Capítulo 28

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    Passei uma parte da noite lendo frases que, provavelmente, foram ditas por Jesus e, mesmo sem acreditar nEle, eu sentia conforto

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Passei uma parte da noite lendo frases que, provavelmente, foram ditas por Jesus e, mesmo sem acreditar nEle, eu sentia conforto. Não deixaria de crer em tudo o que eu acreditava por publicações e "verdades" que recentemente me foram apresentadas.

- Devia parar com isso. - Fechei o celular e olhei para o teto, ponderando em tudo o que acontecera nos últimos quatro dias.

Quem diria que a Olívia "virtual" poderia ser menos insuportável que ela, humanamente falando. Apesar disso, não queria me envolver muito. Tudo não passava de ilusão. Logo, todos iam embora, deixando uma parte de mim desfeito. Assim como aconteceu com aqueles que se diziam ser meus amigos e com a Amanda.

Mesmo que evitasse lembrar, o passado, uma vez ou outra, atormentava-me. Desde o ocorrido, nunca mais tive contato com as crianças que fizeram parte da minha infância. Toda a conexão que existia entre nós era por causa da Sky e, sem ela, aquela corrente fora rompida, permanentemente.

- Sky, se você estivesse aqui, você ainda seria minha amiga? -Questionei, sabendo que não seria respondido, por isso, procurei dormir.

...

Existiam ainda vestígios da festa de Halloween por toda a escola e, faltando uma semana antes das provas, os alunos fantasiavam-se de foco e concentração. Os grupos de estudo começaram a formarem-se e fiquei aliviado em saber que ninguém me procurara para estudar.

Entrei na biblioteca, buscando um lugar silencioso para estudar. O professor de inglês havia faltado e aproveitei aquela oportunidade da melhor forma possível. Alguma vez tive problemas com a escola. Mesmo não tendo as melhores notas, ou não sendo um aluno ativo, poderia afirmar que era melhor que muitos. Afinal, haviam aqueles que iriam estudar a partir da véspera.

- Este ano darei o eu melhor, mãe. - Afirmei de forma que eu fosse o único a ouvir. Queria dar um pouco de orgulho para a mulher que deu-me muito de si.

Em minha procura por um lugar onde sentar, vi uma mão no ar, acenando. Observei, e Olívia era a responsável por aquele ato. Quando ela chamou a minha atenção, com um gesto, convidou-me para aproximar. Quando recordava que ela conhecia alguns dos meus segredos, ficava apavorado. Talvez ninguém pensava que a minha cara séria e sempre irritada era apenas uma máscara, escondendo o ser deprimido e chorão, o verdadeiro eu

Espero que ela não conte a ninguém sobre aquele dia!

Estava acompanhada pelo Felipe, que não reparara no que fazia a menina sentada ao seu lado. Estava concentrado em sua leitura e, pelo que parecia, ele e a Olívia já se davam muito bem e não podia negar que aquela cena despertou um sentimento que há muito não sentia. Logo, chegou a outra amiga dos cachos e sentou-se com eles, aliviando-me.

Espera. Por que estou incomodado com eles juntos? E por que estou aliviado por não estarem completamente sozinhos?

Repreendi a mim mesmo por estar a ser tomado por sentimentos alheios e neguei a proposta dela, balançando a cabeça. Sentei-me a uma distância que os teria fora do meu campo de visão. Procurei concentrar-me e o silêncio daquele lugar ajudou muito.

Uma hora não fora suficiente para que ganhasse algum conhecimento a mais, mas serviu de algo. Após algumas revisões, percebi que já estava quase para começar a próxima aula.

