KEMAL
'Um beijo'... era tudo que precisava. Ou, pelo menos, tentava se convencer que bastaria. Mas quando a porta se abriu, soube que ninguém poderia afastá-lo dela pelo resto da noite.
Estendeu a mão, oferecendo a rosa envolta em papel celofane: seu pedido de desculpa pela ausência prolongada.
- Kemal -ela sorria- você veio, amor!
A penumbra na casa e o modo como ela falava baixo indicavam que Nene já estava dormindo. Ele decidiu aproveitar. Enlaçando o corpo delicado, mergulhou o nariz no colo macio. Aspirou forte o aroma na pele fresca.
- Que cheiro bom, Ayla.
Fechando a porta, se virou novamente, as mãos acariciando a cintura delgada. Percebeu que ela usava uma das camisolas que tinha comprado. Deslizou um dedo pela orla acetinada do decote em V.
- Você aprovou as compras, hayat?
Ela ficou na ponta dos pés, depositando um beijo suave em seu rosto.
- Muito, meu amor! Você tem bom gosto!- girou sobre o próprio corpo, exibindo-se - eu coloquei pra te sentir um pouco comigo.
Esteve a ponto de agarrá-la, mas ela se adiantou, puxando-o na direção da cozinha.
- Você está com fome? Eu separei um pouco de...- não deixou que ela finalizasse.
Prendeu-a contra o próprio corpo, depositando um beijo quente na junção entre o pescoço e o ombro. Esfregou os pelos da barba na pele arrepiada, subindo até a orelha pequena. Finalizou a carícia com uma mordida suave no lóbulo delicado.
- A única fome que eu tenho agora é de você, aşkım... Nene já está dormindo?
Ela sacudiu a cabeça, afirmativamente.
- Sim, amor...- segurou seu rosto entre as mãos, o olhar mergulhando carinhosamente em seus olhos – Kemal, ela não vai se importar por você ter vindo...
Ele voltou a abraçá-la. O cheiro envolvente no corpo feminino o atraía como um imã.
- Você está tão gostosa, bebê...e eu- aspirou a própria axila, franzindo o semblante.- pareço um homem das cavernas, fedido e estressado!
Ela sorriu, entrando na brincadeira:
- Então, me deixa cuidar de você, meu neandertal! - acariciando a mexa de cabelos que lhe caia sobre a testa, ela sussurrou - durma comigo essa noite, Kemal. Por favor.
Ele fez cara de sério, o olhar buscando a direção do quarto.
- Só se você prometer que vai me deixar usar o nosso presente. - depositando um beijo estalado na ponta do nariz perfeito, completou- eu não poderia ir a nenhum outro lugar, Ayla.
AYLA
O som do chuveiro sendo desligado foi o sinal que esperava. Acendeu as velas aromáticas, mergulhando o quarto numa penumbra calma e reconfortante. A playlist tocando baixinho era a mesma que escutava antes que ele chegasse.
Kemal saiu do banheiro enxugando os cabelos. O tronco despido parecia uma escultura. Ele usava apenas a parte de baixo do pijama de seda que ela tinha separado.
'Tão lindo!'- pensou. Fez sinal pra que se aproximasse.
Ele caminhou lentamente até a cama, o olhar demonstrando aprovação pelo clima que ela tinha criado.
- E esse cheirinho bom? São as velas?
Ela confirmou, batendo a mão espalmada sobre a cama. Ele ergueu as sobrancelhas e mordeu o lábio inferior, deliciado com o gesto.
- O que a senhorita pretende fazer, mocinha?
Ela mostrou o frasco de óleo de massagem.
- Usar os meus dotes de massoterapeuta no meu noivo... posso?
Ele não disfarçou a satisfação diante da surpresa inesperada.
- Massoterapeuta? Nossa...
- Digamos que eu aproveitava o período livre na Itália aprendendo coisas que pudessem me dar algum retorno financeiro, Kemal.
Deitado de bruços no colchão, ele deixou escapar um suspiro prolongado.
- Você é uma caixinha de surpresas maravilhosas, Ayla.
