Capítulo 6

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    A minha vida era tão monótona, tão vazia e triste

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    A minha vida era tão monótona, tão vazia e triste. Eu queria tanto fugir dela. Desistir, se for preciso. Às vezes questionava porque era tão difícil ter uma vida normal. Mas, certamente todos os seres humanos já passaram por momentos de dor e tristeza. Mas para mim, aquele vazio me acompanharia pela minha vida inteira e não sabia até quando aguentaria levá-lo.
    Mais uma vez a minha irresponsabilidade falara mais alto, levando-me a reconhecer que eu era um péssimo filho e estava muito longe de ser motivo de orgulho. Meus pais voltaram mais cedo do trabalho e adivinha só quem eles encontraram em casa e que devia estar no educandário? A ovelha negra da família Wall. Minha mãe correu em minha direção, fuçando algum vestígio que comprovasse a ideia de eu estar doente e, por isso, ter faltado as aulas. Ela acariciava a minha face e não parava de perguntar sobre o meu estado, o que formou um sorriso nos meus lábios, mas logo desfez-se quando percebi que estava prestes a desiludi-la, outra vez. O meu pai, por sua vez, começou o típico discurso, afirmando que o meu futuro estava em jogo e não podia faltar as aulas sem nenhuma justificação plausível. Eu apenas disse que não queria ir e a mãe encarou-me confusa. Saí dali, impedindo-os de fazer qualquer protesto.
     Ia de novo, a um dos lugares presentes na minha lista negra e não pensava que em um dia pudesse acontecer tanta coisas. Digo isso porque cheguei no espaço e um clima diferente se fazia sentir. Rumores para lá e para cá e surpreendi-me ao saber o que era o motivo de tanto falatório.

— Você soube que elas discutiram? — Questionou uma menina a amiga. — Tudo por causa do Felipe.

— Felipe?! Felipe Anderson?

— Sim! Pelo que ouvi, ele apareceu na sala da Olívia e falou com ela sobre sabe-se lá o que. E a Maya ficou com ciúmes.

Olívia?

    Eu estava tão surpreso quanto a menina que recebia as novidades através da amiga. Se levarmos em consideração o fato da Maya estar acompanhada por outras meninas, enquanto que a cacheada e a santinha estavam a uma certa distância dela, apenas as duas, o que ouvira anteriormente era verdade.

— Eu vi o Felipe e a Olívia ontem depois das aulas. Ele entregou um papel para ela. — Outra pessoa afirmou, um pouco mais atrás de mim. — Será que eles estão namorando?

— E o Felipe tem cara de quem namora com alguém que nem essa daí?

— Até que ela é linda, Sophi. — Dessa vez, foi um rapaz a falar. — É provável.

Deve ser difícil ser o centro das atenções, não é, Olívia?

    Só então apreendi que aquela situação toda era um autêntico livramento. Se a Olívia e o Felipe estão relacionando-se, quer dizer que era apenas uma questão de tempo até que aquela cristã esquecesse de mim. Então ficaria livre de ouvir aquela voz irritante. Ainda não compreendia porque ela se dava ao trabalho de papear comigo, mesmo sabendo que eu não apreciava isso e nem se quer importava com ela.
    Fiz uma comemoração, interiormente, evitando assim que os curiosos que poderiam querem saber porque o senhor melancólico mudou de humor naquela manhã que mal começara.

    Mesmo estando aliviado por, supostamente, estar livre da filha de Deus, ainda existia aquele vazio em mim, afinal, nem Olívia ou qualquer outra pessoa ou coisa fora o motivo disso. Viver não faz sentido. No entanto, eu não conseguiria explicar porque carregava aquele vazio, apesar de nunca sentir falta de nada e de ninguém. Mas a sensação de que algo faltava na minha vida sempre esteve aí e eu não sabia o que era.

    O dia findou repentinamente e a Olívia não tropeçou no meu caminho, o que de certa forma trouxe desafogo ao meu ser. Mas, parecia que o universo me detestava, e nos últimos minutos que passaria naquele lugar, a agradável Olívia entrou no meu campo de visão. Assim que percebi que ela caminhava em minha direção, desatei a andar o mais rápido que pude.

— Gabriel! — A voz dela estava abafada pela musica que ouvia através dos meus fones, mas eu conseguia ouvi-la. Aquela fuga provavelmente seria um sucesso, se ela não tivesse me alcançado e segurado meu braço.

— O que essa garota tem na cabeça?!

    Abrandei o meu caminhar e tirei os fones do ouvido. Depois de puxar uma boa quantidade de ar para os pulmões, voltei para ela.

— O que é?! — Ela assustou-se com o modo como iniciei a conversa.

— Só queria saber se está tudo bem. Você faltou as aulas ontem e fiquei preocupada contigo. Espero que…

— Olívia, — Mexia nos cabelos freneticamente, procurando, nem se fosse, um pingo de paciência. — não existe outra pessoa para você atormentar? Como o Felipe?

— Eu só…

— Eu não quero saber, ? Sabe, eu não sei se fico feliz por mim ou triste pelo Felipe. — Ela me olhou surpresa com o último comentário. — Será que você não entende que eu não quero conversar? Certamente, sinais que comprovam isso não faltam. Nada importa neste caos. – Ela abriu a boca para retorquir, mas interrompi-a. – Nem comece com aquelas historinhas sobre Jesus. 

— Desculpe. — Ela afirmou, cabisbaixa.

— Não perca seu tempo comigo. — Depois de um suspiro demorado, distanciei-me dela.

A sumida voltou hahaha!

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A sumida voltou hahaha!

E aí? Gostaram?

Deus abençoe vocês! Beijos fofos e abraços quentinhos.♡

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