Que seja feito

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Perfeitamente amarrado, sentindo cada músculo reclamar da dor da suspensão.

Tavaras colocou-se em minha frente, segurando o chicote com uma mão, estalando na outra. Eu estou sentado na cama, os braços erguidos, suspensos em nós firmes.

Antonieta está atando minha perna esquerda, Berenice a direita. Maria está arfando sentada nas camas improvisadas a alguns passos dali.

- Sabe por que será punido hoje meu duque? – Eu sorrio revirando os olhos. Tavaras acerta o chicote em minhas coxas. Eu grito. Ela não poupou força. Antonieta passa a língua nos lábios e Berenice solta risinhos. Maria arregala os olhos, mas não parece temer o ocorrido, parece... curiosa. – Não respondeu minha pergunta. – Tavaras pontua. Sua voz calma esconde o quão pecaminosa ela consegue ser.

Antonieta e Berenice levantam, colocando-se ao lado de Tavaras.

- Estou apanhando por ser um grande canalha? – Eu pergunto, em tom provocativo. Tavaras gargalha.
- Você é muito prepotente meu senhor. – Ela se ajoelha, sustentando um olhar pesado. Eu consigo sentir a sua respiração. E também consigo ter uma visão privilegiada do quão ela está gostando da brincadeira. Está escorrendo. Ela percebe onde está meu olhar e esbofeteia meu rosto. Eu sorrio.
- Esse tapa eu sei porque eu levei. – Eu zombo. Ela revira os olhos. Levanta devagar. Estala o chicote no chão e me encara, agora ela não se dá mais o trabalho de fingir ser carismática e acerta a chibatada no meu peito. Eu grito em resposta.
- Minha vez! – Berenice fala erguendo a mão, como se me bater fosse um prêmio. Eu a encaro incrédulo. Ela dá de ombros. Tavaras entrega o chicote para ela e ainda a rouba um beijo. Berenice fica vermelha com o gesto de afeto. Vira pra mim e acerta minhas pernas. Sem rodeio, sem aviso. – Porque você é mau! – Ela fala. Eu nem tenho tempo de reclamar da ardência do chicote porque começo a rir junto com Antonieta.
- Porque "você é mau" jura? – Antonie pergunta. Berenice joga a cabeça para trás de tanto rir.
- Seja mais perversa então. – Berenice diz. Maria corre o olhar de uma para a outra, sentada em cima dos joelhos, quieta. Nem parece que pode incendiar o recinto.
- Será um prazer. – Antonieta responde para Berenice. Se aproxima da amiga, pega o chicote de suas mãos, eu já começo a me preparar para a dor, mas o que ela faz é muito pior. Ela entrega o chicote nas mãos de Tavaras. Engulo em seco. Tavaras sorri para Antonie enquanto ela sussurra "não seja gentil". Antonieta vira pra mim, se ajoelha em minha frente e engatinha em minha direção.

Eu já estou em completo êxtase, meu corpo todo flameja. Antonieta beija minhas coxas, minha virilha e depois coloca na boca. Eu reviro os olhos. Sua boca é quente e macia. É sempre um excelente agrado quando Antonie resolve usar a língua. Seus movimentos são sutis, calmos, delicados. Ela sabe que isso pode me levar a delírio, ansiando pelo momento em que eu poderei ser selvagem. Então eu sou trazido de volta a realidade com um movimento rápido. Tavaras acerta as nádegas de Antonieta com o chicote. Antonieta geme, e eu sou obrigada a me segurar nas próprias cordas que me prendem. Isso sim, é crueldade. Antonieta intensifica os movimentos. Tavaras sorri, se deliciando com a cena. Acerta Antonieta de novo e dessa vez ela precisa tirar da boca para poder gritar. Berenice coloca as mãozinhas no rosto e depois sorri. Antonieta segura minhas coxas enquanto volta a se concentrar em sugar. Tavaras brinca com o chicote, passando as tiras pelo corpo de Antonieta. Tavaras a acerta de novo e Antonie finca as unhas em mim. Eu não consigo mais segurar meus gemidos. Assistir é ainda mais provocativo. Tavaras contorna Antonieta e se aproxima das minhas costas. Antonieta desacelera o ritmo de sua boca, me fazendo voltar a ter controle da minha respiração. Tavaras estala o chicote nas minhas costas, arrancando um "vadia" de mim. Ela me encara fingindo estar horrorizada e acerta outra chicotada. Meus ombros imploram por misericórdia.

