Você pode me fazer feliz

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Eu vejo seu peito subir e descer em contraste com a respiração. Eu posso ouvir seus batimentos cardíacos implorando para bagunçar os meus.

Eu quero beijá-la até esquecer tudo em nossa volta. Eu quero me perder em suas curvas, eu quero fingir que ela é minha e que eu sou só dela. Eu quero cada promessa, eu quero cada querer.

- O que você pode me oferecer que eu já não tenha experimentado antes? – Eu questiono, segurando seu queixo, seus lábios tão perto dos meus.
- O que quer que você já tenha feito, ainda não fez comigo... – Ela responde cada letra com a nuance sarcástica que só ela consegue pronunciar. Cada pedaço de pele em meu corpo se eriça.

Ela tira minha mão de seu queixo e rebola em direção a adega. Inspecionando a sala toda.

- Quer beber alguma coisa? – Eu pergunto, indo me juntar a ela.
- Whisky. – Ela responde, sem rodeios. Eu arregalo meus olhos em sua direção.
- Forte para uma dama. – Digo. Minha vez de ser debochado. Ela sorri diabolicamente.
- Talvez... mas não para uma das SUAS damas. – Ela acrescenta. E eu me pergunto em que momento durante essa lua a ratinha de Concordia tornou-se essa mulher feroz em minha frente.

Eu sirvo dois copos de Whisky, entrego um para ela. Ela beberica, me encarando dos pés a cabeça, como se nunca tivesse me visto antes.

- Você está muito vestido meu duque. – Ela reclama, antes de dar mais um gole em sua bebida. Eu suspiro, bebo meu whisky em uma só virada, antes de largar meu copo na estante. Tiro a camisa.
- Contente? – Questiono. Ela balança a cabeça negando.
- Você ainda está de calças. – Ela sorri com cada palavra. Eu levanto uma sobrancelha, me deliciando com o joguinho.
- E você pretende ficar com todos esses panos? – Pergunto, apontando para as suas saias. Ela tira as alças do vestido com a mão direita, segurando seu whisky com a esquerda. Vira de costas pra mim, uns dois, talvez três passos nos separam. Ela puxa o fitilho que prende o vestido em suas costas. Se desvira, solta o tecido e a primeira das muitas camadas de seu vestido cai em seus pés.
- As calças. – Ela diz antes de beber mais um gole. Eu estou a encarando com cada partícula de mim flamejando. Eu abro o cinto, deixo as calças caírem em meus joelhos e deixo meus calcanhares tirarem o restante. Ela passa a língua nos lábios. Termina seu whisky e larga seu copo na estante. Com as duas mãos, tira mais uma de suas saias. Deixando somente a saia transparente e as baixeiras.

Eu atravesso os passos que nos separam, a puxo pela cintura, ela me beija. Não tem carinho ali. Nossos corpos se batem, se somam. Eu puxo seu cabelo, ela me arranha. Eu aperto, ela me morde. Eu a jogo na parede, fazendo suas costas encontrarem a madeira do casco do navio, ela geme, eu puxo suas saias pra cima, ela desce a mão, encaixa, eu empurro, ela grita.

Suas coxas em volta da minha cintura. Estamos em meio ao mar aberto e eu posso jurar sermos capazes de incendiar o oceano.

Minhas costas ainda ardem das cintadas de hoje mais cedo e os arranhões de Maria deixam meu corpo ainda mais sensível.

A cada estocada eu empurro mais fundo. "Machuca" escuto sussurrar. Minhas pernas fraquejam, ela me da um tapa.

- Está misericordioso hoje? – Ela me encara. Eu a desço do meu colo, a arrasto pelo braço até a minha cama, a jogo contra os lençóis. Ela deita já com as pernas abertas. Não sei em que momento eu tirei as baixeiras do corpo dela. Seus peitos estão nus ao meu completo deleite. Eu sorrio. Caminho até a lateral da cama, a respiração dela ainda ofegante. Puxo as cordas de trás das cortinas, ela me olha curiosa.

- Qualquer coisa que eu já tenha feito... – Eu digo pra ela. Maria me mostra os pulsos.
- Você ainda não fez comigo. – Ela complementa. Eu me ajoelho na cama, aperto seus pulsos em torno de um nó forte, graças aos meus anos de marinheiro.

Ela morde os lábios. Prendo seus pulsos no alto de sua cabeça, de encontro com a parede atrás da cama. Ela beija meu peito. Eu desço os lábios por seus braços. Passo por seu pescoço, termino em seus peitos.

E nós dois voltamos a ser o que sempre fomos. Chupo com força, ela me puxa para cima com os calcanhares. Mesmo sem o movimento das mãos, continua sendo habilidosa. Seu corpo se enverga na cama. Minhas mãos passeiam. "Coloca" ela pede. Eu do um tapa em suas coxas, ela grita. Eu sorrio. Ela morde os lábios. "Com sua graça meu duque" ela se corrige.

Dentro os movimentos se intensificam, eu empurro com força, não me preocupando em ser gentil. Ela rebola embaixo de mim com a mesma vontade que a minha. Escuto seus sons mudarem, suas pernas contraírem, sua respiração falhar e a pele arrepiar.

Pobre Marujos que estão ouvindo, essa noite fará desejo em qualquer um que está a ouvir. Sinto minhas coxas molharem e seu corpo fechar, a sensação de estar apertando intensifica meu prazer. Vejo seu corpo amolecer no meio dos lençóis. Preciso de mais uma estocada, e assim eu faço, ela revira os olhos e eu também, cobrindo seu ventre.

Maria, talvez você não me ame. Mas pode me fazer feliz.

Maré BaixaOnde histórias criam vida. Descubra agora