YOLANDA CAPÍTULO 34.

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SEM CORREÇÃO CONTÉM ERROS.

YOLANDA 34.

Caminhávamos lado a lado; nossos rastros deixados na areia molhada eram apagados pela água do mar como se nunca houvéssemos passado ali segundos atrás. O vento soprava forte tocando meus cabelos os secando deixando-os naturalmente cacheados. Olhava para Yago do meu lado segurando minha mão pedindo intimamente para que ele nunca mais me soltasse fosse como fosse, soubesse o que soubesse.

Chegava a hora de lhe contar tudo; meu coração se exprimia no meu peito, sentia o pequenininho, angustiado, mais ainda sim com uma pontinha de esperança ele prometeu me ouvir! O medo também me atormentava insistindo para que eu desistisse, ele não ia conseguir aquele era o dia podia sentir. Eu atravessei um oceano sem esperança, somente com minha coragem e um sonho de liberdade, libertei meu corpo e prendi meu espirito no amor.

-Yolanda, Yolanda! - Ainda estou aqui, estava apenas pensando no que me disse. - Lhe disse tantas coisas essa noite. -Sim, você disse, a parte que disse que me amava é a que eu mais gosto. Ele soltou minha mão e me abraçou por cima dos ombros me puxando para junto dele. O abracei pela cintura seus lábios tocaram meus cabelos num beijo carinhoso.

- Gosto dos seus cabelos assim. -Bagunçados! -Selvagens, sendo levados em todas as direções, como agora. Gosto de tudo em você! Paramos, nos olhamos inclinou a cabeça seus olhos me fitando, brilhando, paixão ardente nos enlouquecendo. Eu queria muito beber dos beijos dele outra vez. Seus olhos se fecharam prontos para o momento, mas não pude, levei minha mão seus lábios quentes encostaram na minha palma.

-Yolanda. Sua voz me chamou sôfrego, impaciente por ter o que não poderia acontecer naquele instante. -Se deixá-lo me beijar agora perderei a coragem do que preciso lhe contar esse beijo nos embebedará iremos nos perder na paixão no desejo. E eu não aguento mais guardar tantos segredos aqui dentro do meu peito. Estou no meu limite! Nós dois queremos muito sentir: o toque, o gosto um do outro, e para que isso aconteça quero que me conheça, que saiba quem sou eu de onde vim e os motivos que vim.

Acariciava seu rosto enquanto falava, ele por sua vez roçava sua face na minha mão como um animalzinho carente, buscando meu cheiro, meu calor. -Quero: ficar sobre o teu olhar, quero sentir as batidas do teu coração, quero seu toque na minha pele, quero te amar, quero viver sobre seu feitiço.

-A garota, você me deixa maluco! Quero: amar você, quero beijá-la todas as vezes que me der vontade, quero que me olhe e num simples olhar interprete meus pensamentos, minhas vontades, quero que me ame como se o amanhã fosse acabar, quero tudo com você, me enlouquece estar sobre o seu feitiço.

Uma emoção gigantesca tomou meu coração, um nó enorme se apoderou da minha garganta, meus olhos se tornaram cheios de lagrimas e se derramaram na minha face. Eu não quis me conter, deixei que caíssem sem sessar, em abundancia, igual ao mar que de tão cheio empurrava suas ondas dando espaço para outras virem.

Eu não via mais seu belo rosto as lágrimas embaçaram minha visão, mas ele estava lá do meu lado segurava meu rosto limpando minhas lágrimas com seus polegares. Minha boca se abriu, fui guiada pela emoção que brotava do meu coração.

-Eu não sou desse país, cheguei aqui clandestinamente em um dos seus navios numa madrugada escura e tempestuosa onde tiros foram trocados. Meu país de origem é Angola, eu entrei no seu navio para me esconder da minha família, meus pais queriam me submeter a um casamento sem amor.

Contraíram uma dívida enorme com um homem rico, o senhor Jafar, eu não pude concordar ele tem idade para ser meu pai! Achei um absurdo da parte deles o único jeito que encontrei foi fugir. Eu sou a clandestina que encontrou escondida no convés e a sacudiu pelo braço. A que ficou aos cuidados do marinheiro Rômulo. Ele me levou para o bordel, no começo não foi fácil, Sibila me fez de gata borralheira até entender que eu não tinha nada com Rômulo, que ele estava apenas me ajudando. A noite antes de dormir eu descia para praia: eu sempre amei dançar e a praia o mar, foi meu refúgio, eu morava em uma cidade portuária, por isso entrei no seu navio. Na minha cidade quando meus pais e irmãos dormiam eu fugia para praia eu tinha uma amiga, Yutti, só ela sabia onde me escondia, e só ela sabia onde me encontrar.

Senhor de Araruna.EM ANDAMENTO.Onde histórias criam vida. Descubra agora