Senhor de Araruna.EM ANDAMENTO.

YAGO SALAZAR CAPÍTULO 39.

SEM CORREÇÃO CONTÉM ERROS.

YAGO 39.

Eduardo só voltou a dormir depois de ter certeza que eu ficaria com ele, esperto e sem me dar chance de escapar, dormiu segurando a minha mão. Meu encontro com Yolanda ficaria pro dia seguinte, ela saberia entender os motivos que não me deixarão partir.

Enquanto vigiava o sono do meu filho a história do boneco desfigurado rondava minha mente. Perguntei a Eduardo sobre seu pesadelo e ele me contou que o monstro tinha o rosto cortado com dentes podres. Usava um manto preto e suas unhas eram enormes.

Nunca aconteceu esse tipo de brincadeira maldosa na mansão, quem estaria querendo assustar o menino? E porquê? Ele não saia da mansão, não tinha contato com ninguém estranho? Eu era Araruna, Araruna era minha, pertenceria a Eduardo um dia, não deixaria que algo dessa natureza assustasse meu filho. 

Eduardo é uma criança sensível, parte dessa sensibilidade foi causada pela minha ausência. Os filhos veem no pai, uma figura forte, como um pilar de sustentação. Eu não fui isso para ele, meu pai esteve lá, sempre, mas não era a mesma coisa, tenho consciência disso.

O dia amanheceu e como prometi eu cumpri. Ele despertou e meu rosto foi a primeira coisa que viu. - Senhor Yago, eu sonhei ou o senhor disse que era meu pai? Mal despertou e já foi disparando. - Não foi um sonho, eu sou seu pai! -Isso é uma grande notícia não é mesmo? - Acho que sim, porque? - Quero que todos saibam que tenho um pai. Vou me arrumar e descerei para dar a notícia.

-Quer que eu te ajudo, ou chame Yolanda? -Não! Já estou crescido, posso me arrumar e escovar os dentes sozinho. Parecia decidido não querer ajuda, deixei o homenzinho e fui para o meu quarto. Abotoava a camisa quando ouvi a porta do quarto se abrir. - Senhor Yago, estou pronto para o café, o senhor está pronto?

-Quase, falta o paletó e desceremos. Ele se sentou aos pés da cama e pelo espelho o via me observar, perguntou: -Será que um dia terei esse monte de barba como o senhor? - É provável que sim, você gostaria? -Gostaria, também quero ficar grande como o senhor. Me virei ajustando as mangas do paletó, sorri.

- Para crescer precisa comer toda a comida que estiver no prato. -Ficarei gigante porque não deixo nadinha. -Vamos? O chamei, abri a porta e o mesmo passou, descemos as escadas encontrando a família reunida. Meu pai, Ceiça e minha bela e adorável Yolanda.

Seu olhar me fascinava, me deixavam maluco, sentia que cobiçava cada parte do meu corpo separadamente. Saudei a todos, pisquei para minha noiva, Eduardo correu para os braços do avô dizendo bom dia, que tinha uma notícia para dar. Abraçou o avô, depois Ceiça e por último Yolanda, a beijando no rosto.

Meu pai dando total atenção ao neto, perguntou da notícia. Se soltou de Yolanda, veio até mim segurou a minha mão e disse: - Vovô pode por favor tocar a sineta pedindo a todos da casa que venha? -Com todo prazer, seu pedido me encanta.

Ele realmente queria fazer daquela notícia um acontecimento, meu pai prevendo os próximos passos e conhecendo o neto como conhecia, tocou a sineta cheio de emoção. Um a um vieram, até o jardineiro.

Segurando a minha mão subiu na mesa de centro para que todos o vissem, disse: - Ontem à noite a minha Yolanda me ensinou a orar pro papai do céu. Disse que se eu pedisse com vontade ele me atenderia. Eu me ajoelhei e pedi que me mandasse um papai, hoje de manhã ganhei um, o senhor Yago disse que é o meu pai, eu pensei que era sonho, mas ele me confirmou que é de verdade. Por isso estão todos aqui, para que saibam que eu tenho um papai. E que quando estiverem tristes, e, quererem muito uma coisa, orem, peçam pro papai do céu, e ele vai atender vocês.

Palmas foram ouvidas, emoção tomava o coração de todos, meu pai veio com aquele abraço caloroso, Eduardo nos agarrou pela cintura abraçando nós dois. Meu pai chorou como uma criança. Por cima do ombro do meu pai peguei no ar o beijo que Yolanda me mandou. Ceiça também entrou na roda do abraço emocionada.