YAGO SALAZAR CAPÍTULO 30.

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SEM CORREÇÃO E CONTÉM ERROS.


YAGO.

Fingir desprezo aquela criatura linda não era fácil; mas conseguia cumprir meu papel, afinal ser indiferente as pessoas não eram difíceis para mim. Depois da traição que sofri anos atrás eu me recolhi vivendo em total solidão.

Eu tinha Angélica no centro do meu mundo e todos os sonhos que realizava era para agradar a ela. Mas aquele amor era uma fantasia, tornando meu paraíso um inferno, fantasias não são reais e quando você acorda e a verdade é revelada você se vê transformado em cinzas, juntar o pó é quase impossível. Antes não ousava nem mesmo relembrar o que vivi com ela, porque junto com as lembranças vinha a dor que dilacerava meu peito.

Ao seu lado eu vivia uma falsa felicidade: um falso amor, um falso carinho que ela demonstrava para me manter aos seus pés, tudo para não perder a fortuna que me rodeava. Sempre achei que depois dela nunca mais poderia amar outra mulher, que nunca chegaria perto daquela criança. 

Como me enganei; tudo começou exatamente pelo pequenino, através dele meus olhos encontraram a razão da sua alegria. No começo eu não queria nem mesmo que ele fosse feliz porque eu não era. Agora estou aqui numa praça de alimentação do cinema o deixando colocar batatas fritas com mostarda e cat chup em minha boca enquanto o ouço dizer que queria a babá conosco.

-É bom, não é? -Sim muito bom! -Eu adoro! Mas não posso comer sempre, a batata com o cat chup me dão afitas na boca. -Isso é horrível! Também sofri dessas coisas quando criança, sempre que terminar de comer é recomendado enxaguar a boca com água. -Meu avô já me ensinou isso.

-Você gosta muito do seu avô Eduardo? -Meu amor por ele é do tamanho do céu. -E a babá, qual é o tamanho do seu amor por ela? Gosta dela não gosta? -Muito! Amo ela do tamanho do sol e quando a vejo triste eu fico triste. -Sempre os ouço gargalhar juntos nunca os vi ou, ouvi tristes?

-É porque não deixo que aconteça, temos uma regra quando eu estiver triste ela tem que me fazer cócegas e quando ela estiver triste farei cócegas nela. -E pela experiência vividas com ela e todas as cócegas que dividem, quem dos dois tem precisado de mais cócegas?

-A  Yola, ela me contou que tem sentido dores no coração, sabia que o coração dói quando estamos tristes? Aí eu faço muitas cócegas nela até que seus olhinhos lindos brilhem, e as risadas lhe tirem o ar.

Havia se passado uma semana e ela não jogava a toalha, eu fingia que ela não existia e ela se calava com meu desprezo, eu sabia que ela sentia alguma coisa por mim, mas porque se negava a estar comigo. Seu corpo reagia a mim até mesmo quando passava por ela, ou ela passava por mim na sala de jantar. E as conversas que tinha com Eduardo nos passeios fora da casa me revelavam sua tristeza, que as doses de cócegas só aumentavam para ela.

Como havia dito antes não podia existir duas pessoas na face da terra com o mesmo olhar, tão pouco a mesma malemolência. Eu tinha um enigma para desvendar e nada me tirava da cabeça que Yolanda era a chave. Pensar na dançarina misteriosa da praia, pensar em Salomé, pensar em Yolanda me trazia as mesmas emoções, mas a negação dela ainda fazia confusão na minha cabeça.

Risquei um plano em minha mente e até aquele momento eu avançava significantemente, mas ela permanecia calada, sem reação. Tudo acontecia a sua volta para desestabilizá-la, eu queria ouvir seus gritos de indignação, que perguntasse porque eu fazia o que estava fazendo. Mulheres caiam aos pés todo o momento, mas nunca as deixei me tocarem, que entrassem em minha vida. Permiti que ela o fizesse, minha ousada entrada em seu banheiro não tinha ficado claro que a queria como um louco.

Cheguei a pensar que tinha um caso escondido, que fosse apaixonada por outro, eu a queria e teria que ter certeza que podia ser correspondido. Quando encontrei aquela garota no camarim eu tive certeza absoluta que não era quem roubava meu sono. Meu coração não se manifestou, ficou como pedra mal o sentia bater, também não encontrei os olhos que procurava. A mulher que enfeitiçava no palco não era a mesma que encontrei aquele dia.

Senhor de Araruna.EM ANDAMENTO.Onde histórias criam vida. Descubra agora