Capítulo 10

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— Ei, Pooh

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Ei, Pooh.

— O que foi?

— Vamos ficar juntos para sempre, não é mesmo?

    Voltei-me para a menina que tinha os olhos tão azuis como o céu, que me enxergava, ansiosa por uma resposta.

    Acordei, ainda com sono, tentando compreender o sentido daquele sonho — ou lembrança, porque aquela conversa realmente aconteceu — enquanto observava o teto. Passei a madrugada acordado e quando finalmente consegui dormir, faltava pouco para o nascer do sol. Mas, isso não seria um problema, visto que podia dormir durante o dia.

— O que eu havia respondido mesmo? — Sentei-me na cama e procurava recordar-me da continuação daquela conversa que há muito tempo aconteceu. — Bem, isso já não tem importância. 

    Eu sempre fui uma pessoa mau humorada. Mesmo quando era uma criança não se via o meu sorriso muitas vezes. Mas ela sempre conseguia arrancar um sorriso meu e animar o meu dia. No fim das contas, tudo foi em vão e não ficamos juntos para sempre como nos contos de fadas. Se ela ainda estivesse aqui, ou eu não seria essa pessoa indiferente monótona e fria, habitando num corpo desnutrido e que poderia desfalecer a qualquer momento, ou ela não iria suportar tamanha deceção.
    Assim como nos outros domingos, eu estava sozinho de manhã. Os meus pais foram para a igreja e a Sarah passava o fim de semana com o marido. O relógio marcava oito e quinze da manhã, mas mesmo assim preferi abster-me do café da manhã que, de acordo com a minha mãe, era a refeição mais importante de dia. Queria aproveitar o último dia do fim de semana, visto que perdi o sábado por causa da família perfeita que agora faz parte da vizinhança. Peguei uns chips e um refrigerante para passar o dia inteiro trancado no meu quarto.

— É Gabriel, você não é uma pessoa saudável. — E nem penso ser.

    Estava prestes a pisar o primeiro degrau, quando alguém bate a porta. Pousei as minhas guloseimas no chão, e fui atender. Ao abrir a porta estava uma humana, que mais parecia uma boneca com cabelo loiro e pele clara.

— Por quê, universo?

— Bom dia, Gabriel! — Disse animada e com um sorriso. — Trouxe uns croissants para vocês. — A menina esticou o braço, oferecendo os pães.

— Minha mãe agradece. — Tomei o saco e estava prestes a fechar a porta, quando o pé dela impede o ato.

— Posso entrar?

— Ela não está em casa. — Por favor vai embora.

— Mas você está! — Sorriu.

    Soltei um pequeno riso ao ouvir aquele comentário e deixei a menina com uma feição confusa.

— Acho que percebeste que não sou uma boa companhia.

— Esse é o café da manhã de hoje? — Questionou, mudando claramente o foco da conversa e apontando para a escada, onde estava os nada saudáveis petiscos do Gabriel. — Está decidido: — Ela empurrou a porta e conseguiu entrar na casa. — vou preparar o café da manhã pra você.

    Com um sorriso, ela fechou a porta atrás de si e logo em seguida, segurou a minha mão e conduziu-me até à cozinha, como si a casa fosse dela. Foi um caos. Antes de tudo, a Barbie guardou meus petiscos no primeiro armário que lhe apareceu. Depois de vasculhar por todos os cantos da cozinha, encontrou os itens que procurava. Ela fez dois ovos fritos e café, deixando a casa com o aroma maravilhoso da bebida. Eu sentei-me à mesa e pousei a cabeça sobre ela.
    Aquela menina — só então percebi que não me lembrava do nome dela — recordava-me muito dela e da agradável Olívia. Todas eram assim: invasivas, impulsivas e pareciam não se importar com o mundo em seu redor e com o que as pessoas pensavam sobre elas.

— Prontinho! — Afirmou ao pousar o prato sobre a mesa.

— Não quero comer.

— Mas devia. — Ela aproximou-se do meu ser e segurou o meu braço. — Estás muito magro!

    Soltei o meu braço das mãos dela e levantei-me da mesa.

— Isso parece papo de avós. — Saí da cozinha e caminhei até as escadas.

— Espera, Gabriel. — Fiquei estático no primeiro degrau que me levaria ao meu cómodo favorito. — Por favor, come um pouco. Prometo que irei embora assim que terminares a refeição.

    Antes que eu pudesse responder, meus pais chegaram. Minha mãe ficou imóvel na porta de casa, surpresa por estar com uma companhia, já o meu pai, mal entrou, dirigiu-se para o escritório, sem se quer questionar o motivo pelo qual o seu filho estava sozinho com uma garota em sua casa.

— Bom dia, meninos. — Mamãe fechou a porta. — Que bom ver-te, Amanda!

Ah, o nome dela é Amanda.

— É bom vê-la também, senhora Paula. — Ela parecia envergonhada. — Eu trouxe croissant para vocês e acabei ficando um pouco. Poderia verificar se o Gabriel come o café da manhã todo?

    A mamãe riu e dali tornei-me o centro das atenções. Elas comentavam sobre o meu estado físico, como se eu fosse uma criança. E aquilo irritava-me. Mesmo sendo o assunto da conversa, minha mente andava distante. Algo um pouco comum no Gabriel Wall.

Sentia-me só. E eu estava.

    Queria sair e correr para qualquer lugar. Mas, no fundo eu sabia que não importava o quão longe eu corresse. Nunca deixaria de existir o vazio que há muito habitava no meu peito. Precisava do abraço caloroso dela, do seu carinho e do seu amor. Precisava dela.
    Como resultado de não ter dormido na madrugada, os meus olhos ficaram pesados e deixei que o sono tomasse conta de mim.

— Claro que vamos ficar juntos, Sky. — Segurei a mão dela e ela sorriu.

Sim, foi isso que eu havia respondido.

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E aí, seres humanos? Gostaram?
Deixem nos comentários o que acharam. Desculpa a demora hihih.

Beijos e abraços quentinhos.♡

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