Capítulo 26

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  Os efeitos de uma noite mal dormida estava refletindo-se naquela manhã de domingo. Bocejava repetidamente e meus olhos pesavam. Ainda de manhã, desejei fechar os olhos, e cair num sono profundo, mas não consegui. Tinha dor de cabeça, bastante dor, mas estava com preguiça de levantar da cama e tomar um remédio.

    As memórias da noite passada ainda cercavam a minha mente, desde o choro, até o consolo. Meu coração doía quando recordava daquele beijo e aquilo era até bom, pois confirmava que eu não era desprovido do coração. Não o órgão que apenas bombeia sangue, mas os sentimentos, emoções e desejos, que foram materializados na sua forma, com um formato mais bonito.

    Já experimentei uma dor maior do que aquela, mas pensava que nunca mais teria que suportar sentimentos que nem aqueles. Não era somente a dor, mas também vergonha. Quando lembrava do que eu e a Olívia falamos na praia, sentia constrangido e, por alguma razão, feliz. O abraço dela consolou-me e, incrivelmente, não quis sair dali por uns instantes.

    Ainda estava duvidoso relativamente à minha declaração de que iria acompanhá-la na nossa futura apresentação com a minha voz. A Nathalia havia, claramente, exagerado em sua afirmação, mas eles já haviam decidido aquilo. Não que eu não pudesse contornar a situação, mas eu, sinceramente, não queria. Aquelas palavras impulsionavam-me a permanecer e descobrir a importância daquele trabalho.

Algo diz-me que esse trabalho será muito importante para você, Gabriel.

O que quis dizer, professora?

    O cantar dos pássaros levou meus pensamentos ao esquecimento e tomaram a minha atenção. A rua estava linda no primeiro dia de novembro e resolvi levantar da cama e tentar viver. Peguei o meu telefone e foi surpreendido por algumas mensagens logo cedo. Uma era a Olívia, desejando um bom dia para mim. Senti um acalento ao ler a notificação e deixei escapar um sorriso. A mensagem foi enviada bem cedo e espantou-me o fato de ela acordar tão cedo no domingo. Então, recordei-me que no dia anterior ela havia me convidado para o culto. Obviamente eu recusei logo de cara. Por que iria a uma igreja? Fazia tanto tempo que não entrava naquele e nem pensava em ali voltar.

    Continuei lendo as notificações e encontrei muitas mensagens da Amanda, desde a noite, até o amanhecer. Dizia estar preocupada comigo e perguntava por que eu não tinha ido à festa como combinado. Senti uma raiva e tristeza fluindo pelo meu ser e senti uma vontade imensa de partir aquele celular ao meio. Eu tinha tanto a dizer-lhe, mas preferi não responder às mensagens dela. Pousei o aparelho sobre a cama e desci para comer. Já passavam das nove e a mamãe também saíra para o culto.

    Comecei escolhendo a minha refeição, o que não demorou muito, pois não tinha muita paciência para pensar. Com aquele clima frio, decidi fazer um chá e passar alguns pães pela torradeira. Com tudo pronto, sentei-me para comer, mas alguém à porta obrigou-me a adiar aquele momento. Com cara de irritação, abri a porta e meu semblante mudou para tristeza. A Amanda era quem estava à porta e ela sorriu de uma orelha à outra quando me viu. O meu coração batia muito rápido e cerrei o punho, procurando evitar demonstrar o que sentia.

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