Capítulo 44

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    Girassóis são plantas muito curiosas

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    Girassóis são plantas muito curiosas. Conhecidas como as flores que acompanham o sol durante um período de seu crescimento, elas ensinam-nos a ficar de costas para a escuridão e seguir a luz, talvez não por um intervalo de tempo, mas para o resto da nossa vida.

Eu sempre vivi na escuridão, porque estava de costas para a Luz.

Então retorne para Seu Pai. Ele está contigo e é por você.

    Aquelas palavras ainda ecoavam na minha cabeça, mesmo após quase uma hora depois de as ter ouvido.

    Um presente. Esse amor é realmente um presente. Um amor que abriu os braços para uma pessoa como eu, cheia da falhas, dores e imperfeições. Todos aqueles anos e rejeitei Ele. Aconteceram tantas coisas comigo, e Ele parecia sempre tão distante, mas na verdade eu quem estava distante. Eu fugi de todos, inclusive Dele. Eu virei as costas para Ele.

    Nem mesmo dava uma oportunidade para que Ele se aproximasse e me salvasse, mas ainda assim, Ele manteve Seus olhos em mim.

    Sinceramente não sabia o que faria naquele momento em diante ou o que mudaria, mas apenas queria disfrutar daquele sentimento o máximo que eu conseguisse. Será que essa paz e alegria ficarão comigo até o fim? A minha vida sempre foi um caos e eu convenci a mim mesmo que seria assim até o meu último dia, mas de alguma forma, tinha a esperança de que aquela ideia seria destruída.

    A ventania ficara mais fria, mas eu era aquecido por um amor que nunca sequer pensei que pudesse experimentar. E os braços dela.

Olívia não era como eu.

    Ela deixou de lado seu orgulho e pediu perdão, quando não tinha feito nada de errado. Olívia considerou seu comportamento como errado, mesmo eu tendo sido muito pior. Ela era uma pessoa incrível, e naquele momento, estando tão próxima a ela, eu percebi aquilo. Ainda não compreendia como uma pessoa podia desenvolver um carácter como aquele, e invejava ela, porque no fundo eu sabia que não conseguiria ser uma pessoa como ela era: gentil, persistente e dócil, por mais que eu tentasse.

    As memórias do passado ainda viajavam pela minha mente, e mesmo sentindo como se eu estivesse livre daquilo, ainda precisava partilhar com alguém. É egoísta eu não querer levar essa dor sozinho por mais tempo?

    Sempre preferi manter meus pensamentos, dores e confusões para mim mesmo. Era muito mais fácil do que ter de lidar com as opiniões das pessoas. Desabafava com as paredes do meu quarto que apenas ouviam, apesar de não terem um abraço tão acolhedor quanto o da Olívia.

E era aquilo que eu precisava.

    Assim como daquela vez que nos encontramos e ela apenas ofereceu-me o gesto mais reconfortante que há, em silêncio, enquanto eu chorava como uma criança. Ou na casa dela, que mais uma vez, ela envolveu-me em seus braços. Aquilo era muito bom.

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