Ela derramou algumas gotas do óleo na palma de uma das mãos, friccionando o líquido para aquecê-lo antes de iniciar a tocá-lo com precisão. O cheiro sensual e agradável se espalhou no ar. Em pouco tempo, conseguiu detectar pontos sensíveis que necessitavam de maior atenção, ora pressionando vigorosamente, ora deslizando os dedos em toques suaves e carinhosos.
Kemal gemia baixinho, relaxando à medida que a tensão se desfazia sob seus dedos habilidosos. Finalizada a tarefa nas costas, pediu que ele se virasse, expondo o peito largo para que continuasse a sessão de massagem.
Ele obedeceu, um sorriso amplo se abrindo. Era gratificante vê-lo tão calmo e feliz. Os olhos quase sonolentos despertaram nela uma ternura imensa. Posicionou-se, iniciando a segunda parte da sua doce tarefa.
Mas, ao primeiro toque de suas mãos no abdômen rijo, a expressão de Kemal se transformou. Ela apenas começara a espalhar o óleo sobre a pele quente, quando foi erguida pelos braços fortes que a guiaram até que o 'montasse', encaixando a própria pélvis sobre os quadris estreitos.
- Kemal! Eu não terminei...
- Não, mesmo, Ayla...você só começou.
Ele ergueu o tronco, enlaçando com o braço sua cintura, a boca faminta buscando a sua, a respiração pesada entregando a ânsia de assumir o controle da situação. Uma longa sessão de beijos fez com que se rendesse completamente ao que ele queria.
Sentiu as mãos quentes subindo pela pele de suas pernas e erguendo a camisola, até deixá-la apenas com a calcinha.
Ela o tocou, vencida pelo desejo. Enfiou uma das mãos entre os cabelos fartos de Kemal, puxando a cabeça e guiando-o na direção de um mamilo. Ele abocanhou o bico rosado, a língua empapando a pele sensível com saliva. O outro seio recebeu o mesmo tratamento, enquanto as mãos firmes apertavam suas nádegas, forçando o atrito de seu sexo com o membro entumecido que a pressionava sob a calça.
Ela queria senti-lo dentro de si, sem demoras. Erguendo-se, puxou a calça de Kemal pelo quadril estreito, pegando-o de surpresa.
- Ayla...- ele sussurrou contra sua boca- você...- ela finalizou a tarefa de despi-lo sem dar chance para resistências, o fogo intenso se alastrando pelo ventre fazendo-a ansiar pelo momento de unir-se ao corpo forte.
- Eu estou pronta, Kemal. Vem!
Sentiu quando o noivo livrou-a da última peça que ainda impedia o contato entre os dois. Assim que ele terminou de despi-la, segurou o membro duro deslizando-o pra dentro de sua vagina umedecida pelo desejo.
Tão logo se sentiu penetrada, iniciou uma série de movimentos involuntários de contração e expulsão, sentindo o pênis grosso latejando contra seus músculos vaginais.
Uma onda de prazer crescente se alastrou, provocando tremores intensos e fazendo-a esconder o rosto no ombro de Kemal. O toque de um dedo umedecido sobre seu clitóris foi o gatilho final para disparar o orgasmo intenso que a fez perder definitivamente o controle.
Kemal, totalmente entregue ao momento, uniu suas bocas numa tentativa desesperada de sufocar os próprios gemidos e os sons altos que ela também emitia enquanto atingiam juntos o clímax.
Longos minutos se passaram antes que voltassem à realidade.
Sonolenta, percebeu quando Kemal girou os quadris, recostando os corpos unidos sobe o colchão.
- Me lembre de agradecer à tia Alide pelo presente, Ayla.- ele gracejou.
Ela sorriu. Um beijo suave em sua fronte foi a última coisa que sentiu antes de mergulhar no sono merecido.
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O anjo protetor
Roman d'amourO serial killer faz mais uma vítima. Kemal Aslan, investigador da polícia, segue determinado a solucionar o caso. Enquanto isso, Ayla Nehir decide fazer as pazes com o passado retornando às origens. Três destinos que se cruzam. Três vidas sujeitas à...