CAPÍTULO 36.

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SEM CORREÇÃO CONTÉM ERROS.

YAGO 36.

Sua face bonita se encaixou perfeitamente em minhas mãos; senti as maçãs do seu rosto quentes descansando em minhas palmas. Seus olhos se tornaram um lindo riacho cristalino molhando sua pele acetinada; com meus polegares limpei algumas lágrimas. Nada no mundo me fascinava mais do que aquela garota, não queria vela chorando, queria lhe proporcionar apenas alegrias, queria ver sorrisos, gargalhadas de felicidade. Ela era meu recomeço, uma semente que se enraizava por todo meu peito germinando sentimentos ocultos no mais fundo do meu coração. Me fazendo ser um ser humano melhor, extraindo sentimentos que eu havia esquecido, lapidando meu coração o enchendo de paixão.

Eu não busquei amor, não busquei ser amado, mas o amor veio, veio forte, exigente, ganancioso, o desejo e a vontade desvairada de ter alguém só para mim; me amando, me querendo, desejando me num simples olhar. Um desejo palpável que me queima a cada toque de pele. 

Ao seu lado me tornava um menino ansioso, soltei seu rosto a puxando para um abraço queria mais intimidade com seu corpo. Queria seu corpo sempre perto se acostumando ao meu calor, meu pedido ainda estava pendente, o que será que lhe passava a mente em meio ao choro silencioso? Seria emoção? Porque não me respondia? Aflição se apoderava do meu peito ao sentir o dela tremer. 

Teria sido precipitado meu pedido de casamento? Teria ela dúvida na resposta? Ela me ama! Seu olhar, seu corpo se revelavam, mas ela precisaria falar ou ficaria maluco. A resposta não era ouvida e a cada segundo que passava minha aflição crescia. A esperança de ouvir um sim crescia, porque em meio ao choro seu corpo não deixava o meu. Não se afastava, sentia o perfume suave de seus cabelos, sua cabeça não deixava meu peito, buscava aconchego em meus braços, mas o choro ainda era ouvido baixinho.

De repente tudo se tornou silêncio, na minha ansiedade pela resposta acredito que até mesmo o mar, o vento se calara. A lua se agigantou sobre nossas cabeças, sentia próxima. levantou a face e me olhou daquele jeito que parecia ver minha alma, eu não tive dúvida, aquela garota era o meu destino.

Envolvida nos meus braços, deitada no meu peito sussurrou: -Eu o aceito como esposo. Sorri fascinado com sua beleza e delirando com sua resposta, perguntei: - E o menino? - Eu já sabia que ele era seu filho. -Claro que sabia, a tragédia do meu passado é um fato difícil de se esquecer. -E mesmo que não fosse seu filho não abriria mão da companhia dele, eu o amo. A abracei cheio de amor ela era maravilhosa. E seria minha, nossa.

Ela o amava e me amava, nós dois dividiríamos o coração dela, nossa bela e doce Yolanda. Ela aceitou meu pedido, mas no fundo não sabia como aconteceria porque era uma estrangeira vinda em um navio apenas com a roupa do corpo.

E que apesar do que os pais planejaram para ela, ela os queria no dia mais importante da sua vida. Eu estava louco por ela, completamente embebedado por tudo referente aquela garota. Quando somos jovens cometemos loucuras por amor, hoje sou um homem maduro, mas quando se trata de paixões, amor e uma mulher especial nos tornamos jovens outra vez e loucuras é apenas uma desculpa que usamos para realizar os sonhos da mulher amada.

Com ela em meus braços lhe roubei um beijo, ganhei outro, e de repente ela se afastou.

-Yolanda! Amor! - É tão lindo ouvi-lo me chamando de amor, também é assim que me sinto em relação a você, meu amor! -Então volte para os braços do seu amor não o deixe sentir o frio da madrugada, me aqueça, por favor! -

-Antes que volte para os seus braços quero que me explique com palavras claras o que aconteceu entre você e Tamina. -Já lhe disse anteriormente que não a toquei.

