De joelhos

404 39 5
                                    


Antonieta se cobriu com o vestido leve, já eu, usei a muda de roupa de algodão que ela havia separado pra mim.

Caminhamos juntos pelos corredores de Teresa de volta aos meus aposentos.

Chegamos e antes de girar a maçaneta ela me beijou. Um beijinho doce, tranquilo, com a calmaria que ela sempre tem. Antonieta segurou a trinca, eu a encostei na porta. Ainda com nossos corpos dançando na minha cabeça.

Ela me beija, cada vez mais forte, cada suspirada mais profunda. Minha mão escorrega pela lateral do seu corpo, encaixa em sua perna direita, eu aperto, seguro e puxo para cima, seu joelho em volta da minha cintura. Aquele pano fino do seu vestido em contraste com as minhas roupas de algodão. Os sons do outro lado da porta e os estalos da madeira dos corredores vazios de Teresa. Eu poderia tê-la ali mesmo. Mas ela abriu a porta.

As meninas estavam nuas. Berenice e Maria sentadas nas camas improvisadas no chão, degustando seu jantar. Tavaras estava vestindo apenas seu colete de pele de coelho, fumando um charuto, sentada em minha poltrona, com as pernas cruzadas em cima da minha mesa. As três me encaram sorrindo. Antonieta se recompõe. Berenice a chama de "sem vergonha" e nós todos começamos a rir.

Eu caminho até a minha adega particular. Pego meu Rum preferido, sirvo em um copo entalhado, presente de um comerciante europeu.

Tavaras levanta da minha poltrona, em forma de respeito, devolvendo o meu lugar. Eu sento. Ela não se incomoda em dar a volta, pelo contrário, senta na mesa em minha frente. Vejo Antonieta tirar o vestido e juntar-se as meninas para jantar.

- Se divertiu? – Eu pergunto. Tavaras sorri. Tragando seu charuto.
- Sempre. – Ela responde. Encarando Maria. Eu não consigo entender muito bem o que está acontecendo ali, mas eu apoio. Espero que elas sejam capazes de suprir cada necessidade que nossos corpos ousarem ter. – Mas e você meu duque? Como foi o banho? – Ela ironiza a palavra "banho", eu sorrio. Bebo um gole do meu Rum. Encaro o corpo de Antonieta, ela não tira os olhos de mim.
- Eu devo ser a porra do filho preferido de Deus. – Ela ri concordando.

Antonieta coloca o cabelo de Berenice atrás da orelha, as madeixas castanhas avermelhadas soltas sobre seus ombros. Maria está juntando as bandejas, seus cabelos negros soltos e bagunçados. Sua pele parda refletindo a luz dos lampiões. Maria larga as bandejas no corredor e toca um sininho. Logo uma serviçal passa pelo corredor para recolher a prataria e vim trazer meu jantar.

Antonieta beijou Berenice, o olhar de Antonieta dança de Bere pra mim. Eu me acomodo melhor em minha poltrona. Tavaras entrega seu charuto pra mim. Eu trago com prazer. Tavaras levanta da mesa e caminha em direção a Maria. A cada passada de Tavaras meu corpo treme. Ela caminha graciosamente e feroz, o apelido "gatinho" combina bem com ela. Maria caminha em direção a Tavaras, seus olhos provocativos. O sorriso imprudente desenhando seus lábios. A estatura de Maria é baixa, eu diria que ela bate no peito de Tavaras. A menina se aproxima, olha para Berenice e Antonieta. Ambas sentadas na cama, trocando beijos apaixonados. Depois encara Tavaras, elas sustentam o olhar por alguns instantes, antes de Tavaras enroscar a mão direita nos cabelos de Maria e colocar a garota de joelhos em sua frente. Maria não reclama do ato, pelo contrário, começa a usar a boca entre as pernas de Tavaras. Eu coloco meu corpo pra frente, para ter uma visão ainda mais privilegiada.
Antonieta se debruça sobre o corpo de Berenice. Bere arranha as costas de Antonie, Antonieta sobe a mão até o pescoço de Berenice, que geme baixinho. Tavaras revira os olhos, a língua de Maria deve estar fazendo um bom trabalho. Antonieta cessa os beijos em Berenice e escorrega a língua da boca até os peitos de Bere. Peitos fartos que dançam entre os lábios de Antonieta. Ela intercala os olhos de Berenice pra mim, eu contenho a pressão dentro das minhas calças e bebo mais do meu rum.

Maré BaixaOnde histórias criam vida. Descubra agora