Capítulo 64 - Winter: Besta vermelha e ciborgue.

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Pov Heyoon Penélope cortava a floresta como se fosse um raio negro rasgando um pálido e frágil papel

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Pov Heyoon
 
Penélope cortava a floresta como se fosse um raio negro rasgando um pálido e frágil papel. Meu coração batia frenético dentro de meu peito enquanto a voz de minha meia-irmã ecoava por entre as árvores, em um desespero infernal, clamando por ajuda. Eu não suportava a ideia de que Savannah estava ali no meio daquele caos. Penélope seguia o timbre de minha irmã, deixando claro que não era uma alucinação, não era algo de minha cabeça, pois até mesmo a besta do inferno escutava aquele clamor.
 
-Yoon! Yoon! – ela gritava.
 
-Savannah! – chamava em frenesi.
 
-Heyoon.
 
Um sussurro final e tudo parou. O som se extinguiu de repente, da mesma forma em que se originou. Penélope “freou”, suas patas escorregando sobre a neve. Saltei de seu torso, meus pés afundando na camada fofa de neve. Não havia nenhum sinal, não havia nada. Ofeguei finalmente passando por minha mente um fio de lógica.

Aquilo podia ser uma puta armadilha!

-Yoon! – a voz de minha irmã ressoou de repente em meu lado.
 
Olhei para a direita e meu coração assim como a minha circulação congelou no lugar. Minha expressão deveria ser a de mais puro espanto e terror. Penélope estava em posição de ataque, rosnando de forma furiosa como eu nunca tinha visto antes. Bem ali, a poucos metros de mim, estava um monstro vermelho. Ele tinha o corpo de um leão, as patas e cauda de um cavalo. Seu pescoço era longo como o de um cavalo, mas a sua cabeça era a de um lobo. Seus olhos eram vermelhos, mais sagazes ainda dos que os de Penélope. Sua boca estava entreaberta, mas ao invés de dentes havia duas placas sólidas de ossos que fazem um estalido irritante quando batiam.
 
-Jeong – a voz de Savannah falou ironicamente, vinda daquele animal – Humanos são tão fáceis de enganar.
 
Um arrepio forte passou por meu corpo. Era completamente estranho a voz de minha doce irmã sendo pronunciada por algo tão horrendo, ainda mais naquele tom tão cruel. Segurei o brinco de minha orelha e o puxei tão forte que eu senti uma leve dor no lóbulo, mas ignorei completamente. A minha espada se formou em minhas mãos, aquela aberração vermelha pareceu rir da minha postura incerta de ataque. Seus ombros felinos abaixaram anunciando um bote, mas Penélope latiu tão forte que meu corpo tremeu com aquele som. Meu cão infernal correu em direção do monstro escarlate, mas antes que o alcançasse uma bola branca veio correndo de sua lateral e se jogou sobre ele.

Recuei prontamente, tendo a terceira surpresa do dia. Se os Yetis existiam, seriam exatamente aquilo. Gigantes macacos peludos e brancos, com uma cara terrivelmente feia. O yeti segurava meu cão infernal em um abraço doloroso, eu podia ver Penélope se contorcendo e ganindo em dor. Eu já estava indo ajuda-la, mas o monstro vermelho se jogou a minha frente e me fez cair no chão com a surpresa. Apoiei minha mão livre sobre a neve, sentindo minha palma se conectar na terra abaixo de toda aquela cobertura branca. Antes mesmo que aquela criatura hibrida me atacasse, fiz com que uma parede surgisse inclinada em sua direção, a golpeando com força e a afastando de mim.
 
Levantei e lancei um olhar para minha cadela, ela estava mordendo fortemente o braço do yeti, conseguindo escapar de seu abraço mortal. Sorri de lado e brevemente, era hora de finalmente batalhar contra algo. Havia sido facilmente enganada e isso me irritava profundamente, além de imaginar a expressão que Sina fazia com aquele típico olhar de “eu avisei”.
 
A besta escarlate girou e logo estava de pé, sua cabeça lupina rosnou em raiva pelo ataque. Finalmente ela avançou, seus cascos mal produzindo som por conta da neve. Esperei o momento certo para poder girar o corpo, desviando do ataque direto e de uma mordida que arrancaria provavelmente toda a lateral de meu corpo. Segurei firme a minha espada e contra-ataquei tentando cortar o flanco daquele monstro. Mas assim que minha lâmina encostou em sua pele vermelha, a espada retesou e me atingiu de raspão no braço, produzindo um belo corte abaixo de meu ombro.
 
-Mas o que...?!
 
Gritei e me afastei, arfando enquanto o monstro também se recuperava de seu ataque frustrado. Engoli meu desespero, tentando imaginar o que a Sina faria se estivesse ali e provavelmente seria ignorar aquele medo que tentava me congelar no lugar. Eu já não era mais uma novata, eu não iria fugir da luta!

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