Amerie

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Alguma coisa estava muito errada.

Sempre fui boa em perceber tudo, já que cresci cercada com irmãos com um humor bem diferente do meu. Adam era explosivo por que nunca entendia nada direito, Aaron era o que mais parecia comigo, mas ainda assim, perdia a razão diversas vezes por emoção. Holly simplesmente via o que queria, quando queria. Sabia exatamente quando não me meter com Adam, e sabia quando Holly dizia não para alguma coisa, era verdade.

Sempre fui ótima em ler pessoas. Considerei fazer psicologia por anos até finalmente aceitar que embora fosse legal saber sobre o que se passava na mente das pessoas, cozinhar e comida eram a minha paixão.

— Você pode continuar enrolando ou me contar de uma vez o que o seu pai disso. — Solto depois de trinta minutos de silêncio.


Nós dois estávamos sentados no jardim, exatamente no meio, com os bancos totalmente molhados pelo dilúvio que tinha acabado de cair.

— O que você mais ama na vida? —  Sebastian diz sem olhar para mim e minha testa se franze.

—  O que você disse? — Ele olha para mim agora, mas continua estranho.



Sebastian suspira alto e vira em minha direção. Ele está todo molhado. Dos pés a cabeça e parecemos dois idiotas conversando no meio da água.

— Não é difícil de responder. — Ele fala como se fosse realmente importante. — O que você mais ama no mundo?



Ele repete a pergunta. Seus olhos azuis estão grudados nos meus, e meu peito se aperta. Seja lá o que o pai dele tenha falado, mexeu com a confiança que ele tinha em nós dois.

— Minha família. — Falo sem precisar pensar muito. — As duas. Wado e Grimaldi. E você.

Ele assente como se estivesse esperando exatamente essa resposta e desvia os olhos dos meus novamente. Minha cabeça gira, e me sinto impaciente pelo rumo da conversa.

— Mas por quê você me perguntou isso? Tem alguma coisa a ver com o que o Mike te falou? — Pergunto cuidadosamente, por que sei que Michael Kepner foi um babaca. — Você não é só um dos meus namorados Sebastian. Nós dois vamos nos casar.



Aaron escutou tudo que o amigo de Todd falou no dia da piscina, e depois de uma conversa rápida comigo, ele decidiu pedir desculpas. Não sei o que levou ele a agir de forma tão infantil já que eu tinha deixado bastante claro que não iria sair com ele. Não só por Sebastian, mas por que não queria de jeito nenhum.

— Mike não importa. — Ele diz e parece estar sendo sincero. — Se eu disser o que realmente importa, você nunca mais vai olhar para mim da mesma forma.

— Do que você está falando? — Minha testa se franze novamente. — Sebastian, o que seu pai te disse?

Sebastian não esboça nenhuma reação a ouvir minha voz irritada e entendo automaticamente que vou odiar o que ele vai falar. Ele fica calado por cinco minutos antes de finalmente arranjar coragem para me dizer as palavras que eu nunca queria ter escutado.

— Sei quem atirou no seu pai. — Sinto meu coração parar de verdade no momento, e imagino que Valerie adoraria estar vendo esse fenômeno acontecer.



Olho instantemente para trás, para a janela dos meus pais que tinha vista para o jardim. Sinto minha respiração parar também. Por que seja lá quem foi, vai pagar caro por isso. Oliver estava seguro assim que prendessemos o atirador.

— Isso é maravilhoso! — Eu digo eufórica assim que me recupero. — Quem foi?

Ao contrário da reação que eu esperava, Sebastian fica em completo silêncio enquanto eu quase morro de curiosidade bem a sua frente. Talvez eu tenha julgado mal o pai de Sebastian, já que, ele aparentemente tinha descoberto isso para todos nós.

Contrato azulOnde histórias criam vida. Descubra agora