YOLANDA CAPÍTULO 1.

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CONTÉM ERROS E SEM CORREÇÃO.

YOLANDA CAPÍTULO 1.

Do meu quarto ouço mamãe dizer a papai que a única solução é que me case, que já passei da idade de fazer família. Abraço meus irmãos pequenos tremendo de medo que meu pai concorde, não quero me casar, gosto de cuidar da casa, dos meus irmãos dançar tarraxinha as noites na areia molhada da praia, ser livre.

Mamãe fala das dívidas, do empréstimo feito ao senhor, Jafari. So de pensar naquele homem tenho calafrios nos ossos. A forma interessada que me olha dando indiretas ao meu pai que estou na hora de arrumar casamento.

Não quero me casar, ter um homem para me controlar, quero ser dona da minha vida, ainda posso estudar, ter um futuro diferente da minha mãe, não quero ser lançada a o desconhecido, ou casada com um homem a quem não amo.

As luzes da sala se apagam e eles vão se deitar, coloco meus irmãos pequenos em suas camas e saio de fininho porta a fora, pego minha bicicleta e vou rumo ao mar.

Sentindo a areia molhada debaixo dos meus pés pesco meu MP3 coloco os fones em meu ouvido a música entra pelos meus tímpanos enchendo meu coração. Fecho meus olhos e como as ondas que fazem balançar um grande veleiro meu corpo se move, movimentos leves sensuais, meus quadris balançam se movendo como as ondas mansas dos oceanos. As vezes os acordes se tornam intensos as notas pedem mais do meu corpo me entrego me agito no ritmo frenético meu corpo que estava tomado pelo embalo de ondas mansas se torna tempestade, tormenta, em noites escuras.

A brisa da noite perpassa meu corpo, meu vestido voa com o vento, destacando meus contornos, marcando minha silhueta. A música se torna cada vez mais intensa se eleva como uma onda gigante se levantando, crescendo soberana ninguém pode destruí-la, alcançá-la.

Me sinto grande, me torno dona de mim mesma, a dança tem poder sobre meu corpo, dançando sou poderosa, flutuo, através dela eu voo, viajo pelo mundo todo, sinto me poderosa, me amo, não preciso de plateia, para receber palmas ou elogios, eu tenho o mar, a lua, a praia como palco.

Envolvida com a música, à dança, finjo que sou a onda gigantesca, que ninguém tem o poder de me controlar, nos últimos acordes encerrando os últimos movimentos abro meus braços reverenciando a lua beijando o mar, palmas são ouvidas.

A onda gigante se choca contra rocha, no mar ela é soberana, mas quando se choca contra a rocha é apenas mais uma grande porção de água salgada trazida do grande oceano azul. Com o choque entre a água e a rocha eu acordo para realidade, meus sonhos se vão-se esvaindo de minhas mãos.

Abro meus olhos e Yuti está a alguns passos a minha frente sorrindo batendo palmas, minha plateia íntima de uma só pessoa, sempre sabe onde me encontrar.

-Você dança como uma deusa. -Obrigado, esse aparelhinho que me deu é maravilhoso, agora não preciso mais cantar para poder dançar. Graças a você eu posso ouvir e sentir todos os acordes vibrando junto ao meu corpo.

Depois de alguns minutos em silencio deitadas na areia da praia, conto a ela sobre a conversa que ouvi em casa. -Eu te olho e não consigo te ver casada, imagine só seu marido acordando na madrugada e não te encontrando na cama? Rimos imaginando a cena.

-Ele irá ligar para meus pais que darão o número telefônico da minha melhor amiga para saber meu paradeiro. -E eu como uma ótima amiga direi seu segredinho. -Que boa amiga eres! Teria coragem de me delatar? -Você poderia aproveitar a oportunidade e fazer um show para ele.

-Prefiro me lançar ao mar revolto do que me sujeitar a isso, eu só danço para mim mesma.

-O senhor Jafari tem perguntado sobre você no mercado, já pensou se ele a ver dançando, acho que ele não sobreviveria os primeiros segundos e desmaiaria?

Senhor de Araruna.EM ANDAMENTO.Onde histórias criam vida. Descubra agora