-Eu não entendo, como não, e os encontros, não quero ser repetitiva nem bancar a louca ciumenta, sei que não tenho o direito de lhe exigir nada por causa das mentiras que contei, mas preciso que compreenda meu lado.

-Gosto de vela louca e ciumenta. -Não estou brincando Yago, nos apaixonamos por olhares, nós amamos mutuamente a cada encontro, sem ao menos nos tocar. -Nós tocamos no banheiro!

 -Esse dia não conta você se aproveitou da minha fragilidade. -Seu corpo adorou e deixou o meu em chamas, estou em chamas agora! -Yago por favor! - Esqueça isso, acha mesmo que se eu tivesse um caso com ela estaria aqui com você, se pensa assim não me conhece Yolanda, não sou praticante de sexo casual, eu preciso amar estar apaixonado para me entregar.

-Foram tantos encontros como pode não ter acontecido nada, nem um toque. -É exatamente como estou contando você jogou comigo, simplesmente fiz a mesma coisa. Contratei os serviços dela, a fiz pensar que me enganava, da mesma forma que fez comigo.

-Você é tão esperto que fico até envergonhada. - Não fique, no começo conseguiu seu objetivo, me enganou direitinho que cheguei a questionar minha sanidade.

-Minha intenção não era essa. - Vem aqui! Yolanda gritou quando a tomei nos braços e girei com ela caindo de joelhos na areia da praia. Seu corpo delicioso escorreu sobre minhas coxas, a onda veio nos molhando com aquela água fria. Segurei seu rosto mais uma vez naquela madrugada, busquei seus olhos igual fazia todas as vezes que havia dançar. Lhe mostrei todo meu amor, lhe deixei ver no mais fundo da minha alma então lhe disse: -Eu comprei o silêncio da falsa Salomé, tudo de mim será entregue a você.


ALEJANDRO.

UMA SEMANA DEPOIS.

Até onde você acha que um segredo pode ser escondido? Eu achava que seria para sempre. Um segredo é algo que mantemos secreto, se dois ou mais ficarem sabendo já não é mais segredo, se torna público. Não me refiro ao segredo de Yolanda, esse a qualquer momento seria descoberto, eu contava os dias. Eram muitos envolvidos meu filho não descobriu antes porque se tratando de mulher ele é cauteloso, não era e aprendeu da maneira mais dolorosa.

Segredo envolvi sigilo, total discrição do que estar secreto guardado a sete chaves, oculto dos olhos e do conhecimento, principalmente quando é para um bem maior. Tudo estava se encaminhando com perfeição, meu filho estava aberto ao amor e ser feliz. Yolanda estava radiante e meu neto finalmente teria um lar abençoado de amor.

Era nove da noite me sentava ao sofá na sala de estar ouvindo Ceiça dizer que a comida de Adele como sempre estava perfeita. Que se continuasse comendo tudo que ela preparava o vestido que usaria no casamento de Yago e Yolanda não lhe caberia. Bobagens, remorsos femininos depois de uma bela refeição.

Durante todo o dia sentia me inquieto, temeroso; e quando meu telefone vibrou sobre a bandeja de prata sobre a mesa de centro todas as minhas inquietudes se tornaram reais.  O número do investigador acendeu na tela, uma pontada me queimou o peito, capturei o telefone e me direcionei para meu escritório deixando Ceiça murmurando sobre sua gula no jantar.

Eu também havia pecado pela gula, fazer o que! Estava delicioso! Atendi o telefone e me sentei para ouvir o homem do outro lado da linha. Eu havia comido em demasia, a dia eu andava comendo, mas mesmo com todo o excesso não me fez mal mais do que o assunto que eu tratava por telefone, aquela noticia faria uma futura gastrite se tornar ulcera, num abrir e fechar de portas. 

 

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Senhor de Araruna.EM ANDAMENTO.Onde histórias criam vida. Descubra agora