▪️011

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Ouvi um barulho alto e irritante e abri os olhos, já era dia e era hora de ir a escola, parecia que tinha acabado de deitar, grunhido e resmungando levantei da cama, fui para o banheiro e tomei um banho rápido, vesti uma camiseta colada e uma caiça jeans rasgada na coxa e joelho, uma jaqueta e levantei a gola, e desci para o café.

Meu pai já havia saído e minha mãe sorriu ao me ver, mas fez uma careta ao olhar para minha cara.

- Noite ruim?

- Péssima.

- Quer faltar hoje?

- Claro, ficar trancada em casa o dia todo, por que meu pai é um cabeça de bagre parece fantástico.

- Acho que isso é um não. - ela murmurou rindo e me serviu uma xícara de café.

- Obrigada.

- Não se preocupe querida, não importa o que aconteceu, tudo vai dar certo no final. - sorri para ela e comi meu café.

Ela sentou comendo o dela, e me levantei e peguei a mochila, ela me olhou ansiosa, e saiu da cozinha e voltou com uma chave e jogou pra mim.

- Da casa pra escola.

- De verdade? - apertei a chave da moto em minhas mãos e ela sorriu.

- Só não conte ao seu pai. - dei um gritinho e a abracei.

- Prometo vir pra casa na hora.

- Ótimo. Agora vá que tenho milhões de coisas pra fazer. - acenei e dei mais um beijo nela e corri para fora e abracei minha moto.

- E ai querida com saudades. - dei uma risadinha e sentei na moto, e liguei, até gemi quando ela tremeu em baixo de mim, e sorrindo dirigi para a escola.

Assim que cheguei vi Sabina que acenou pra mim e forcei um sorriso, estacionei ao lado do seu carro, e tirei o capacete e arrumei minhas coisas.

- Saiu do castigo?

- Que nada, mas estou em condicional por bom comportamento. - ela riu.

- Essa condicional, permite idas a Port. Angeles?

- Não, ainda estou de castigo, mas minha mãe aliviou pro meu lado. Pelo chefe Soares, eu ainda estou em cárcere. - ela riu.

- Seu pai é tão chato.

- Nem me fale. Que pai fica chateado por que eu terminei um namoro. - rolei os olhos e ela sorriu maliciosamente.

- Você está saindo com alguém?

- O que? Não.

- Sim, sim. Olha isso no seu pescoço.

- Merda! Sabina fica quieta, isso não é nada, eu me machuquei.

- Como?

- Ah, com o secador. - ela estreitou os olhos e fez um biquinho.

- Poxa Any, sou sua melhor amiga, e você não me conta nada.

- Não a nada pra contar.

- Ok, se é assim que você quer. - ela bufou e se afastou.

Grunhi e a ignorei e fui para meu armário, deixei meus livros e fui para minha sala, tudo que eu precisava agora era das frescuras de Sabina. Como se eu fosse fofocar com ela, sobre o pai do Riley, a escola... a cidade inteira estaria sabendo até amanhã.

Sabina era minha amiga, mas não podia negar que a língua daquela ali, era perigosa. Se queria saber uma fofoca era só perguntar a ela. E o que eu menos queria era minha vida na sua boca grande.

Passei o resto do dia, tentando me concentrar nas aulas, mas era difícil, ainda ficava lembrando a ligação que fiz para Josh, e sua esposa atendendo, ou ex-esposa. Eu já nem sabia mais. Ele havia dito que era só meu, que não havia ficado com mais ninguém, mas o medo era grande. Eu estava de quatro por ele, e se ele só estivesse brincando comigo.

Minha mente ficou nele pelo resto do dia, quando as aulas finalmente acabaram eu estava suspirando aliviada, eu precisava mesmo pensar um pouquinho. E decidir como iria falar com Edward. Por que eu não sou criança, se ele não me quer mais, ele teria que dizer na minha cara...

- Ai... - alguém me puxou e me jogou contra a parede do lado de fora, já ia xingar o infeliz quando vi Riley me encarando. - Riley... Você ta doido moleque?

- Eu acho que você que ta doida Any Gabrielly.

- Eu por quê?

- Que historia é essa de ligar pro meu pai? - congelei no lugar, como ele sabia que eu liguei, abri e fechei a boca algumas vezes e corei profundamente.

- Eu...

- Passou a ser perseguidora agora?

- Hey, eu não to perseguindo ninguém tá.

- E como conseguiu o numero dele?

- Isso não é da sua conta.

- Não, caralho Any, até uma semana atrás EU era seu namorado, e agora... agora você fica como uma vadia atrás do meu próprio pai.

- Você não sabe de nada Riley.

- Então por que você não me conta.

- Por que isso não é assunto seu. Não mais, a gente terminou.

- Por que você quis... - ele respirou fundo, e alisou minha bochecha. - Vamos começar de novo Any, nós nos dávamos tão bem juntos. - neguei.

- Não posso Riley.

- Por causa do meu pai?

- Eu... - fechei a boca e evitei seus olhos.

- Ele não é pra você Any, ele está quase voltando com minha mãe. - levantei os olhos e engoli as lagrimas.

- Estão?

- Sim, apesar de tudo eles se amam. E você está agindo como uma idiota.

- Não, ele disse...

- Sei, disse que você é especial, que não ficou com mulher nenhuma depois de você.

- Como...?

- Acha que ele nunca disse isso antes? Você não é a primeira nem será a ultima a acreditar nele.

- Você está mentindo.

- Não, eu não to, e você sabe. Ontem mesmo, estávamos como uma família na casa dele, quando você ligou com uma vadia atrás dele.

- Eu...

- E sabe o que ele disse, quando minha mãe perguntou quem era?

- Eu não quero saber, me deixa ir.

- Ele disse que não era ninguém importante.

Foi como se ele me desse um tapa na cara, olhei pra ele com lagrimas nos olhos e o empurrei, ele se afastou e corri para minha moto, estava quase lá, quando ele agarrou meu pulso e me puxou para ele.

- Me deixa Riley.

- Não...

- Ela disse para você deixá-la. - uma voz forte soou e ambos olhamos para o homem a nossa frente, ofeguei alto e Riley me soltou imediatamente.

- Sr. Beauchamp?
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𝗠𝗮𝗱 𝗧𝗲𝗺𝗽𝘁𝗮𝘁𝗶𝗼𝗻|𝗕𝗲𝗮𝘂𝗮𝗻𝘆Onde histórias criam vida. Descubra agora