Maria se reposiciona na cama, eu consigo observar seu desejo. Eu a provoco com o olhar e sussurro "abre as pernas" ela desvia o olhar de mim, pondera, mas obedece. De joelhos na cama, ela esconde seus peitos com um braço, a outra mão livre. Eu faço um sinal com a cabeça para ela me deixar assistir. Ela obedece. Nisso eu recebo outra chicotada, Tavaras realmente não está piedosa hoje. Berenice se aproxima de mim. Me da um beijo, que eu poderia dizer ser até bem apaixonado, mas essa percepção foi antes dela puxar Antonieta pelos cabelos. Antonie não reclama, apenas beija Berenice. Ambas sentam no meu colo. Uma em cada perna. Eu não posso tocá-las, nem as acariciar, nem fazer nada que eu gostaria de estar fazendo e essa privação dos meus sentidos aflora cada zona erógena do meu corpo.

Maria intensifica os movimentos, tudo que está acontecendo a excita e não é segredo. Seus dedos já estão molhados, seu corpo está arrepiando e ela não está fazendo questão de ficar em silêncio. Berenice e Antonieta estão se tocando em frente aos meus olhos, não estão se importando em serem agressivas, intensas. Antonieta arranha Berenice, que por sua vez puxa os cabelos de Antonieta, elas se mordem, se apertam, literalmente "se amassam". Eu posso ouvir Tavaras rindo em minhas costas.

Eu sinto minhas pernas ficarem molhadas com a empolgação de Antonieta e Berenice. Eu preciso sentir. Eu anseio pelos mais variados tipos de prazer. Aqueles que beiram a dor, aqueles que beiram a loucura, aqueles que estão ali, tão perto de mim. Escuto Tavaras chamar por Maria. A garota levanta e caminha meio sem jeito até as minhas costas. Pior do que não poder tocar, é não poder ver.

Tudo que Tavaras for fazer com Maria, será fruto da minha imaginação. Aquilo que eu puder presumir com base em seus sons. Assim que Maria se aproxima de Tavaras, a garota já começa a gemer. Eu consigo sentir o impacto na cama. Mordo os lábios me xingando mentalmente. Antonieta e Berenice param por alguns instantes para assistir a selvageria que está acontecendo em minhas costas. Elas avaliam, sorriem e quando eu tento virar o rosto elas me reposicionam. Eu xingo. Berenice me acerta um tapa. Antonieta coloca dois dedos dentro de Bere, eu xingo mais alto. Berenice faz o mesmo com Antonieta. Eu preciso me concentrar para não gozar.

Os gritos das minhas meninas estão denunciando a falta de carinho do ato. Sons violentos somados a camadas e mais camadas de prazer. Eu escuto Maria implorar para Tavaras, Tavaras gargalhar antes de acertar algumas palmadas. Eu me contorço nas cordas. Berenice e Antonieta aumentam os dedos. Mais algumas estocadas dessas duas e eu tenho certeza que vou revirar meus olhos.

Berenice segura o pescoço de Antonieta com a mão livre, Antonieta por sua vez coloca a sua mão livre no meio das minhas pernas. Foi o suficiente pra mim.

Estou cansado de ter que segurar. Se é possível enxarcar duas garotas ao mesmo tempo, que seja feito.

Maré BaixaOnde histórias criam vida. Descubra agora