YOLANDA CAPÍTULO 6.

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YOLANDA CAPÍTULO 6.

Rômulo ao me ver percebeu que não tinha condições alguma de me mover ou capacidade física de descer aquelas escadas. Extremamente cortês e educado me pegou em seus braços e desceu comigo todos os degraus daquela estrutura de ferro gigantesca.

Me encolhi junto ao corpo do homem grande de aparência rústica aceitando que me carregasse, ou ele me levava ou aquele de negro cujo o nome não sei voltasse e me jogaria lá do alto do navio.

Enquanto ele descia comigo minha mente gritava por uma resposta. Passei dias naquele navio presa, por mais que as vezes ele me deixava sair respirar, ver o mar eu era, eu me sentia prisioneira, como seria a partir daquele dia, eu tinha que perguntar ou ficaria louca.

Já em solo agradeci a gentileza, um pouco mais recomposta perguntei a ele o que iria acontecer comigo, onde ele me levaria. -Você irá me prender, como aconteceu no navio. -Não. Um alívio gigantesco me percorreu. -Me mandara de volta ao meu país. -Sim. -Se eu tivesse outra escolha não voltaria. Resmunguei baixinho, o olhei.

-E se eu arrumasse um trabalho, eu poderia ficar, conseguir o dinheiro e mandar para minha família pela minha amiga, em segredo.

Um suspiro lamentoso foi ouvido dele e o mesmo me respondeu. -Eu sinto muito, sei porque tem medo de regressar, mas não pode ficar está ilegal, onde iria trabalhar, quem lhe daria emprego, veio de forma clandestina e o senhor não permite clandestinos na cidade. Ele estava certo o homem de negro foi bem claro quando gritou que não importava como, mas eu voltaria de onde vim. Rômulo parou de falar me olhou como se encontrasse uma solução.

-Vamos, acho que sei onde pode ficar. Eu o acompanhei afinal o que eu poderia fazer.

UMA SEMANA DEPOIS.

Secava o ultimo banheiro do quarto andar do prédio, quando ouvi saltos batendo contra o piso vindo em minha direção. Sabia quem era, uma semana e já conhecia todas que circulavam aquele antro. Eu tinha um teto, comida, incerteza de um salário, trabalhava por duas pessoas e tinha que aguentar os insultos e o ciúmes infundados da mulher que me aceitou dar abrigo.

-Clandestina. Segurei o rodo firme no chão respirei fundo e me virei para a mulher a minhas costas._Sibila.Respondi, ela adorava me perturbar, me dando os piores tipos de serviços me fazia até repassar uns as vezes, principalmente quando Rômulo passava e perguntava por mim e, como estava indo as coisas, somente para me tirar a paz.

Eu sei o que estão pensando, porque não conto que ela me maltrata, e ranca meu couro, simples prefiro estar limpando, passando, lavando do que de bobeira pelo salão ou corredores à mercê dos clientes tentando me agarrar com brincadeiras nojentas e nada respeitosas. As vezes até instigados pelas próprias garotas do Dama Da Noite. Esse é o nome do antro nada original, mas gosto é gosto e não se discuti. Às vezes me sento para comer, ou lanchar sempre tem uma ou outra que se senta ao meu lado e diz que estou perdendo tempo esfregando os banheiros poderia estar me deitando com muitos clientes e faturando todas as noites.

Eu poderia responder grosseiramente que não era uma puta ou prostituta, mas eu apenas negava com a cabeça e saia de fininho, não iria arrumar problemas, e eu não queria problemas.

Outras diziam que sibila era uma ótima pessoa e que logo o ranço que ela tinha por mim passaria, seria realmente muito bom. E que no fundo eu deveria agradecer a última que ela pegou se esfregando no grandão cabeludo ela cortou os cabelos, eu nunca me esfreguei no grandão.

No meio daquela conversa respondi a mesma coisa que respondi muitas vezes naquela semana, que eu não tinha nada com o comandante do navio, somente agradecimento. Elas não deixavam barato e dizia que de agradecimento para colocá-lo na minha cama era um pulinho, elas só pensavam e respiravam orgias e safadezas.

Senhor de Araruna.EM ANDAMENTO.Onde histórias criam vida. Descubra agora