Capítulo 77 - Spring: Segundo Encontro (Part 1)

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Heyoon pov

Sina já tinha chegado a mais ou menos quinze minutos, mas ainda assim eu precisava terminar de me arrumar. Eu queria ficar linda para ela, almejava que aqueles olhos verdes pousassem em mim e tivessem dificuldades para sair. Era um sentimento que muitos casais poderiam esquecer quando se acomodavam na relação. Mas eu ainda queria impressionar a minha namorada, de todos os jeitos que uma menina atrapalhada como eu poderia conseguir. Levei quase uma hora inteira para me arrumar, o que era realmente raro vindo de mim, mas o resultado foi satisfatório até mesmo para meu ego.

A primavera trazia ventos frescos e noites levemente frias, mas aquele clima era realmente gostoso. Nem quente demais ou frio demais. Tinha optado por uma calça preta bem justa, uma blusa vermelha com um ombro caído e botas de salto fino e alto, o suficiente para me deixar mais alta do que Sina. Caprichei na maquiagem, no jogo de sombras e o destaque dos olhos. Meus acessórios em pouco poderia mudar, já que raramente retirava os que eu usava pelo seu significado e importância. Então resolvi mudar um pouco o cabelo, o deixando com mais ondas do que o normal, sendo este o principal motivo por estar me atrasando tanto. Nessa noite eu não queria ser a Heyoon fofa, delicada. Eu queria ser a garota da Sina, ou quem sabe a mulher?

O pensamento me fez sorrir satisfeita, saindo por fim de meu quarto. Savannah e Sina discutia algumas coisa que eu não compreendia, provavelmente tratando-se do reino imaginário que elas criaram. Encostei meu ombro na parede, meu sorriso aumentando ainda mais ao perceber que Lauren também tinha caprichado na aparência para sair em um encontro comigo. Ela tinha colocado uma maldita calça de couro, uma linda camisa cinza escura com uma caveira branca tomando quase toda a frente, sobre ela a sua jaqueta ganhada do Leão de Nemeia. O cabelo loiro escuro estava solto e caindo como cascata por seus ombros, parecendo ainda mais bem cuidados e brilhantes.

Sina escutava Savannah, até parar e erguer um pouco o rosto, inspirando fundo como se estivesse tragando a minha fragrância. Ela virou no sofá, só então pude ver a maquiagem muito bem trabalhada em sua face. Os olhos esmeraldas destacados fortemente, nos lábios o maldito batom vermelho. Sina ergueu-se e deslizou seu olhar esverdeado lentamente por cada pedaço de meu corpo. Mordi o lábio inferior arqueando uma sobrancelha quando ela finalmente mirou meu rosto.

-V-você está linda – Sina chegou a gaguejar um pouco, corando ao notar isso – Digo, você sempre é linda, mas vestida assim... – ela estava se atrapalhando, sinal de que estava nervosa? – Uau Heong, você está linda.

-Você já disse isso umas três vezes em uma única fala – caçoei e ela ficou ainda mais vermelha – Você também está linda, Sininho.

-Eu sei que estou – ela tentou disfarçar ficando convencida.

-Oh Deus, vocês duas querem ir logo? – minha mãe apareceu da cozinha – Savannah não tem de presenciar esse tipo de troca de olhares.

Dessa vez foi a minha vez de corar. Sina revirou os olhos e se despediu de Savannah deixando um beijo em sua bochecha, a marcando com o seu batom vermelho devido à pressão aplicada. Ao sairmos, deparei-me com Lola a nossa espera, a moto de Sina e prontamente fiz uma careta.

-O capacete vai acabar com o meu penteado – reclamei cruzando os braços – Não podemos ir de táxi?

-Não precisa usar capacete – Sina sorriu de lado – Eu nunca vou deixar você cair.

Satisfeita com essa conclusão, esperei Sina montar primeiro para repetir o movimento. Aquela era uma das raras vezes que andava de moto com Sina, preferindo ir de carro com Sabina simplesmente pelo conforto. Mas assim que meus braços rodearam a cintura da filha de Zeus, me amaldiçoei prontamente por não ter feito aquilo mais vezes. Sina também não colocou o capacete, apenas pediu para que eu segurasse firme nela e deu a partida. A moto parecia estar rugindo quando a garota branca acelerou. Sina cortava o transito sem se importar muito com as regras, mas talvez estivesse apenas se exibindo já que a cada vez que ela fazia uma manobra um pouco mais perigosa eu a apertava ainda mais em meus braços.

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