Eram sete e meia da noite e eu estava caminhando em direção ao lago que me trazia muitas recordações, recordações essas que me enchiam de vergonha, mas também de alegria. O lugar onde eu tinha assistido um lindo pôr do sol com o Felipe era o melhor lugar para conversar com alguém. Infelizmente naquele momento as nuvens cobriam os astros que enfeitavam o céu durante a noite, impedindo-nos de vê-los.
A Allison precisava conversar comigo e não revelou qual era o assunto, deixando-me ainda mais ansiosa e preocupada. Algo acontecera, com certeza. Ela pediu que nós nos encontrássemos, pois naquele momento a casa dela não era o melhor lugar para conversar, até porque, ela não estava lá.
Aquela noite estava muito fria e eu tentava me aquecer com as mãos. Claro que aquilo não dava certo. Orei o caminho todo. Não sabia o que estava acontecendo, mas de uma coisa tinha a certeza: Deus estava no controle de tudo.Cheguei no local, que estava quase deserto, não completamente pela existência de uma pessoa, que estava perto do lago. Talvez pelo frio que fazia, as pessoas preferiam ficar em casa aproveitando um chocolate quente e sentar perto da lareira. Parece uma cena dos filmes familiares. Aproximei-me da pessoa e reparei que era a Allison, que olhava para o céu nublado. Sentei-me ao lado dela e ela sorriu, demostrando que percebera minha presença. Resolvi fazer o mesmo que ela e observei o céu. Não sabia sobre o que falar, então orei, enquanto aguardava uma palavra.
— Alguma vez te disse que gosto muito da lua? — Pronunciou as primeiras palavras, ainda com o olhar fixo no céu.
— Não, nunca disseste.
— É, quase ninguém sabe. — Ela permaneceu na mesma maneira e o clima estranho que pairava sobre nos me deixou muito ansiosa, mas não quis apressá-la. — Sabes, a empresa dos meus pais? — Finalmente, olhou para mim. Assenti. — Então, eu vou assumi-la assim que terminarmos o secundário.
Pisquei varias vezes, ainda processando aquelas informações. Estava atónita perante tudo isso. A Allison vai assumir algo tão grande sendo tão jovem? Mas, pensando bem, ela fora criada para isso. Então, por que ela aparentava estar triste? Eu queria ajuda-la, mas como eu podia fazer isso se esse era o futuro que estava traçado para ela desde que nasceu?
— Mas, Ally, isso é bom, não é?
— Não. Mas, sabe, — Ela voltou a olhar para o céu. — eu tenho outros sonhos.
Uma lágrima solitária desceu do seu olho e, segurando a mão dela e encostando a cabeça em seu ombro, orei, desta vez em voz alta. Eu não tinha poder para mudar nada, mas Deus tinha, e se Ele tinha um plano para a vida da Allison, Ele iria realizá-lo. Percebi que o choro dela se intensificou e, não conseguindo me segurar, chorei com ela também.
Me sentia péssima! A Allison era a melhor amiga que eu tinha e eu nunca me atentei a isso. Éramos o trio inseparáveis de amigas, mas ela ficava, quase sempre, um passo atrás. Porém, ela continuava indo para todos os lados que eu e a Maya íamos. Queria que aquilo deixasse de acontecer, queria ser uma melhor amiga para ela.— Ally, me desculpe. — Falava no meio dos soluços. — Eu sou uma péssima amiga. Nem sei os teus sonhos, medos. Posso dizer que nem se quer te conheço direito.
— Tudo bem, Olívia. Quase ninguém sabe sobre isso. — Ela envolveu-me com seus braços e retribuí o gesto.
Não sentíamos mais o vento e o frio que se fazia e as nuvens dissiparam-se, deixando possível ver a lua e as estrelas. Não parava de dar glória a Ele pela Sua magnífica criação. A Allison observava, em silêncio, mas o seu sorriso dizia muito. Ela estava encantada com aquilo, afinal, era a sua paixão e nunca tínhamos visto o céu tão lindo quanto naquela noite.
Perdida naquele quadro que Deus pintou, não senti as horas passando e não demorou muito para que a minha mãe me telefonasse, e com razão. Ela estava muito preocupada, pois sua filha irresponsável estava na rua, à noite e estava muito tarde.
Tentei convencer a Allison de voltar para casa, mas ela não quis. Parece que ela e os pais tiveram uma discussão. Então, ela ficou em minha casa, mas avisei aos pais dela, para que não houvesse nenhuma confusão. A mamãe estava muito irritada, por eu ter saído sem avisar e ainda por ter voltado tarde para casa. Mas, expliquei o que acontecera e ela compreendeu.Allison parecia melhor, só que era possível perceber que ainda uma nuvem negra pairava sobre a sua cabeça. Aproveitei aquela noite para apresentar-me melhor. Sim, mesmo a tendo conhecido há muito tempo, não nos conhecíamos bem. Queria ver o seu sorriso de novo.
Antes, porem, ajudamos a Isabela a preparar o jantar. Depois de satisfeitas, a mamãe foi dormir, e ficamos conversando. No meio disso, senti saudades da Maya. Era ela a pessoa com quem eu conversava durante horas e ela conhecia-me tao bem, assim como eu a conhecia, ou pensava que sim. Eu não sabia se conseguiria reatar a nossa amizade, mas sozinha não podia fazer nada. Mesmo assim, não queria desistir, mas, naquele momento, eu só queria animar a Ally, que havia perdido o animo até para o Halloween, que estava a duas semanas de distancia.
DESCULPA! Eu vou passar o livro inteiro pedindo perdão pelos atrasos nas postagens kkkkk. Então o que acharam?Estrelinha quer ser preenchida ⭐
Beijos e abraços quentinhos.( ◜‿◝ )♡
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Meu Oceano
Spiritual: 𓏲🐋 ๋࣭ ࣪ ˖✩࿐࿔ 🌊 "Os dias são sempre tristes" - Gabriel Wall Gabriel acreditava que com o seu jeito melancólico e frio, as pessoas afastariam dele facilmente, sem que ele precise se esforçar muito. Porém, isso foi diferente com Olívia, uma me...