Capítulo 50 - Autumn: Falso amor vs amor verdadeiro

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Pov Heyoon

Quanto mais próximas ficávamos da mansão, mais a sensação de algo estava errado aumentava. Por que? Tudo era perfeito demais. Até mesmo tinha pássaros cantando e uma brisa fresca que trazia uma fragrância misteriosa. As caçadoras estavam muito tensas, pois como Ashley disse, tudo ali inspirava o amor e a paixão, coisas que elas tinham renegado.

Estávamos nos aproximando da entrada principal da mansão, passando por uma linda fonte onde um casal parecia valsar. Talvez quando tudo acabasse, conseguíssemos voltar a escola e terminar finalmente o colegial. Então Sina me levaria para o baile de formatura e nós duas também dançaríamos. Apesar de nunca ter visto a minha garota dançando, ela já tinha deixado subtendido a muito tempo atrás que sabia. E com todo o gingado que ela tinha para desviar dos ataques, não era tão difícil imaginá-la requebrando e rebolando. Ainda mais quando tinha aquele quadril e bunda...

Espera, por que eu estava pensando isso? Por que ainda não chegamos a entrada se ela estava tão perto?! Franzi o cenho olhando para os lados. A fonte ainda estava perto! Mas foi quando meu olhar passou pelo chão que meus olhos se abriram em surpresa. Era como se fosse um belo efeito de gelo seco rosa, pois uma fumaça passava por nossos pés cobrindo até o tornozelo. Tentei falar, mas assim que abri minha boca uma fragrância forte invadiu e adentrou fortemente meus pulmões. Era como se eu estivesse cheirando perfume, pois apesar de ser um cheiro delicado, ardia tudo por dentro!

Só então notei também que as Caçadoras já estavam lutando contra aquilo, caindo de joelho ao chão tentando manter a consciência. Meu coração disparou quando percebi que Shivani já estava desacordada no chão e que Sina me fitava com olhos verdes cada vez mais perdidos.

Era uma armadilha. Obviamente nós cairíamos em uma armadilha ao tentar entrar pela frente! Mas aquela era traiçoeira, deixando-nos grogues e moles, entorpecendo nossos sentidos como uma verdadeira droga. Eu já deveria estar alucinando, pois podia jurar que o casal da fonte fez um último movimento de dança antes de se aproximar de nós. A mulher pegou-me no colo enquanto o homem jogava Sina pelo ombro e pegava Shivani com o outro braço.

Eu tentei gritar por Sina, tentei me soltar, mas nenhum músculo meu obedecia. Era como estar anestesiada e a um fio de desmaiar. As coisas passavam ao meu redor como borrões. Eu via um corredor cheio de quadros belos. Uma sala com uma extensa mesa de jantar, tapetes e cortinas. Até ser depositada em algo extremamente macio e finalmente apagar.

Quando acordei foi em um pulo, como se todos os meus sentidos voltassem de uma vez só. Quase cai da cama onde estava, demorando a entender que estava em um quarto que deveria ser maior do que minha casa inteira. A cama era enorme, cheia de almofadas. Havia até mesmo sofás ali dentro, com direito a um enorme tapete vermelho entre eles. Também tinha uma varanda enorme, por onde a brisa passava trazendo aquela fragrância que eu já estava começando a odiar.

-Ah, finalmente acordou!

Quase dei um segundo pulo, assustando-me com aquela voz máscula e forte. Olhei para o meu lado esquerdo, encontrado sentado em um divã o que deveria ser provavelmente a encarnação perfeita de um galã hollywoodiano. Ele era alto, com ombros largos e estava vestido com uma calça branca e uma blusa de mangas compridas cinza.

Seu peitoral estava bem definido por debaixo do tecido. O cabelo era castanho claro, caindo perfeitamente para o lado e alguns fios por sobre a testa. O rosto? Era perfeito em todos os detalhes, desde ao nariz fino ao queixo largo. Os olhos eram de um azul estupidamente claro, quase hipnotizantes. Era impossível meu coração não disparar ao ver, provavelmente, o homem mais bonito que já tinha encontrado.

-Q-quem é você? - gaguejei ficando de repente tímida.

-Perdão pela minha falta de modos, faz tanto tempo que eu não recebo uma visita tão bela quanto você que esqueço de como reagir - ele respondeu galanteador, levantando e fazendo uma breve reverência com um sorriso torto - Sou Adônis, pequena princesa.

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