YAGO SALAZAR CAPÍTULO 5.

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SEM REVISÃO CONTÉM ERROS.

YAGO SALAZAR CAPÍTULO 5.

Levei meu pé esquerdo no degrau da escada, minha mão direita foi ao trinco da porta, entrei na mansão. O silêncio aterrador estava presente como naquele começo de noite, meu estomago embrulhou, as lembranças das cenas vividas, vistas e ouvidas a anos atrás me atordoou, me jogando para baixo.

Anos havia se passado, porque eu não conseguia me livrar daquele pesadelo, porque me acompanhavam me afligiam, vinham sobre minha mente como açoite. Respirei fundo, me recompus, enfrentei meus fantasmas e continuei, eu não andava meus pés se arrastavam no assoalho era muito difícil uma verdadeira guerra era travada para estar ali.

Quando precisava voltar aquela casa a raiva, o ódio estava sempre a flor da pele e, ainda tinha ele, eu o evitava a qualquer custo. Olhá-lo, era como olhar para ela, os olhos a boca a pele pálida eu não suportava, os traços dela estavam nele e era demais para mim.

Aquela mulher não fazia mais parte de mim, da minha vida era apenas uma lembrança ruim que eu queria esquecer, mas continuava a me atormentar, destruir me deteriorando como as ruínas de uma velha casa, desmoronando.

Subi um degrau da escada e por mais que eu não quisesse lembrar do que tinha vivido ali não pude evitar, era impossível, me encostei na parede e me deixei levar, era mais forte, fui atormentado com aquelas cenas, envolvido naquelas lembranças mais uma vez.

Aquele dia tudo estava contra mim, meu pai havia ido parar no hospital com um começo de derrame, um dos operadores dos guindastes soltou um dos contentores no lugar errado derrubando a carga no mar e por fim, fiquei preso no estaleiro.

Cristóvão meu amigo era o funcionário responsável por aquele setor e durante o dia precisou se ausentar da cidade naquele dia, e eu, por ser o chefe e entender do serviço me dispus a ficar em seu lugar. Era a construção do Araruna o maior navio da frota, eu estava empolgado ansioso. Um porto nunca para, está sempre todos a trabalhar, por isso existe um controle fiel de reposição do pessoal, cada um com sua carga horária e seu turno.

A minha naquele dia já havia extrapolado, eu por ser o dono não havia hora para chegar ou sair, mas depois do casamento e o nascimento do meu filho eu presava por chegar em casa mais cedo. Estar com ela, segurar meu filho nos braços, conversar com ela sobre seu dia o que fazia quando não estava, essas coisas que acontece e, todos fazem quando estamos embebedados pela paixão no começo do casamento.

Sai correndo do porto e antes de ir para casa passei em uma floricultura que ficava aberta vinte quatro horas comprei um buque de rosas vermelhas e uma garrafa de vinho planejava uma noite especial para compensá-la do meu atraso, quanta tolice.

Enquanto eu dirigia meu telefone tocava sem parar eu não queria atender ninguém, só pensava em Angélica, no perfume que exalava do seu corpo do aroma dos seus cabelos das minhas mãos em sua pele.

Naquele momento ver minha família era o mais importante para mim. Antes de sair do porto liguei para Gaspar o mordomo e fiel companheiro do meu pai que, me deu a notícia que meu pai estava bem, que na manhã do dia seguinte voltaria para casa que o derrame era alarme falso todos os exames foram feitos e o que lhe aconteceu foi um desgaste emocional que afetou sua pressão arterial. Perguntei se ele tinha se aborrecido durante o dia e o mesmo respondeu que não.

Disse a ele que eu estaria bem cedinho ao hospital que eu mesmo o levaria para casa. Parei em frente a mansão peguei meus pertences, as flores o vinho, e vi no visor do telefone uma mensagem enviada por Ceiça que dizia.

Seu pai precisa urgentemente lhe falar, pode vir aqui no hospital agora.

Não, claro que não. Respondi. Na primeira hora de amanhã estarei ai, minha face será a primeira que ele verá, boa noite.

Senhor de Araruna.EM ANDAMENTO.Onde histórias criam vida. Descubra agora