filho!

 Deixando-os a sós, ela avisou que iria até a cozinha, esquentar o jantar que, àquelas horas, estaria gelado. Ele estacou, colocando-a no chão,  perguntando preocupado:

- Tudo bem com o bebê, Ayla? Você já agendou as consultas?

Ela sorriu da cara que ele fazia.

- Sim para a primeira pergunta, ainda não para a segunda - tranquilizou-o,- eu só consegui dormir depois que cheguei, Kemal. Estava exausta!

Ele puxou-a para o sofá, sentando-a no colo.

- Tem algo que não contei sobre a promoção, Ayla.

Ela tensionou o corpo.

- O curso preparatório começa amanhã... em Ankara.

Ela apertou os lábios e franziu a testa.

- Então, vamos adiar mais o casamento?

Ele beijou-a suavemente.

- Não necessariamente, amor. Até porque, só precisamos confirmar a nova data com a cerimonialista. Narin pode te ajudar com isso.

Ela concordou, resignada. Nene chamou-os até a cozinha. Enquanto jantavam, decidiram marcar o casamento para dali a três semanas. Nene deixou-os, avisando que ia dormir. Lavaram a louça e limparam tudo juntos.

Quando finalizaram a arrumação, puxou-o em direção ao quarto. O corpo familiar recostado às sua costas dava-lhe uma sensação reconfortante de proteção. Assim que fechou a porta, Kemal anunciou que usaria o banheiro. Estava louco por um banho. 

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