Senhor de Araruna.EM ANDAMENTO.

YOLANDA CAPÍTULO 32.

CONTÉM ERROS, NÃO REVISADO.

YOLANDA 32.

Água, lágrimas e espuma se misturavam outra vez escorrendo sobre minha pele enquanto me esfregava para tirar a tinta dourada, meu segredo. Segredo esse que não mais existi, ele me descobriu; sinto tanta vergonha. Minha mentira teve um caminho curto, a verdade por mais que seja dolorosa e nos deixe cheios de incertezas deve ser nossa primeira escolha. Agora sei disso.

Foi mágico quando me abraçou e pediu que me acalmasse, não conseguia parar de chorar havia muito sentimento afogado no meu peito por ele, estava apavorada, mas no fundo aliviada mentiras estão fadadas ao fracasso sempre que começam. Sua voz era quase uma suplica ao meu desespero. Porque ele agia daquela forma doce e protetora quando devia gritar e me excomungar pôr o ter enganado? Seus braços me seguraram, seu corpo se tornou o muro onde descansei minha cabeça libertei meus pensamentos e pranto. Disse que teríamos que conversar que seria no meu tempo. Minha vergonha era tanta que não fui capaz de buscar seus olhos.

Não o sentia como um inverno frio e rigoroso, estava acolhedor, revelando seus sentimentos disse: -Esperei uma vida inteira por você, temos muito que conversar. Quando estiver preparada venha até mim. Ele se afastou levando com ele o calor do seu corpo que aquecia o meu. Ainda com a cabeça baixa acompanhei sua sombra até ela desaparecer entre as arvores do imenso jardim.

Eu não fui capaz de procurar por ele, não me sentia pronta para conversarmos, não sabia o que dizer eu o amava sentia saudade do seu olhar, essa era minha verdade. Da janela do meu quarto avistava a mansão imponente com suas luzes acesas, ele me esperava e eu me remoía com medo do confronto.

Disse que esperou por mim, meu coração se agitava ao lembrar das suas palavras, mas será que depois que souber quem realmente sou continuará pensando da mesma forma? Meu medo me fez recuar então fugi, talvez um guarda ou outro tenha me visto, não me apeguei a isso achei mais fácil ir-me. Peguei a passagem que ficava atrás da propriedade que senhor Alejandro me contou cheguei rapidamente na areia da praia.

Meus pés tocaram a areia respirei profundamente meus batimentos estavam acelerados minhas pernas bambas pela pressa. A brisa do mar me tocou a pele se infiltrando em meus cabelos molhados, suspirei, sentindo a brisa fria. Eu amava aquela sensação sentia o mar meu refúgio, me aproximei uma onda quebrou sobre meus pés me sentei na areia molhada pensando se ele já havia se dado conta que não estava lá que não iria até ele?

Mais uma vez me encontrava diante do mar em uma situação complicada na minha vida. Era meu maior confidente e eu sua admiradora. Depois de pensar em tudo vivido nas últimas semanas decidi que não tinha nada para conversar com Yago, eu não iria até ele. Não éramos amigos, namorados, ou amantes, eu tinha minha vida e ele a dele tanto que estava tendo encontros carnais com Tamina.

Talvez não estivesse raciocinando direito ou o ciúme falava por mim? Ciúmes, covardia, medo estavam me sufocando, todos esses pensamentos e sentimentos confusos, duvidosos, era um martírio se sentir assim.

-Yolanda. Me levantei da areia rápido, assustada por ser descoberta mais uma vez naquela mesma noite, estava escuro, mas assim mesmo o reconheci. O brilho lunar caia sobre seus cabelos negros o deixando ainda mais incríveis na escuridão, foi se aproximando devagar parecia deslisar na areia meus olhos encontraram os dele numa severidade que me fez repensar minha fuga.

Parou diante de mim tão perto que meus pés sentiram a areia molhada se mover eu estava sem fala, ouvi o som de uma onda se aproximando e junto com ela o vento frio da madrugada soprou forte, desta vez me causando arrepios na espinha. Abaixei meus olhos vendo a onda se desfazer debaixo dos meus pés e fui surpreendida em ver Yago Salazar descalço com a barra das calças arregaçadas até o meio das canelas.