Notei a outra menina, não mais amiga da Olívia, deixando também o lugar. Parecia sozinha e triste, mas pelo jeito que a Olívia era, com certeza procurou reconstruir a amizade, mas, provavelmente, ela não o quis. Identifiquei-me com ela, pois, da mesma forma, eu evitava muitas situações que poderiam mudar a minha vida, tornar-me uma pessoa mais sociável e ter mais amigos. Mas eu não desejava isso.
Ela percebeu que estava a fitá-la e jogou um olhar de cão raivoso sobre mim, obrigando-me a partir para a defensiva. Tentei esquecê-la e fui para a sala de aula, onde, durante as horas restantes, apenas era mencionado sobre as provas que logo começariam e que era necessário estarmos preparados.

Finalizado o meu dia de aula, sai da escola, evitando todo o mundo que pudesse querer uma palavra comigo, como a Olívia e a Amanda, que, infelizmente esbarrou em mim, minutos antes de eu deixar o lugar.

- Gabriel! - Permanecendo cabisbaixo, continuei a caminhar e desejei que ela entendesse que eu não queria conversar com ela. E fiquei feliz que ela compreendeu isso e não correu em minha direção.

Longe o suficiente dela e da escola, pude descontrair os meus ombros e não me preocupar, pois sabia que daquele momento em diante, não seria perturbado.

Aquele dia fora tão normal, na minha perspetiva, que parecia estranho. Meus dias estavam tão diferentes, que passar um dia com a conduta que eu tinha parecia fora do normal. Talvez devesse ser ao contrário.
Estar com outras pessoas que até provocavam sorrisos em meus lábios, conversar com a Olívia e chorar com ela perto. Sem falar naquela página que publica sobre Jesus. Nada fazia sentido. Decidi que não iria me envolver mais do que já estava e, logo que aquele trabalho estivesse apresentado, voltaria a minha antiga rotina.

Pelo menos, o meu plano era esse.

Chegando na porta de casa, encontrei a mamãe conversando com alguns rapazes, dentre eles, o Nate. Estranhei aquilo e aproximei-me para entender o que se passava ali.

- Esperamos que a senhora vá, Paula. - Um, que eu não conhecia, entregou um papel para minha mãe.

- Ah, Gabriel! - Nate cumprimentou-me, com um sorriso.

- Oi, Nate. - Falei, sem muito entusiasmo, aguardando alguma explicação.

- Vocês se conhecem? Fico feliz em saber isso. - A mamãe afirmou e questionei porque conhecer o Nate era motivo de alegria para ela.

- Então, fazemos parte do grupo de louvor da igreja aqui perto e vamos tocar esta sexta à noite na praia. Ficaria feliz em te ver por lá. - Entregou-me o convite e, após despedirem-se, foram embora.

Eu e a mamãe entramos e eu encarava o papel em minha mão, negando a minha presença naquele lugar.

- Vai ser divertido! - Ao contrário de mim, Paula estava muito entusiasmada. - Fiquei muito feliz em saber que você conhece aquele menino. Como é que chama mesmo? Nate, não?

- Sim. E o que isso tem demais?

- Bem, eu quero que você tenha amigos. Você nunca disse que tinha ou trouxe algum para cá. Amanda vinha com alguma frequência, mas deixou de vir esses últimos dias. Tem uma menina que apareceu no hospital uma vez, quando você estava doente, mas você nunca falou dela. Era uma menina muito simpática.

Percebi que ela falava da Olívia, porém não comentei nada sobre. O fato dela ter ido visitar-me não a torna minha amiga.

- Eu e Nate... não sei se se pode dizer que somos amigos. Apenas estamos no mesmo grupo de trabalho. - Afirmei.

- Isso já é bom! Ele parece ser um bom menino e é cristão. Por isso, fico feliz, porque sei que ele será um bom amigo para você. - Ela sorriu. - O seu pai não estará em casa no final de semana. Então... - Olhei para ela já desconfiado do que ela iria falar. -vamos juntos? - Questionou mostrando o papel em suas mãos.

 -vamos juntos? - Questionou mostrando o papel em suas mãos

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Olaa! Um presente de fim de semana para vocês 🤭

Beijos e abraços quentinhos ( ˘ ³˘)♥

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