Contrato azul

Amerie

Parece que perdi a capacidade de raciocinar. Sou apaixonada por Sebastian, sei disso e todo mundo que tem dois pares de olhos sabe também. Está estampado na minha cara como uma tatuagem que não sai com laser.

Ele continua em pé na minha frente esperando que eu responda. Sei que pediu isso por quê acha que vou dizer não. Sebastian está tentando me provar que eu não quero ele de verdade, e chega a ser ridículo ele ser tão inseguro assim. Olho para o seu rosto perfeito e seguro uma risada. Será que demoraria demais para ele perceber que não existia ninguém mais que eu queira? 

É impossível entender como alguém que se parece como um anjo, e consegue me convencer facilmente de qualquer coisa que fale aja de forma estúpida por ciúmes.

— Perdeu a língua? — Sebastian me tira do transe com um sorriso arrogante nos lábios. — É só responder sim ou não, Mare.

Espremo os olhos em reação ao apelido. Sei que ele nem notou que me chamou assim, mas foi fofo.

— Você já assistiu How i meet your mother? — Pergunto e vejo a testa dele se franzir.

— É How i met your mother. — Ele corrige e meus olhos se reviram de forma automática. — Assisti alguns episódios aleatórios, por que?

Bato as mãos antes de começar a empurrar ele em direção até a cama do hospital e faço Sebastian se sentar do meu lado. Era óbvio que ele era ótimo em etiqueta, mas ninguém nunca tinha ensinado a ele a como respeitar o sentimentos dos outros.

Eu obviamente não precisava fazer isso, mas eu queria. Não se pede ninguém em casamento desafiando, e muito menos eu que tinha duas mães que adoravam planejar festas de qualquer coisa que fosse. Elas com certeza iriam querer saber de todos os detalhes, e como estamos falando do futuro rei da Noruega, ainda iria existir a cerimônia de coroação.

— Não se pede alguém em casamento assim, Sebastian. — Começo a falar como se ele fosse um idiota. — Flores, aliança, você de joelhos.

— Então você aceita? — Ele ainda parece confuso.

— Eu não disse isso.

— Então o que você está tentando dizer? — Ele pergunta com uma carranca. — E o que diabos isso tem a ver com a série?

— Marshall e Lilly davam uma pausa nas brigas quando precisavam fazer alguma coisa mais importante. — Explico mas ele parece ainda não entender. — Não vou responder agora Sebastian, você não pode exigir isso de mim. Meu pai está em coma e já foi péssimo o suficiente você fazer aquela cena no corredor.

Ele parece entender agora e fico aliviada. Me sinto meio infantil, mas estou cansada demais para me preocupar em ser adulta agora.

— Então vamos pausar essa pergunta?— Ele fala e eu assinto. — Até quando?

Não consigo nem imaginar o que viria a seguir. Depois que Sebastian agiu como uma criança birrenta, fui ver meu pai e até agora não temos previsão de absolutamente nada. Só sabemos que ele está estável até o momento e isso era muito pouco.

Era muito pouco para mim que tinha me acostumado com Oliver sempre lá para mim. Eu odiava a mim mesma por isso, mas ele era meu pai preferido. Liam me amava incondicionalmente, mas Oliver e eu tínhamos uma ligação inexplicável. Era como se eu fosse sua filha de verdade.

— Uma semana. — Peço sem pensar. — Vou ficar no Canadá esses dias e espero que fique comigo.

Sebastian assente confirmando mais rápido que eu achei que aceitaria e eu pulo nos seus braços antes que ele possa falar qualquer coisa que estrague o momento.