Águas quentes

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A sala de banho está coberta de vapor, o cheiro das ervas é perceptível do corredor. Antonieta pensou em tudo. Assim que passamos pela porta, ela passa a chave, que faz um barulho estranho na maçaneta. Vem até mim e começa a tirar a minha camisa. Eu não reclamo. Ela tem o conhecimento necessário de uma enfermeira, mas o cuidado de uma amante. Ela me olha nos olhos, mas nada diz. Deixa a camisa cair em nossos pés. Tira as ataduras e confere o progresso de cura dos ferimentos. Analisa com cuidado. Passa a ponta dos dedos no meu peito. Contornando cada cicatriz. Percebo minha respiração mudar, ela também. A banheira já está pronta, esperando por nós. Ela começa a tirar meu cinto, afrouxando as minhas calças. Eu as deixo cair nos joelhos, ela ajoelha, me ajudando a tirar. Eu não consigo entender exatamente o que está acontecendo, se ela está apenas cuidando de mim e isso soa estranhamente sedutor, ou se ela realmente está sendo sedutora. Um joguinho perfeito para Antonieta, que faz tão bom uso de sua fisionomia inocente.
Ela tira minhas roupas debaixo enquanto beija minha barriga. Faz uma estrada de beijinhos, subindo por meu peito e terminando no meu pescoço.

- Entre na água. – Ela diz quando seus lábios chegam perto do meu ouvido. Eu obedeço. Caminho até a banheira e me coloco na água.

Assim que eu encosto os pés na água, sinto o impacto da temperatura, percebo o quanto estava precisando daquilo. Meu corpo implora por aquele remédio. Eu sento, deixo a água me cobrir, fecho os olhos e jogo minha cabeça par trás. Antonieta senta no banco auxiliar, pega os emplastos de ervas que deixou separado, coloca uma pequena porção em suas mãos e massageia minhas costas. Eu devo ser abençoado pelos deuses. Um gemido de dor e prazer totalmente involuntário sai pela minha garganta. Ela apenas continua, precisa em seus movimentos. As manobras aliviam a dor consideravelmente, ao mesmo tempo que me motivam.

- Princesa... – Chamo por ela, ela aproxima seu rosto ainda mais do meu. – Você ainda está vestida. – Reclamo. Ela sorri.
- Achei que você iria querer um dos seus conselheiros aqui com você, já que a opinião deles é tão melhor que a minha. – Eu tinha certeza que essa discussão iria acabar surgindo em algum momento. A vingança, é um prato que se come frio. Eu sorrio.
- Ano que vem amor, faremos a rota mais longa. Conforme a sua sugestão. – Eu digo, tentando amansar a fera.
- Duque... você não pode esperar que eu seja tão inocente, a ponto de acreditar que essa decisão foi feita por minha causa. – Ela diz, apertando meu pescoço mais do que o necessário.
- Não minha princesa, você só tem cara de ingênua. Eu não seria tolo de presumir isso. – Eu digo. Ela relaxa os dedos. – Mas ainda assim, você teve o que você queria. – Eu digo por fim. Fazendo sinal de desistência. Ela tira as mãos das minhas costas, as limpa na barra do vestido. Caminha até a minha frente, senta na beirada da banheira e começa a brincar com a água. Antonieta é a criatura mais magnífica já desenhada por todos os deuses. Eu deveria temer que os céus um dia percebam que eu a roubei pra mim.
- Duque, você é mesmo um tolo. – Ela diz, fitando o nada. – O que eu quero é ter você bem, para que a sua única reclamação de dor seja porque eu não te deixei dormir a noite inteira. – Ela me olha, mas tão intensamente que eu pensei ter sido atingido pela maior tempestade já registrada por um homem.

Me ergo na banheira, minha mão em sua nuca a puxando para perto. Eu a beijo, ela devolve, quebrando todas as suas barreiras.

- Entra aqui comigo? – Eu peço. Ela sorri. Levanta, puxa os fitilhos do vestido, que escorrega pelo seu corpo, ela não está vestindo nada por baixo. Eu mordo os lábios.

Ela entra na água, derramando um pouco para fora, a banheira não tinha sido preparada para dois corpos. Eu me aproximo dela, ela volta a me beijar. O vapor faz nossos corpos suarem. Ela brinca com as moedas penduradas em meus cabelos, eu solto a trança que prendia os cabelos dela, deixo aquela cachoeira de fios negros grudarem no corpo molhado. Ela me beija de forma carinhosa, cuidadosa, delicada. Eu a puxo cada vez mais pra perto. Ela me encara, ponderando. Acredito que deva ter feito alguma promessa para as outras meninas de não me desgastar.

- Eu vou estar inteiro depois. – Eu prometo, para responder suas dúvidas mentais. Ela sorri. Fica de joelhos em volta da minha cintura, encaixa e senta. Eu sinto meu corpo inteiro reclamar e agradecer ao mesmo tempo. Ela cavalga devagar, como se para provocar todas as reações que eu poderia ter. A água quente que nos rodeia faz do cenário romântico, acolhedor e ao mesmo tempo propício. Minhas mãos em volta de sua cintura, aperto. Ela reclama e isso me instiga, aperto mais, ela joga a cabeça para trás e acelera os movimentos. Eu enrolo minha mão direita em seus cabelos e puxo. Ela me beija, arranhando minhas costas. Eu reclamo, ela sorri diabolicamente. Viro ela na banheira, colocando-a embaixo de mim, a água cobre parte do seu corpo, mas seus seios ficam com os bicos descobertos, quase como um convite. Ela coloca suas pernas na beirada da banheira. Encaixo, essa posição é favorável, eu consigo ir mais fundo. Nossos gemidos cada vez mais intensos. Ela pede por mais, a puxo pela cintura, ela me encara, eu roubo um beijo. Tiro suas pernas da lateral da banheira e a viro de costas pra mim. De joelhos na banheira, ela debruça o corpo para frente, suas mãos apoiadas na parte da frente da banheira, eu separo seus joelhos, minha mão esquerda enrolando seus cabelos, a direita em sua cintura, ela começa a dizer para eu ser gentil, mas eu já estou dentro. Ela grita, eu empurro mais. Seu corpo arrepia, a água transborda da banheira, ela senta com força. Meus músculos reclamam de dor, eu não ligo. Ela desce uma de suas mãos, a outra continua segurando a borda da banheira. Seu corpo ficando molinho, ela aperta os olhos, seu gemido vacila, eu sei o que está acontecendo. Mas não paro, preciso desestressar e Antonieta sabe muito bem como fazer. Ela senta mais, cobrindo todo, eu não consigo segurar o gemido, de repente ela tem todo o controle. Rebola comigo dentro. Minhas pernas tremem, o corpo dela vacila. Eu sei que a sua cintura vai ficar roxa, mas eu não consigo colocar menos força.
- Me deixa sentir... – Ela diz. Instantes antes deu a enxarcar inteirinha. Mas tudo bem, já estávamos na água mesmo.

Realmente amor, eu estava precisando de um banho.

Maré BaixaOnde histórias criam vida. Descubra agora