Meu pai se senta na cadeira que Amerie estava sentada a pouco tempo atrás com o seu olhar de grande-discurso-paternal. Lucien sempre me leu como ninguém, passei todo tempo que podia na sola do seu sapato, implorando para ser visto, implorando por amor e atenção. Parecia irônico como agora ele estava implorando para que eu voltasse para casa e assumisse o trono, eu, o bastardo.
– Nash está se preparando para assumir o trono no seu lugar. – Meu pai começa fazendo uma pausa dramática. – Seu primo com alcoolismo vai virar rei, não o meu filho, meu sangue, a quem passei anos preparando e ensinando para ficar no meu lugar.
Olho para ele em silêncio decidindo deixar que ele continue seu discurso. Quero ver o que posso extrair dessa tentativa de me convencer a voltar para o meu país. No fundo estou aliviado de ter Amerie ao meu lado de forma tão doce e compreensiva, saber que ela estava abandonando sua carreira por mim me deixava um pouco culpado, mas fiz o mesmo por ela.
– Alcóolicos não podem sentar em uma cadeira e dar ordens? – Arqueio a sobrancelha sendo engraçadinho de propósito.
– Você sabe muito bem que as responsabilidades de um rei vão muito além disso. – Ele range com os dentes. – Não quero que ninguém tome o seu trono.
– Você quis dizer o trono de Christian. – Falo batendo os dedos na coxa casualmente. – O filho legítimo, eu só sou a segunda opção.
Nunca fui sua primeira escolha por motivos óbvios, eu era mais novo, bastardo e nem um pouco leal a qualquer pessoa que tivesse o sobrenome Montet. Mas Lucien sabia que eu era o melhor, tinha as melhores propostas, ideias e projetos. Conhecia mais pessoas, entendia mais das estratégias políticas, era mais justo e apesar de ter sido um fracasso como pai, ele era um ótimo rei.
– Você quer que eu me desculpe? É isso? – Ele pergunta, perdendo a paciência.
– A única coisa que quero de você é que vá embora. – Meu tom de voz se mantém assustadoramente calmo e frio. – Já estragou o suficiente a noite da minha noiva.
Meu pai não tenta esconder a cara de desgosto quando chamo Amerie de noiva mas não me importo muito com isso. Jamais vou admitir, mas sou grato por ele ter trazido Christian para se desculpar, por isso decido ignorar seu olhar condescendente.
– Nós dois somos parecidos, você e eu. Apesar de você me odiar por todas as bobagens que sua mãe falou enquanto estava crescendo. A única diferença é que você é melhor do que eu, Sebastian. Cheguei onde estou por que nasci com uma boa família, bons recursos e tudo seguiu maravilhosamente bem. Você diferente de mim conquistou o trono, não existia nenhuma possibilidade da coroa ser sua e não vou deixar você jogar isso pro alto por que me odeia, não estou perguntando se você quer ser rei, estou afirmando que vai ser.
Uma risada sincera sai do meu nariz fazendo meu peito inteiro vibrar. Lucien é tão arrogante que sinto vontade de negligenciar o trono apenas para que ele não tenha o que quer.
– Apenas se Amerie for rainha. – Dou ombros enquanto falo, vendo o velho ficar mais vermelho que tomate. – E eu não sou nada como você, nunca fui parecido com ninguém da sua família.
Não estou falando com nenhum tipo de punição, é mais do que a absoluta verdade. Não sou nenhum santo, sou arrogante e perco a paciência fácil, mas nunca fui covarde como ele e Christian. Nunca faria metade das escolhas que meu pai fez e nem tampouco esconderia um filho, me criei sozinho e minha personalidade vinha de mim mesmo. Não de nenhuma família real, não de sangue azul da Noruega. Apenas eu, Sebastian Montet V.
– A família também é sua, eu sou o seu pai mesmo que você goste de fingir que não. – Ele ralha. – Sebastian, deixe de ser cabeça dura por um segundo, Caitlin Butler e você seriam um excelente casal. Seu irmão fez um péssimo casament...
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Contrato azul
RomanceO que esperar de uma garota que além de ser uma princesa, carregava o peso de ser considerava filha de Zoe e Oliver Wado além de uma vida incrível? Amerie tinha sido adotada por Charlotte ainda quando criança, crescendo então entre princesas e prínc...