Capítulo 42

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O orgulho é algo terrível

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O orgulho é algo terrível.

    Observava aquela mensagem enviada há quase uma hora, sem saber como responder, ou como a Olívia era tão persistente.
    Não considerava persistência como algo ruim. Antes admirável. Eu a evitava e ignorava, mas ela sempre voltava para mim.

E pela primeira fez, aquilo não me incomodou.

    Deitei-me, ainda com o meu aparelho na mão, pensando se devia ou não responder. Não a queria ignorar outra vez, e o meu interior dava testemunho disso porque eu desejava voltar a conversar com ela, como naquele dia. Foi um momento tão especial que acreditava que nunca iria se repetir.

— Que coisa... — A porta do meu quarto estava aberta e a minha mãe estava por perto, ouvindo assim meus murmúrios.

— Aconteceu alguma coisa? — Questionou, espreitando.

— Hoje saíste mais cedo. — Ela entrou e sentou-se ao meu lado.

— Sim. Quis passar a tarde contigo. Mas, não fujas do assunto. Aconteceu algo?

    Discuti com a Olívia, o meu pai está a trair-te, a Amanda vai mudar-se e o aniversário da morte da Sky se aproxima.

    Aconteceram muitas coisas e não sabia por onde começar ou se sequer devia começar. Sentia seu olhar sobre mim, aguardando uma resposta. Pelo meu silêncio ela já tinha deduzido que algo me incomodava, mas colocar meus pensamentos em palavras era complicado demais

— Bem, queres ir a algum lugar? Sabes, comer algo ou passear. Ah! Podemos chamar o Nate e a tua amiga. A Olívia. — Por quê!? — Podíamos chamar a Amanda, mas estive em casa dela antes de vir e parece que têm muito para fazer. — Disse com expressão triste.

— Ela esteve cá mais cedo.

— Estou a ver... e a Olívia? — Esquece ela!

— Eu não acho que somos amigos...

    Olhava fixamente para o ecrã escuro que refletia meu rosto. Aquelas palavras apertaram o meu peito, mas qual era o motivo, eu me perguntava. Nunca fomos tão próximos a ponto de sermos amigos, ou talvez eu nunca estava aberto para isso. À medida que a Olívia aproximava-se eu me afastava.

— Mas, pareces que queres ser amigo dela. — Olhei surpreso para ela. — Hm? Acertei? — Ela riu. — Então, sabes o que fazer. Não podes desistir assim, tão facilmente.

    Ela passou a mão pelo meu cabelo, bagunçando ele, mas era um ato de carinho que me deixava muito feliz. Abriu os braços, convidando-me para um abraço e assim o fiz. Sentia tão bem ali. Era como se todo o caos que habitava em minha mente desaparecesse, sobrando apenas paz.

    Ela merecia todo o amor do mundo e, ainda assim, meu pai não reconhecia isso. Eu queria ter forças para contá-la, mas seria tão doloroso ver aquele sorriso desaparecer.

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