Capítulo 37 - Autumn: Fantasmas do passado

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Pov Heyoon

A sereia estava amarrada na banheira, as cordas perpassando todo o tronco prendendo bem os braços. Estava devidamente vestida, com um blusão de Sabina e um short da Joalin. Ela nos encarava ameaçadoramente, a sensação que eu tinha era de que se ela pudesse arrancar nossos corações com a mão, ela o faria sem nem piscar.

O silêncio era quase sepulcral, o lugar mal iluminado tendo apenas como fonte de luz lampiões rústicos nas paredes. Acredito que ninguém sabia o que fazer agora, a maioria olhava para a sereia com curiosidade e preocupação. Afinal do que ela seria capaz mesmo estando amarrada?

-Me matem logo, que saco – a garota falou surpreendentemente com um jeito tedioso – Parece que nunca viram uma garota antes!

-Não uma que se transforma em um passarinho bem feio – Sabina não resistiu a provocação.

-Como se você fosse lá uma musa abençoada por Afrodite – a sereia revirou os olhos indiferente e sem se abalar.

-Ei! – Sabina já ia avançar, Any quem a segurou.

-Acalmem-se – Hina falou, seu semblante estava bem sério até ela suspirar – Qual o seu nome?

-De que adianta? Vocês vão me matar mesmo – ela parecia bem certa dessa ideia.

-Quem disse que vamos? – a voz de Shivani era serena, mas ainda assim séria – Ainda está viva, queremos apenas conversar.

-Muito hospitaleiros vocês então – ela riu em ironia – Estou amarrada em um lugar fechado e fedorento, estou em dúvida se é o ambiente ou um de vocês mesmos, tem semideuses que credo em Zeus!

-Porque não saímos boa parte de nós? – Krys propôs parecendo analisar a situação – Muita gente pode acabar provocando uma discussão desnecessária e interrupções.

-Vamos – Joalin começou a puxar Sabina para fora.

-Por que está me tirando daqui? Eu sei me comportar! – Sabina ficou indignada.

-Porque vai ser algo chato, podemos fazer coisa melhor e deixar essa assunto entediante para quem pensa que está liderando a situação aqui – Joalin explicou olhando calma pra Sabina.

As duas conversavam pelo os olhos, parecia mais uma guerra de quem iria vencer más logo o inacreditável Aconteceu, Sabina suspirou e saio ao lado da Loira.

Com isso saíram quase todos, restando ali apenas eu, Sina, Hina e Sofya que ainda recuperava a sua voz. A sereia revirava os olhos e continuava com a cara de poucos amigos. Sina estava mais afastada, o isqueiro em mãos, braços cruzados e um daqueles olhares frios e intimidadores. A garota ruiva nem se atrevia a olhar em sua direção.

-Se não vão me matar, querem me torturar com tédio? – a sereia perguntou recostando na banheira.

-Eu vou ser direta – a voz de Sina ecoava fria pelo ambiente, ela fez passar um pouco de estática por entre os dedos – Qualquer gracinha e você vai ser eletrocutada, essa é minha noção de tortura.

-Foi você sua puta!

A sereia agitou-se de repente, se debatendo e seu corpo querendo se transformar. Seus braços ficavam cheios de penas, as garras se alongavam e diminuíam. Hina esticou a mão, fechou em punho e os laços a apertaram ainda mais, a obrigando a ficar quietinha apesar de quase ficar rosnando. Deuses, nem mesmo efeitos de Hollywood seriam tão perfeitos quanto aquelas coisas estranhas que aconteciam em nosso mundo!

-Não queremos machucar ninguém Sina! – Hina exclamou zangada – Se comporte ou sairá também!

A filha de Zeus resmungou e ergueu as mãos em rendição, voltando a cruzar os braços abaixo dos seios depois.

Estações - Versão SiyoonOnde histórias criam vida. Descubra agora